Terra em Transe | As relações entre China e América Latina no século XXI - 10/10/2024.

O crescimento exponencial da economia chinesa têm há muitos anos se tornado tentáculos de sua influência geopolítica. Na primeira década do século XXI, o Estado chinês mantinha uma postura alinhada aos interesses norte-americanos, assumindo um papel coadjuvante na ordem mundial unipolar. Contudo, após a Crise Econômica de 2008 e com a ascensão de Xi Jinping, a China alterou significativamente sua política externa, deixando de ser um parceiro estadunidense para se consolidar como um grande rival.

Na América Latina, o crescimento da influência chinesa se mantém constante, principalmente nas grandes trocas bilaterais por matérias primas. Além disso, nos últimos anos a China tem financiado grandes projetos de infraestruturas em diversos países latinos, incluindo o Brasil em áreas energéticas e de transportes.

Apesar disso, alguns críticos analisam essa aproximação forte chinesa como prejudicial para comerciantes locais que perdem espaço para produtos de baixo custo. O atual aumento da taxação de produtos varejistas chineses é um exemplo da crescente preocupação regional com essa perda substancial de mercado. 

Nesse contexto, quais são os impactos geopolíticos de tamanha aproximação? Quais os resultados econômicos dessa crescente dependência dos países latinos? O que tais relações significam em um mundo de disputas hegemônicas? Para responder essa e outras questões, o Terra em Transe recebe Rafael Abraão, Professor de Relações Internacionais na PUC-SP e UniRitter., doutor em Economia Política Mundial pela Universidade Federal do ABC, e especialista em estudos sobre China, com foco em suas relações econômicas e energéticas.