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BOLETIM CLÍNICO - NÚMERO 14 - MARÇO/2003

Boletim Clínico | Psicologia Revista | Artigos



A ENERGIA NA TEORIA DA RELATIVIDADE

Como podemos perceber, os campos de energia são múltiplos e nos afetam de forma variada. Será que nós poderemos chegar a um conceito geral de energia que possa integrar suas múltiplas variações?

Para tentar responder a esta pergunta examinaremos a equação de Einstein E = m c² (energia igual ao produto da massa pela velocidade ao quadrado da luz). Nesta equação podemos perceber que a diferença entre energia e massa é apenas uma diferença de velocidade, vibração ou freqüência. Se a energia perde muitíssima velocidade ela se transforma em massa, e se uma massa é altamente acelerada ela se transforma em energia. Entendemos como conseqüência desta equação que existe uma equivalência entre massa e energia.

Desde um ponto de vista filosófico esta equação acaba com o conceito de substância, "aquilo que existe em si e por si sub especie eternitatis"; a massa não pode ser considerada como sempre igual a si mesma porque a interação com as energias que a circundam vai transformá-la; uma imagem banal, uma lata vazia de refrigerante parece sólida mas é só deixá-la ao relento para verificar como em poucos dias ela se enferruja iniciando um processo de transformação. O problema de nosso pensamento é que nós fabricamos conceitos lógicos, racionais que tem a pretensão de se manterem iguais "sub especie eternitatis", o conceito da lata de refrigerante seria de uma lata que nunca se enferruja e portanto é imutável, bem diferente da lata real! Mas assim como em nosso mundo próximo e num universo distante tudo se transforma, tudo é processo assim também esses conceitos racionais estão sujeitos a grandes modificações.

No século XIX os conceitos de espaço e tempo de acordo com Newton eram absolutos, relacionando estes conceitos absolutos com qualidades divinas; já no século XX Albert Einstein demonstra que o espaço depende das massas, que o peso é uma relação entre massas e que o tempo é modificado pela velocidade, chegamos assim a uma formulação relativista mas que na verdade deveria ser chamada relacionista. O termo relatividade deve ter surgido como oposição aos conceitos absolutos da física do século XIX, no entanto o que nós entendemos dessa nova maneira de abordar a física é que não há "fenômenos em si" os fatos que acontecem no universo, estão sempre relacionados uns com os outros.

A equação de Einstein nos induz a separar energia de massa e movimento, seguramente por imposição de nossa mentalidade racional; mas pode-se ler essa equação como uma permanente transformação de massa e energia devidas ao movimento em que sempre haveria uma massa por menor que fosse e que a massa por mais "sólida" que fosse não deixaria de transformar-se em energia. A físico química nos mostra como o gradual aumento de massa dos elementos químicos conhecidos leva ao ponto em que "naturalmente" eles começam a emitir energia radiante e a diminuir de massa em processos extremamente lentos.

ENERGIA QUÂNTICA

A equação de Max Planck dá um grande apoio ao que falamos anteriormente quando entendemos a equação de Einstein como um processo de transformação.

O fundamento da teoria dos quanta (quantidades de ação) é a equação E = h.f onde E é energia, h a constante de Planck quantum de energia) e f a freqüência.

A constante h é a menor quantidade de energia que segundo Planck pode existir; ou seja, essa constante só tem múltiplos, ela não é divisível. Filosoficamente falando seria o verdadeiro átomo, e as suas unidades são: grama, centímetro e segundo, que na equação aparece como gr.cm/s, nessas unidades temos grama que é massa, cm/s que é unidade de velocidade, portanto h é ação, quantum de ação, em termos de física, trabalho. Sendo quantidade de ação nós temos uma energia produzindo efeitos ou uma unidade que é energia, massa e movimento. A pergunta filosófica agora é: é possível entender em separado energia, massa e movimento? Se a física de Planck encontra como a menor quantidade de energia uma constante de massa e movimento nós lemos isso como um processo em que não dá para separar energia de massa e de movimento.

Por incrível que possa parecer, esta formulação de Planck em que a constante h é quantidade de ação, já tinha aparecido na escrita ideográfica chinesa na qual o ideograma de energia era uma chaleira com a tampa da chaleira deslocada pelo vapor. Temos aí uma massa, o tampo da chaleira, e o movimento dessa tampa que formam exatamente uma imagem gráfica do quantum de ação de Planck. Não colocaram os chineses a imagem do fogo embaixo da chaleira porque essa energia não existe sozinha, o que existe é a manifestação do movimento da tampa da chaleira que é gr.cm/s.

Chegamos então a uma conclusão um tanto desapontadora, eu não posso, eu não sei conceituar energia, eu só posso conceituar modalidades de energia. Retomando Planck, nosso entendimento só chega até o quantum de ação, nós só podemos constatar o movimento da chaleira sem saber se há fogo, ou que fogo é esse que está embaixo da chaleira.

BIBLIOGRAFIA

I - ROJAS BOCCALANDRO, Efraim. Capítulos 1 e 2. "Holística na Psicologia e na Medicina". São Paulo: Vetor, 2001.

II - GALVES, José Francisco. Capítulo 3. "Holística na Psicologia e na Medicina". São Paulo: Vetor, 2001.

III - Bíblia - Edições Loyola: São Paulo, 1995

IV - GERBER, Richard. "Medicina Vibracional, uma medicina para o futuro". Tradução do original inglês por Paulo César de Oliveira. Editora Cultrix: São Paulo: 1993.

V - KING, Roberto e ABARCA, Oriel. "Reiki para todos, Energia Vital em ação". Tradução do original em espanhol de Luiz Carlos A. Ferreira e Vera Lúcia A. Ferreira. Record (Nova Era): Rio de Janeiro, 1996.

VI - KUCHEL, Kátia Dubiex. . " Holística na Psicologia e na Medicina". Capítulo 6. São Paulo: Vetor, 2001

VII - MANN, W. Edward. "Orgônio, Reich & Eros, a teoria da energia vital de Wilhelm Reich". São Paulo: Summus editorial, 1989.

VIII - RAKNES, Ola. "Wilhelm Reich e a orgonomia". São Paulo: Summus, 1988.

IX -LOWEN, Alexander. "Bioenergética".

X - FARAH, Rosa Maria. "Integração Psicofísica, o trabalho corporal e a Psicologia de C. G. Jung". Companhia Ilimitada & Robe editorial: São Paulo, 1995.

XI-. EINSTEIN, Albert. "A Teoria da Relatividade Especial e Geral". Tradução do original alemão por Carlos Almeida Pereira. 3a reimpressão. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999.

XII - RESNICK, Robert. "Conceptos de Relatividad y Teoría Cuántica". México: Editorial Limusa, 1976.

Notas:

(1) Psicólogo. Especialista e Doutor em psicologia clínica, PUC - São Paulo.

(2) Psicóloga, Psicoterapeuta Corporal (International Institute for Bioenergetic Analysis - New York - e International Institute for Biosynthesis - Zurich). Psicoterapeuta familiar sistêmica e Psicodramatista. Terapeuta do método Self - Healing Meir Schneider e do Instituto de Análise Bioenergética de São Paulo.

(3) BOCCALANCRO, Efraim Rojas. "Holística na Psicologia e na Medicina". Capítulo 1: Abordagem Holística na Antigüidade Grega. São Paulo: Vetor, 1999. (I)

(4) BOCCALANDRO, Efraim Rojas. Holística na Psicologia e na Medicina. São Paulo: Vetor, 2001. Capítulo 2: Hipócrates. (I)

(5) GALVES, José Francisco. "Holística na Psicologia e na Medicina". Capítulo 3. São Paulo: Vetor, 2001. (II)

(6) Bíblia - Edições Loyola: São Paulo, 1995. (III)

(7) GERBER, Richard. "Medicina Vibracional, uma medicina para o futuro". Cultrix: São Paulo, 1993. (IV)

(8) KING, Roberto e ABARCA, Oriel. "Reiki para todos, Energia Vital em ação". Record (Nova Era): Rio de Janeiro, 1996. (V)

(9) Idem. (V)

(10) Idem. (V)

(11) Richard Gerber, opus citada. (IV)

(12) Idem. (IV)

(13) KUCHEL, Kátia Dubiex. . " Holística na Psicologia e na Medicina". Capítulo 6. São Paulo: Vetor, 2001 (VI)

(14) Idem. (VI)

(15) Richard Gerber, opus citada. (IV)

(16) Prefácio do livro de MANN, W. Edward. "Orgônio, Reich & Eros a teoria da energia vital de Wilhelm Reich". São Paulo: Summus editorial, 1989. (VII)

(17) Compare-se esta afirmação de Reich sobre energia orgônica e a energia Chi não substancial, na terceira página "Conceito de Energia na Antiguidade Chinesa".

(18) Edward Mann, Opus citada. (VII)

(19) GALLERT, Mark, New Light on Therapeutic Energies. London: James Clarke, 1966. In (VII)(20) Bíons SAPA: Sand Packet; bíons PA (abreviação de Packet = pacote, bolsa)

(21) publicado no International Journal of Sex Economy and Orgone Research em outubro de 1944 com o título de "Orgonotic Pulsation", citado no livro de Mann. (VII)

(22) Foram utilizados informações sobre os experimentos de Reich extraídas do livro: RAKNES, Ola. Wilhelm Reich e a orgonomia. Capt. 4 : A descoberta da energia vital, pp 39/40. São Paulo: Summus, 1988. (VIII)

(23) Opus citada. Capt. 3 : Biônios e biogênese. pp 29. (VIII)

(24) O importante é salientar aqui que Reich com suas descobertas de orgone positivo (azul) e o orgone negativo (letal) chega às mesmas conclusões a que os chineses tinham chegado alguns milênios antes, ou seja, o "Chi" positivo (principio de vida) e o "Chi" negativo (energia letal).

(25) Ola Raknes, Opus citada. pp. 34 a 37. (VIII)

(26) Os conceitos mais importantes da teoria de Reich foram extraídos do livro de Edward Mann, o que inclui a excelente introdução escrita por Pierrakos. (VII)

(27) Agradecemos a amistosa colaboração do colega psicólogo Cláudio Wagner, especialista reichiano que nos cedeu os livros necessários para redigir "A Energia Orgônica de Reich".

(28) Extraído do livro "Bioenergética" de Alexander Lowen. (IX)

(29) Alexander Lowen, opus citada (IX)

(30) Wilhelm Reich, The function of orgasm. "A função do orgasmo" em edição brasileira. In (IX)

(31) Alexander Lowen, opus citada (IX)

(32) idem. (IX)

(33) idem

(34) idem.

(35) idem.(IX)

(36) Idem.

(37) Idem.(IX)

(38) FARAH, Rosa Maria. "Integração Psicofísica, o trabalho corporal e a Psicologia de C. G. Jung".Companhia ilimitada & Robe editorial. São Paulo: 1995. (X)

(39) Idem. (X)