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BOLETIM CLÍNICO - NÚMERO 14 - MARÇO/2003

Boletim Clínico | Psicologia Revista | Artigos


6. Regressão - Progressão (Da Concepção à Morte) - Marina Pereira Rojas Boccalandro

Antes de entrar no tema, creio ser necessário dizer qual o meu embasamento teórico, ou seja, qual é a abordagem psicológica do meu trabalho como psicoterapeuta e de onde surgiu este título.

A Psicossíntese foi criada por Roberto Assagioli e segundo as palavras do seu autor:

É um método de desenvolvimento psicológico e auto-realização para aqueles que se recusam a permanecer escravos dos seus próprios fantasmas interiores ou das influências externas, que não se deixam submeter passivamente à atuação das pressões psicológicas que carregam dentro de si, e que estão determinados a se tornarem os mestres da sua própria vida (Assagioli, apud Parfitt, 1994, p. 11).

A Psicossíntese é considerada uma Psicologia Humanista, dentro da terceira força. Assagioli e Jung estão na passagem da Psicologia Humanista para a Transpessoal, sendo considerados pelos psicólogos transpessoais como avós da mesma.

Também podemos incluir a Psicossíntese dentro da Psicologia Positiva, que, segundo Pérez-Ramos (2001):

É caracterizada pelo estudo científico do otimismo, dos valores, dos potenciais, das virtudes da pessoa humana, salvo a redundância, priorizando o desenvolvimento hesitoso das suas habilidades, sobretudo as criativas. Trata-se pois, de um chamado aos psicólogos, no sentido de adotar uma perspectiva mais aberta e apreciativa em relação às qualidades do ser humano, suas aspirações e bem-estar. De qualquer forma torna-se cada vez mais evidente que para analisar as características e funcionamento do indivíduo, não se pode levar em conta, como quadro de referência, apenas seus aspectos negativos (p.18).

Quanto ao título, ele se refere a dois exercícios muito valiosos de imaginação semidirigida, dentro da Psicossíntese.

A imaginação semidirigida é uma técnica de extrema importância dentro do processo psicoterápico e uma das mais usadas na Psicossíntese. Por meio dela tomamos contato com conteúdos inconscientes positivos e negativos. Podemos usar o conhecimento dos positivos para o nosso crescimento, para o desenvolvimento do nosso próprio potencial, até então desconhecido. Podemos usar o conhecimento dos conteúdos negativos para transformá-los, para superá-los para o nosso bem e desenvolvimento, não permitindo que nos limitem.

A imaginação propicia uma conexão simbólica com o inconsciente. Assim que essa conexão é realizada as transformações se tornam possíveis. Ela também ajuda a compreender e a expressar a sabedoria interior. Os médicos e os psicólogos que trabalham com a imaginação são unânimes em falar da importância das imagens positivas e de se transformar as negativas que podem levar à doença e até à morte.

Alguns psicoterapeutas estimulam a comunicação do paciente com um guia interior, que representa um aspecto de sabedoria interna. Esse guia interior pode aparecer sob várias formas: um velho sábio, uma fada, santos, seres mitológicos, pessoas queridas já falecidas e outras imagens.

O trabalho com a imaginação tem sido útil, entre outras coisas, no combate as doenças, ao estresse, na reformulação de metas para o futuro, no acesso a conteúdos inconscientes para um maior autoconhecimento. Para o trabalho com a imaginação, é necessário que o cliente seja treinado anteriormente para se relaxar e regularizar a sua respiração.

Cada terapeuta deve usar as técnicas que tem mais conhecimento para instruir os seus clientes no aprendizado do relaxamento e respiração. Segundo Carvalho (1994):

O expirar mais longo estimula o nervo vago, que se origina na base do cérebro, na medula, estende-se pelo pescoço e manda extensões para os pulmões, o coração e o trato intestinal. Sob a influência da expiração mais longa e lenta, o vago tem um papel de aquietamento e relaxamento, baixando a pressão sanguínea, diminuindo as pulsações, as contrações musculares do intestino, o acalmar dessas funções leva uma facilitação da visualização. (pp.165-166)

O processo da imaginação, também chamado por alguns de visualização, está descrito num artigo de minha autoria (Boccalandro, 1997): "A Visualização e o seu uso na Psicoterapia".

Tenho utilizado a criação de um "Jardim Interno" exatamente no espaço do coração, para aí começar o trabalho com a imaginação.

A técnica do "Jardim Interno" se presta bem ao propósito de se ter um local interno, tranqüilo, onde aos poucos peço ao cliente que acrescente uma casa, uma montanha, um vale profundo ou uma gruta para que ele possa ir entrando em contato com vários níveis do seu consciente ou inconsciente. Esta técnica está descrita num artigo de minha autoria, publicada com o título "O Jardim Interno" (Boccalandro, 2001).

Epstein (1989) faz uma analogia da vida como um jardim:

Eu vejo nossas vidas como jardins que precisam ser cuidados. Somos jardineiros aos quais são confiados nossos próprios jardins. Como jardineiros temos funções de, principalmente, capinar, plantar e, naturalmente, colher.

Os jardins infestados de ervas daninhas não podem dar boa colheita. As ervas daninhas oprimem as sementes, impedindo que elas criem raízes e floresçam. Doenças, enfermidades e convicções negativas são ervas daninhas que permitimos crescer em nossos jardins pessoais. Emoções tais como ansiedade, depressão, medo, pânico, preocupação e desespero também são ervas daninhas. O negativismo e as emoções estão intimamente ligados às doenças e enfermidades... A técnica das imagens mental serve para limpar as convicções negativas do tipo "ervas daninhas" e substituí-las por convicções, sementes. A medida em que você se torna jardineiro de seu próprio jardim a autocura se torna possível. (p. 18-19)

Por que partimos do coração? Segundo Ramos (1995):

O simbolismo do coração, através das eras, tem estado presente na vida do homem das mais diversas formas: em rituais, sacrifícios, preces e meditação, nas atividades artísticas, na expressão amorosa, na saúde e na doença, como expressão do mistério da vida. (p.125)

O coração é o ponto de origem e de retorno. Anterior a todas as dicotomias. É o lugar da psique total, urobórica, de início indiferenciado como uma semente, mas com todo o potencial do seu vir-a-ser. É também a meta, o paraíso almejado, o lugar do encontro com o Self, conquistado após anos de muito trabalho. (p.79)

Depois dessa pequena introdução sobre a Psicossíntese, a técnica da Imaginação Semidirigida, o local onde ela se inicia, o coração e o exercício do Jardim Interno, vamos falar dos exercícios de regressão e progressão.

O exercício de regressão consta de uma volta do presente ao passado, até o momento da concepção. Espera-se, com esse exercício, levar o cliente a tomar contato com seu Daimon, sua missão, sua vocação, a meta a ser atingida durante a sua vida. Esse exercício pode ser realizado durante o processo psicoterápico e também durante uma internação hospitalar, sempre antes do exercício de progressão que tem como meta levar o cliente a projetar o futuro até a sua morte.

Numa hospitalização temos duas alternativas: o cliente está lá para se recuperar e voltar à sua rotina de atividades ou ele está lá em estado terminal aguardando o momento da morte. No primeiro caso, saber qual a missão pode ajudá-lo a redirecionar sua vida, fazer mudanças, transformar-se e buscar novas maneiras e relacionar-se com o mundo. No segundo caso quando o indivíduo é um paciente terminal, ele pode programar da maneira mais positiva possível a sua morte, a sua despedida desta vida. Também o poder falar sobre a morte e como gostaria de morrer pode ajudá-lo a enfrentar melhor o momento da partida. Quem trabalha com o processo da imaginação sabe a importância das imagens positivas e a força das mesmas na reconstrução da personalidade e na obtenção da saúde. Mas não é só o momento da concepção ou da morte que são materiais possíveis de trabalho psicoterapêutico em prol do cliente.

Ao voltarmos para o passado vamos relembrando situações pelas quais já passamos e que são passíveis de interpretação. Também é importante para o cliente analisar porque essas e não outras situações surgiram. Alguns clientes só se lembram de situações tristes, e neste caso precisamos ajuda-lo a recuperar também, o positivo do seu passado. Não há ninguém que não tenha nenhuma lembrança positiva e valiosa. Mesmo pequenas coisas, como por exemplo: uma boneca ou outro brinquedo qualquer ganho no Natal, um afago recebido, um momento de brincadeira descontraída com amiguinhos, uma viagem, e tantas outras situações positivas pelas quais passamos. Esse é um material rico para podermos olhar para trás e recuperar o bom, o belo, o prazeroso, que também faz parte da vida.

Ao irmos para frente, para o futuro, se o cliente visualiza apenas cenas negativas, apesar de ser orientado a projetar coisas positivas, pedimos a ele que transforme essas situações, se veja resolvendo os problemas que surgirem, atuando da melhor forma possível, da maneira que ele considera a mais correta.

Muitos clientes têm dificuldade de se lembrar de cenas ou situações de suas infâncias. Neste caso pedimos a eles que procurem reconstruir suas vidas nos primeiros anos através de relatos de parentes, que procurem suas fotos, vejam suas expressões e o que elas dizem. Procure se recordar dos momentos em que as fotos foram tiradas, procurando ajuda com os familiares, se necessário.

A posse da própria história e tragetória é de suma importância para se compreender a própria vida. Sabendo o que passamos é mais fácil saber porque passamos e aprendendo a lição podemos redirecionar nossas metas para melhor cumprirmos a nossa missão.

Existem exercícios de regressão, por exemplo, de apenas um dia. À noite, ao deitarmos, retomamos, passo a passo, até a hora que acordamos pela manhã. Ao tomar consciência de pequenas ou grandes falhas cometidas, podemos reformular situações agindo, na imaginação, da maneira que achamos mais correta, nos preparando para enfrentar melhor situações futuras. Tomamos também consciência das atitudes corretas que tivemos aumentando assim a nossa auto estima.

Esse exercício de regressão diária é usado na Psicossíntese, na Antroposofia e também é uma prática budista de meditação.

O Exercício de Regressão é o seguinte:

Depois do cliente relaxado, pedir a ele que se encaminhe para o seu Jardim Interno, entre em contato com ele através dos seus sentidos, e procure uma clareira, em cujo centro se encontra uma pequena nave espacial que vai levá-lo para o passado. Chegando lá, pede-se a ele que entre na nave e procure uma poltrona bem confortável, com um painel, em cuja tela, no momento, não está passando nenhuma imagem. Depois que ele se acomodar, ele é orientado a não se identificar com nenhuma das imagens que aparecerem na tela, apenas a ficar numa posição de observador. Então é dada a primeira orientação, que ele veja aparecer na tela a sua imagem nesse exato momento, deitado na cama de relaxamento.

A seguir, pede-se que deixe surgir na tela uma imagem ou situação que tenha vivido na manhã do mesmo dia. Depois uma imagem ou situação do dia anterior. A seguir uma situação ou cena da semana anterior, do mês anterior, do ano anterior, uma imagem de cinco anos atrás, de dez anos atrás, (aqui vamos ter que ir adequando o exercício à idade do nosso cliente, se ele é mais jovem há menos cenas a observar, se ele é mais velho, pode-se ir caminhando em direção ao passado com cenas de 5 ou 10 anos até o nascimento). Nesse momento pede-se a ele que observe como a criança que está para nascer lhe parece: disposta, com medo, aparentando sofrimento ou angústia, alegria ou tristeza. Pode-se ir até o momento da concepção e perguntar se ele tem alguma intuição, imagem ou palavra que possa dizer qual é o seu propósito nessa vida, qual o seu daimon, a sua vocação.

A partir daí, vai-se regressando ao presente, dizendo a ele que podem aparecer as mesmas imagens ou outras, que não critique ou censure, apenas guarde na lembrança, para que se possa depois refletir sobre elas e tentar entender por que essas imagens apareceram e não outras. A última imagem a aparecer deve ser a dele deitado na cama de relaxamento, na sala, nesse exato momento. Depois disso, pede-se a ele que procure guardar o maior número possível de cenas, deixe a nave, volte para o seu jardim e, de lá, volte a se sentir na sala e vá saindo devagar do relaxamento. Depois, trabalha-se com ele as imagens e seus significados.

Pode-se também trabalhar com algumas imagens que têm a ver mais com sua problemática atual, para ajudá-lo a se apropriar da sua história e entender a sua trajetória.

Existem outras maneiras de levar o cliente ao passado. Uma delas é pedir a ele que, depois de relaxado, entre num túnel que leva ao passado. Contamos de dez a zero e pedimos que fale a primeira cena que vem a sua memória. Neste caso estamos pesquisando situações, muitas vezes, traumáticas, esquecidas, ou situações simbólicas que representam materiais reprimidos. Usamos esse material para análise dentro do processo psicoterapêutico.

Nesse tipo de regressão, publiquei o relato de um caso de uma cliente, do meu consultório particular, com Transtorno do Pânico (Boccalandro, 2000).

O Exercício de Progressão é o seguinte:

Neste exercício seguem-se os mesmos passos do exercício de regressão, só que a nave espacial, agora, vai levar o cliente para o futuro. O exercício sempre deve ser feito depois do exercício de regressão e de seu conteúdo já ter sido trabalhado. Aqui, pede-se ao cliente que projete na tela aquilo que ele gostaria para sua vida. É como um esboço do seu plano para o futuro. Que ele procure projetar imagens, cenas ou situações positivas e, se por acaso aparecerem cenas negativas, que ele procure modificá-las de acordo com o que está querendo para a sua vida, ou então superando as dificuldades, através da sua vontade e da sua determinação.

Sempre se começa com o cliente visualizando-se deitado na cama de relaxamento, no momento da execução do exercício. Depois, pede-se a ele que se veja realizando alguma coisa no dia seguinte deixe que apareça uma cena da próxima semana, do próximo mês, do próximo ano, daqui a cinco anos, dez anos, (da mesma forma que no exercício anterior, deve-se adequar o exercício à idade do cliente. Se o cliente é jovem, pode-se ir até a velhice, mas, se a pessoa já está na meia idade, é importante irmos com ele até projetar a sua morte).

Em geral, esse material é rico para se trabalhar não só as metas e aspirações do nosso cliente, como também a sua relação com a morte e suas fantasias sobre ela. Depois de se atingir até onde se quer ir com o cliente, dá-se as ordens para ele vir voltando para o presente, até se visualizar deitado na cama de relaxamento, na sala de terapia. Depois disso, pede-se a ele que também procure se recordar das cenas que foram projetadas na tela, para se poder trabalhar com elas e se entender o porquê da escolha dessas e não de outras imagens.

A seguir relatarei alguns casos de minha experiência pessoal, onde usei os exercícios de regressão e da progressão.

1º Caso:

P. tinha 52 anos, era professora de uma universidade de São Paulo. A experiência de regressão aconteceu em um workshop sobre a criança interior. Ao chegar no momento da concepção, diz ter visto uma figura feminina, jovem, vestida de branco e muito luminosa, parecendo uma fada. Diz que ouviu dela a seguinte frase: "você veio para aprender o amor incondicional". Ao sair do relaxamento, relatou várias situações de sua vida, onde teve que se defrontar com a questão do amor e do perdão em relação aos pais e maridos (tinha tido dois). A mãe abandonou-a e aos irmãos e o pai quando ela tinha seis anos e ficou sem vê-la e sem ter notícias da mesma por onze anos. Ela foi criada pelo pai, que era muito autoritário e severo.

P. cuidou da mãe na velhice até a morte da mesma. Disse que teve que se defrontar com situações desse tipo em muitas relações durante sua vida e sentiu que estava cumprindo "a sua missão", apesar de muitas vezes ser muito difícil. Disse que entendia que essas pessoas que teve que perdoar e amar de forma incondicional foram mestres que serviram para lhe ajudar a aprender o que era o amor incondicional.

2º Caso:

R. estava com 18 anos de idade, tinha terminado o segundo grau e fazia curso para prestar vestibular. Chegou ao consultório num mês de março, levado pela mãe, que informou que ele havia prestado vestibular para medicina no ano anterior, quando estava com 17 anos, não tinha entrado e estava falando que se suicidaria se não entrasse no próximo ano. Ele havia feito um vocacional no ano anterior e a psicóloga havia dito que "ele tinha 70% de vocação para ser médico". Ele vinha de família, por parte de mãe, tradicionalmente, de médicos e havia uma supervalorização da profissão, não só por parte dele como também dos familiares.

Iniciamos a terapia e aos poucos ele foi aprendendo a se relaxar, a respirar melhor e os exercícios de imaginação foram sendo introduzidos.

No dia que fizemos o exercício de progressão ele se visualizou, saindo de casa, para o trabalho, se despedindo da mulher e de dois filhos. Viu-se trabalhando em um grande escritório onde ele tinha uma sala, com uma grande mesa e com uma secretária particular. Em nenhuma etapa da progressão se viu como médico. Ao término da sessão, depois de discutirmos as cenas aparecidas, pedi a ele que fosse ao Hospital das Clínicas, onde ele tinha facilidade de acesso por ter tios trabalhando lá, para visitar o hospital. Eu tinha também informações que haveria uma palestra para interessados em fazer medicina onde seria abordado o currículo da mesma. R, ao voltar na sessão seguinte, disse que havia "odiado" o hospital e não se via trabalhando num local como aquele "de jeito nenhum". A partir daí foi buscar informações sobre outras faculdades, se inscreveu na GV, fez o vestibular, foi aprovado e quando iniciou o ano letivo parou a terapia.

3º Caso:

I. tinha 48 anos, era professora de artes corporais numa universidade da cidade de São Paulo e estava num processo terapêutico por transtorno do pânico. Com ela a técnica de regressão usada foi a da entrada no túnel, que levava ao passado para pesquisar alguma situação traumática vivida. Por volta dos sete anos vê uma imagem de cadeiras e sob elas um sapato mocassim creme e duas bacias cheias de um líquido escuro que identificou como sangue. Ao trabalharmos esta imagem, depois da saída do relaxamento, diz que se lembrou da operação de garganta aos seis anos de idade. Lembra que deram algo para ela dormir, mas que ela não dormiu. Diz que foi operada acordada, foi amarrada no colo de uma enfermeira e via o sangue cair em uma bacia. Depois, fazendo associações, diz que freqüentemente acordava assustada porque sentia como se tivesse parado de respirar. Foi perguntar a sua mãe o que ela se lembrava dessa sua operação e essa disse que se lembrava que ela tinha "entrado e saído grogue da sala".

Lembrou-se ainda das constantes sensações de estar parando de respirar desde criança e diz que tinha a impressão de que são posteriores à época da operação. Colocou que era bem possível essa ter sido mesmo uma situação traumática, a ponto de se lembrar de detalhes visuais, mas não da sensação física que deve ser sido bem desagradável. Depois dessa sessão, ela começou a enfrentar seus medos, tendo ido viajar, o que não fazia há dois anos, e não mais teve crise de pânico.

Para finalizar gostaria de dizer que, nos apropriarmos de nossa história, saber o que temos a fazer como missão, nos ajuda a entender a sincronicidade em nossas vidas.

Olhar para trás e podermos refazer, mesmo que mentalmente, as situações onde agimos de forma incorreta, saber nos perdoar e nos propor a agir melhor em uma ocasião futura, nos ajudam no nosso processo de individuação ou psicossíntese.

Estabelecer metas, visualizar o nosso futuro de forma positiva e programar a nossa morte de acordo com o nosso desejo também nos ajuda na criação de um quadro mental positivo que certamente nos levará a viver melhor a nossa vida futura.

BIBLIOGRAFIA

BOCCALANDRO, M. P. R. (1997) A Visualização e o seu uso na Psicoterapia. Boletim Clínico da Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic da PUC-SP, vol 2, agosto, Gráfica-PUC-SP, pp. 9-16.

BOCCALANDRO, M. P. R. (2000) A Imaginação Semidirigida e o Seu Uso no Tratamento do Transtorno do Pânico: relato de caso, Boletim Clínico da Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic da PUC-SP, vol 9, setembro, Gráfica-PUC-SP, pp. 30-35.

BOCCALANDRO, M. P. R. (2001) O Jardim Interno. Boletim Clínico da Clínica Psicológica Ana Maria Poppovic da PUC-SP, vol 11, novembro, Gráfica-PUC-SP, pp. 60-75.

CARVALHO, M. M. M. J. de (coord.) (1994) Introdução à Psicooncologia no Brasil, Campinas-SP: Editorial Psyll.

EPSTEIN, G. (1989) Imagens que Curam, Rio de Janeiro: Xenon Editora e Produtora Cultural Ltda.

PARFITT, W. (1994) Elementos de Psicossíntese, Rio de Janeiro: Ediouro.

PÉREZ-RAMOS, J. (2001) A Psicologia Positiva: novas perspectivas e tendências. Boletim da Academia Paulista de Psicologia, 21, nº3-01, julho-setembro, pp.17-20.

RAMOS, D. G. (1995) A Psique do Coração - uma leitura analítica do seu simbolismo. São Paulo: Editora Cultrix.