Demian
Garcia Castro - UERJ
As discussões sobre epistemologia da
geografia começam a ganhar espaço no cenário da Geografia Humana, a
contribuição de Bailly e Ferras (1997) vem no sentido de sistematizar e
esclarecer coisas que costumamos enxergar de forma muito parecida. História do
Pensamento Geográfico, Metodologia da Geografia, Teoria da Geografia e
Epistemologia da Geografia não são a mesma coisa. Podemos dizer, por exemplo,
que epistemologia não significa história, não somente história, por outro lado
não existe epistemologia sem história (Bailly & Ferras, 1997).
A palavra epistemologia etimologicamente divide-se em episteme
(conhecimento científico) e logia (explicação, opinião, razão,
proposição). Algumas expressões aparecem com significado similar, tais como:
Gnosiologia, Teoria do Conhecimento, Filosofia da Ciência. As distinções
revelam-se de acordo com a escola de pensamento com que se está trabalhando. No
”mundo” Anglo-saxão, epistemology, vincula-se a teoria do
conhecimento, já no ”mundo” francês, épistémologie relaciona-se a filosofia da
ciência. Podemos definir epistemologia como o estudo das ciências consideradas
como realidade que se observam, se descrevem e se analisam, designando a
estrutura dos conceitos, métodos, princípios, hipóteses e até mesmo o estudo do
desenvolvimento histórico. (Machado, 2003)
Desenvolveremos a seguir um trabalho sobre Epistemologia da Geografia. A
base filosófica de interpretação está relacionada as proposições de Habermas
descritas em Unwin (1995). Habermas divide as ciências em empírico-analíticas,
histórico-hemenêuticas e críticas. Não iremos aqui discutir estas filosofias,
observaremos como o conceito de paisagem pode ser inserido em cada uma destas
classificações a partir de três importantes autores da Geografia: Sauer, Duncan
e Santos, tentando observar como estes são embasados por estas diferentes
concepções teórico-filosóficas. Antes, porém, faremos uma apresentação a
respeito do conceito de paisagem.
Paisagem, palavra de uso quotidiano, que cada pessoa
utiliza a seu modo; o que não impediu de se tornar um vocábulo à moda.
Paisagem, uma destas noções utilizadas por um número sempre crescente de
disciplinas, que muitas vezes ainda se ignoram. Paisagem, enfim, um dos temas
clássicos da investigação geográfica. Conforme o interesse do que é objeto ou
uma maneira como se encara a própria noção de paisagem difere. Se um geógrafo,
um historiador, um arquiteto se debruçarem sobre a mesma paisagem, o resultado
de seus trabalhos e a maneira de conduzi-los serão diferentes, segundo o ângulo
de visão de cada um dos que a examinam. (Chantal & Raison, p.138)
O termo paisagem é extremamente polissêmico, e as
acepções disciplinares a ele relacionadas são tão vagas quanto variadas. Para a
geografia a paisagem é um conceito-chave, ou seja, um conceito capaz de
fornecer unidade e identidade à geografia num contexto de afirmação da
disciplina. A importância deste conceito ao longo da história do pensamento
geográfico tem sido variada, sendo relegado a uma posição secundária,
suplantada pela ênfase nos conceitos de região, espaço, território e lugar,
considerados mais adequados as necessidades contemporâneas (Corrêa e Rosendahl,
1998, p.7).
Os geógrafos produziram uma reflexão conceitual própria, seguindo os
passos de Humboldt e de outros naturalistas românticos. A geografia, tendo como
objeto de estudo a paisagem, viabilizou-se enquanto disciplina acadêmica. Estes
geógrafos associaram ”a paisagem a
porções do espaço relativamente amplas que se destacavam visualmente por
possuírem características físicas e culturais suficientemente homogêneas para
assumirem uma individualidade” (Holzer, 1999,
p.151). O conceito varia de sentidos de acordo com a escala de observação e os
critérios de classificação, conforme a geografia for entendida prioritariamente
como ciência natural ou como ciência humana (Chantal & Raison, ano).
O entendimento da paisagem geográfica conheceu duas fases: no início do
século XX com a escola regionalista francesa na qual a paisagem era capaz de
fornecer boa carga de informação sobre a organização social nela compreendida,
e outra fase em meados do século XX com o desenvolvimento dos transportes e
meios de comunicação, da circulação de mercadorias e capitais, o que fez com
que ”(...) a paisagem
perdesse seus fundamentos locais para refletir as relações das redes de
economia e sua simbologia universalizante. (...) Entenda-se que uma medida
econômica situada nos centros mundiais de decisão pode modificar a paisagem situada
a milhares de quilômetros”. (Yázigi, 2002,
p.19)
Depois de ser um tema central da Geografia no início do século XX, o
conceito de paisagem teve sua importância reduzida no contexto de contestação
que a geografia clássica passou com a incorporação de outras bases
epistemológicas ao pensamento desta ciência, como as relacionadas ao
positivismo lógico. Porém, o conceito está novamente em debate, mas o problema
de seu significado permanece
Uma nota sobre o vocábulo alemão landschaft
Breve esclarecimento merece ainda as diferentes acepções que o vocábulo
recebe de acordo com a língua em que é empregado. Assim, landschaft
(alemão) e paysage (francês), certamente não significam a mesma coisa. A
palavra alemã é mais antiga e possui um significado mais complexo que a de
língua latina, associada ao renascimento e, em sua origem, as artes plásticas.
De acordo com Holzer
"Landschaft” se refere a uma associação entre sítio e os seus
habitantes, ou se preferirmos, de uma associação morfológica e cultural. Talvez
tenha surgido de ”Land schaffen”, ou seja, criar a terra, produzir a terra. Esta
palavra transmutada em ”Landscape” chegou a geografia norte-americana pelas mãos de
Sauer que, cuidadosamente, enfatizava que seu sentido continua sendo o mesmo: o
de formatar (land shape) a terra, implicando numa associação das formas
físicas e culturais. (1999, p.152)
Podemos completar nos utilizando de Freitas et. al. (1999), que
nos diz que landschaft não tem correspondente em outras línguas,
comportando um conjunto de significados e visões de mundo que fornecem ao
conceito uma gama de interpretações e utilizações muitas mais amplas que das
demais escolas de geografia. Segundo estes autores ”a paisagem alemã compreende um complexo natural
total, representado, de forma integrada, pela natureza e pela ação humana” (Freitas et. al., 1999, p. 31).
A pesar de amplamente utilizado na linguagem comum de diversos paises de
histórias políticas e culturais absolutamente distintas, a paisagem guarda
consigo o sentido de estar associada ao olhar.
A paisagem entre visibilidade e visualidade
Sendo a paisagem o que se vê, supõe-se
necessariamente a dimensão real do concreto, o que se mostra, e a representação
do sujeito, que codifica a observação. A paisagem resultado desta observação é
fruto de um processo cognitivo, mediado pelas representações do imaginário
social, pleno de valores simbólicos. A paisagem apresenta-se assim de maneira
dual, sendo ao mesmo tempo real e representação (Castro, 2002).
Menezes nos diz que devemos descartar os enfoques polares, realistas ou
idealistas. Os primeiros pautados na materialidade e objetividade morfológica
da paisagem em seu modo dado ou marcado pela ação humana. Os segundos pensam a
paisagem como uma projeção do observador. Segundo o autor não devemos pensar em
duas faces do mesmo fenômeno, uma material, inerte e outra mental, criadora.
Melhor é reconhecer que ela é ”um dado tal como
percebido, um fragmento do mundo sensível tal qual está dotado de personalidade
por uma consciência” (Lenclud apud
Menezes, 2002, p. 32).
Lucrécia Ferrara nos traz importante contribuição ao discutir
visualidade e visibilidade, categorias dos modos de ver, de natureza da imagem.
A visualidade corresponde a imagem do mundo físico e concreto, já a visibilidade
à elaboração reflexiva do que é fornecido visualmente transformado em fluxo
cognitivo. Nas palavras da autora, se utilizando também de Jameson,
A visualidade corresponde registro um dado físico e
referencial; a visibilidade, ao contrário, é propriamente, semiótica, partindo
de uma representação visual para gerar um processo perceptivo complexo
claramente marcado como experiência geradora de um conhecimento contínuo,
individual e social (Jameson, 1994). Na visibilidade o olhar e o visual não se
subordinam ou conectam-se um ao outro, como ocorre com a visualidade, ao
contrário, ambos se distanciam um do outro para poder ver mais. Estratégico e
indagativo o olhar da visibilidade esquadrinha o visual para inseri-lo,
comparativamente, na pluralidade da experiência de outros olhares individuais e
coletivos, subjetivos e sociais, situados no tempo e no espaço. (Ferrara, 2002,
p. 74)
Talvez como síntese destas questões possamos
apresentar o brilhante pensamento de Berque, segundo o qual a paisagem é
simultaneamente uma marca, uma geo-grafia, que é impressa pela sociedade
na superfície terrestre, e ao mesmo tempo estas marcas são matrizes, ou seja,
constituem a condição para a existência e para a ação humana. Se por um lado
ela é vista por um olhar pelo outro ela determina este olhar. Nas palavras do
autor, ”(...) a paisagem
é plurimodal (passiva-ativa-potencial.) como é plurimodal o sujeito para o qual
a paisagem existe; (...) a paisagem e o sujeito são co-integrados em um
conjunto unitário que se autoproduz e se auto-reproduz”. (Berque, 1998, p.86).
Partiremos a seguir para uma discussão pautada no
pensamento filosófico de Habermas, apresentando suas diferentes abordagens de
ciência e posteriormente observando como o conceito de paisagem pode ser
inserido em cada uma destas classificações.
Nossas discussões têm por base o pensamento de Habermas, lido através da
obra de Unwin (1995), que discute a teoria da geografia a partir das
contribuições deste pensador. Aqui no Brasil tal classificação vem sendo
utilizada, recebendo denominações um pouco diferenciadas, por Spósito (1999).
Habermas divide as ciências em três tipos, ou seja, categorias de processo que
apontam conexão entre regras metodológicas e interesse do conhecimento: 1. Empírico-analítica,
no qual se enquadra o positivismo clássico e o positivismo lógico; 2. Histórico-hermenêutica,
englobando a fenomenologia, a hermenêutica e o existencialismo; 3. Crítica,
relacionada à Marx e Freud. É claro que não utilizaremos esta classificação
como uma camisa de força, mas buscaremos através dela elementos para uma melhor
compreensão de textos geográficos.
Com a retomada do conceito de paisagem na década de 1970, surgiram novas
definições embasadas em outras matrizes epistemológicas. Na realidade, na
paisagem apresentam-se simultaneamente as diversas dimensões que cada matriz
epistemológica privilegia. Assim, podem ser observadas as seguintes dimensões:
morfológica, funcional, histórica, espacial e simbólica (Corrêa &
Rosendahl, 1998). Desta forma analisamos a seguir os textos de Carl Sauer,
Denis Cosgrove e Milton Santos, buscando estas dimensões.
As proposições de C. Sauer para o estudo da paisagem estavam na
tentativa de resolver os maiores problemas da geografia da época, isto é, suas
dualidades fundamentais, geografia física e Humana, Geral e Regional, e também
a ausência de um método objetivo próprio. As inspirações de Sauer são em grande
parte provenientes de seu contato com a Geografia Alemã, e as obras de Schlüter
e Passarge. Para estes o estudo da paisagem deveria se restringir às formas,
aos aspectos visíveis, excluindo os fatos não materiais da atividade humana
(Gomes, 1996).
Sauer logo no começo de seu artigo ”A morfologia da paisagem” afirma que a
ciência adquire identidade através da escolha de um objeto e de um método, a
geografia deveria se limitar ao que é evidente da mesma forma que as outras
disciplinas. Neste caso o evidente está na paisagem, devendo esta ser o objeto
fundamental da geografia.
Corrêa & Rosendahl indicam que para Sauer
a paisagem geográfica é vista como um conjunto de
formas naturais e culturais associadas em uma dada área, é analisada
morfologicamente, vendo-se a integração das formas entre si e o caráter
orgânico ou quase orgânico delas. O tempo é uma variável fundamental. A
paisagem cultural ou geográfica resulta da ação, ao longo do tempo, da cultura
sobre a paisagem natural. (1998, p.9)
A análise de Sauer procura sempre um plano sistemático mais geral,
enfatizando as análises estruturais e funcionais, observam-se claramente as
bases do pensamento positivista em sua definição de paisagem.
Por definição a paisagem tem uma identidade que é
baseada na constituição reconhecível, limites e relações genéricas com outras
paisagens. Sua estrutura e função são determinadas por formas integrantes e
dependentes. A paisagem é considerada, portanto, em um certo sentido, como tendo
uma qualidade orgânica. (Sauer, 1998, p.23)
O que fica mais claro quando o autor nos fala da
aplicação de um método morfológico, no qual ”A agregação e o ordenamento dos fenômenos como formas que estão
integradas em estruturas e o estudo comparativo dos dados dessa maneira
organizados constituem o método morfológico de síntese, um específico método empírico.” (1998 p. 30-31).
As criticas efetuadas ao pensamento de Sauer referem-se ao fato de que a
análise da paisagem não pode estar limitada aos sentidos. O que a confundiria
com o sentido genérico do senso comum que serve para designar ”a aparência de um espaço tal como ele é
imediatamente percebido, e serve também, simplesmente para designar uma parte limitada
do espaço.” (Gomes, 1996, p.
239).
O estudo de Cosgrove destaca questões que de forma alguma fariam parte
de uma geografia pautada no positivismo clássico ou no positivismo lógico. Já
em destaque no título de seu texto, o autor nos diz que ”a geografia está em toda parte”, para destacar a cultura e o simbolismo nas
paisagens humanas. Temos aqui temas e abordagens próprias de uma renovação das
ciências que ganha força na década de 1970, substituindo os ideais positivistas
anteriores.
Cosgrove destaca que o geógrafo deveria se esforçar para mostrar que a
geografia existe para ser apreciada, e que muitas das vezes temos agido no
sentido de ”obscurecer em vez
de aumentar esse prazer”. No meio de um
funcionalismo utilitário, a explicação geográfica é estritamente prática. Sendo
banidas da Geografia
"as paixões inconvenientemente, às vezes
assustadoramente poderosas, motivadoras da ação humana, entre elas as morais,
patrióticas, religiosas, sexuais e políticas. Todos sabemos quão
fundamentalmente estas motivações influenciam
nosso comportamento diário. (...) Contudo na geografia humana parecemos
intencionalmente ignorá-las ou negá-las. (...) nossa geografia deixa escapar
muito do significado contido na paisagem humana tendendo a reduzi-la a uma impressão
impessoal de forças demográficas e econômicas". (Cosgrove, 1998, p.97)
O autor propõe-se a aplicar a interpretação das paisagens humanas as habilidades que empregamos ao analisar um romance, um poema, um filme ou um quadro. Assim, a trataríamos como expressão humana composta de muitas camadas de significados, o que é bastante incomum. Desta forma o que ele se propõe a tratar a Geografia como uma humanidade e como uma ciência social.
Uma característica importante de ser ressaltada é que o autor aborda
estas questões relacionadas ao simbolismo e a cultura, o que encaixa seu
trabalho em um determinado tipo de ciência, mas há também um forte conteúdo
crítico. Observa-se como o estudo da cultura está intimamente ligado ao estudo
do poder. Revelando as relações de dominação e opressão. Segundo o autor
Um grupo dominante procurará impor sua
própria experiência de mundo, suas próprias suposições tomadas como
verdadeiras, como a objetiva e válida cultura para todas as pessoas. O poder é
expresso e mantido na reprodução da cultura. Isto é melhor concretizado quando
menos visível, quando as suposições culturais do grupo dominante aparecem
simplesmente como senso comum. Isto é as vezes chamado de hegemonia cultural.
Há, portanto, culturas dominantes e subdominantes ou alternativas, não apenas
no sentido político, mas também em termos de sexo, idade e etnicidade.
(Cosgrove, 1999, p.104-105).
Muito do simbolismo da paisagem reproduz as normas culturais
estabelecendo os valores de grupos dominantes por toda uma sociedade.
Podemos terminar esta parte observando como o autor propõe trabalhar as
paisagens ao mesmo tempo de forma crítica e original, incorporando a dimensão
simbólica, contribuindo sobremaneira ao pensamento geográfico
As paisagens tomadas como verdadeiras de nossas vidas
cotidianas estão cheias de significado. Grande parte da Geografia mais
interessante está em decodificá-las. (...) Porque a geografia esta em toda
parte, reproduzida diariamente por cada um de nós. A recuperação do significado
em nossas paisagens comuns nos diz muito sobre nós mesmos. Uma geografia
efetivamente humana crítica e relevante, que pode contribuir para o próprio
núcleo de uma educação humanista: melhor conhecimento e compreensão de nós
mesmos, dos outros e do mundo que compartilhamos. (Cosgrove, 1999, p. 121)
Milton Santos e a distinção entre paisagem e espaço
O autor nos oferece como exemplo desta distinção a
bomba de nêutrons, um projeto do Pentágono abortado por Kennedy durante a
Guerra Fria. Esta bomba seria capaz de aniquilar toda a vida humana em uma dada
área, mas mantendo as construções. Se esta bomba fosse utilizada teríamos antes
o espaço e após a explosão somente a paisagem.
Define a paisagem como sendo transtemporal, pois
junta objetos passados e presentes em uma construção transversal. Já o espaço é
sempre o presente, uma construção horizontal, uma situação única.
O autor trabalha dentro de uma perspectiva crítica incorporando o
materialismo histórico e dialético em sua análise. A questão é que ele esvazia
o conceito de paisagem em prol de uma valorização do espaço. A paisagem é o que
é possível de ser abarcada com a visão, destituída da sociedade, possuidora de
um caráter histórico em suas distintas materialidades presentes. As
contradições se realizam na dialética entre espaço e sociedade, nas palavras do
autor
Não existe dialética possível das formas
enquanto formas. Nem a rigor entre paisagem e sociedade. A sociedade se
geografiza através das formas, atribuindo-lhe uma função que vai mudando ao
longo da história. O espaço é a síntese sempre provisória entre o conteúdo
social e as formas espaciais. A contradição é entre sociedade e espaço.(Santos,
2002, p.109)
Quando são atribuídos valores a paisagem esta se
transforma em espaço geográfico. O fato de existirem simplesmente enquanto
forma não basta. Porém, a forma utilizada é diferente, porque seu conteúdo é
social. Assim, esta se torna espaço, porque forma-conteúdo.
A definição mais simples de paisagem, como um
espaço abarcado por um "golpe de vista",
bastante usual no senso comum, não dá conta da complexidade que o termo abrange.
Como buscamos demonstrar neste trabalho.
Chantal & Raison almejam "que em torno deste vocábulo, inçado
de tantas inspirações existenciais quando de significados científicos, se
realize uma síntese eficaz das relações dialéticas entre natureza e sociedade" (p.158).
O conceito de paisagem e seus significados objetivos e subjetivos, marca
e matriz, real e representação, material e mental, tempo e cultura formatando o
espaço, impregnado de diversos símbolos, reveladora de relações de poder, etc.,
nos confirma a polissemia e amplitude do conceito. Revelada de acordo com a
matriz epistemológica segundo o qual se está embasado. Enfim, paisagem é um
conceito-chave para nós geógrafos a partir do qual podemos construir
diversificadas abordagens, as mais ricas possíveis para a nossa ciência.
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