TH 29: As três retas
perpendiculares nos pontos médios aos lados de um triângulo ou passam
por um mesmo ponto, ou são paralelas divergentes ou paralelas
assintóticas num mesmo sentido. |
Demonstração |
Hipótese: Seja o triângulo
de lados
,
e
e
pontos médios respectivamente M, N, L. |
Tese: Ou as retas perpendiculares à M, N e
L passam por um mesmo ponto I (caso 1); ou são paralelas divergentes
(caso 2) ou são paralelas assintóticas num mesmo sentido (caso 3). |
No do
Passo |
Passo |
Justificativa |
01 |
Seja o
triângulo ABC de lados
,
e
e pontos
médios respectivamente M, N, L. |
Hipótese |
02 |
Tracemos as perpendiculares à
por M e à
por N.
|
Construção; T 02 |
03 |
Essas perpendiculares podem sem: secantes,
paralelas divergentes ou ou paralelas assintóticas num mesmo sentido |
DH 03 |
04
|
|
1o Caso: as perpendiculares à
por M e à
por N
são secantes e se intersectam num ponto I.
|
04.1.Tracemos
e
|
Construção; I 01 |
04.2.
, pois
é comum,
(retos) e
(M é ponto
médio de ) |
T 01 |
04.3. Logo
|
04.2. |
04.4. Tracemos
|
Construção; I 01 |
04.5.
, pois
é comum,
(retos) e
|
T 01 |
04.6. Logo
|
04.5 |
04.7.Temos então que
, ou seja I é
eqüidistante dos vértices do triângulo. |
04.3, 04.6 e
P 01 |
Obs: Note que o
é inscritível na circunferência de centro I (D
22 e 04.7) |
05 |
|
2o
Caso: as perpendiculares à
por M e à
por N
são paralelas divergentes |
05.1. As perpendiculares à
por M e à
por N
apresentam uma perpendicular comum
|
TH 09 |
05.2. Tracemos H na intersecção da perpendicular
à com
e tracemos K na
intersecção da perpendicular à
com
. |
Construção |
05.3. Tracemos o ponto médio de
, denominando-o
de L. Tracemos a perpendicular à
por L. |
Construção; T 02 |
05.4. Tracemos por A, B e C as perpendiculares à
, que a
encontram respectivamente nos pontos D , E e F. |
Construção; T 02 |
05.5.
, pois
é comum,
(retos) e
(M é ponto
médio de ) |
T 01 |
05.6.,
pois é comum,
(retos) e
(N é ponto
médio de ) |
T 01 |
05.7.,
pois (por
05.5), (retos)
e (por 05.5 e
D 23) |
T 15 |
05.8. Logo
|
05.7 |
05.9.
, pois
(por 05.6),
(retos) e
(por 05.6 e
D 23) |
T 15 |
05.10. Logo
|
05.9 |
05.11. Temos então que
, ou seja, os
vértices do triângulo são eqüidistantes da perpendicular comum
. |
05.8 e 05.10 e P
01 |
05.12. O
é um
quadrilátero de Saccheri, de base
. |
DH
06 e 05.11 |
05.13. Tracemos pelo ponto médio L, de
, uma
perpendicular que encontra
em P |
Construção |
05.14.
é
perpendicular à |
TH
15 |
05.15. Logo as paralelas pelos pontos
médios dos lados do
, ou seja
,
e
, são
perpendiculares à reta
. Logo são
paralelas divergentes. |
TH
12 |
06 |
|
3o
Caso: as perpendiculares à
por M e à
por N
são paralelas assintóticas num mesmo sentido. |
Vamos provar inicialmente que a terceira
perpendicular é paralela assintótica |
06.1. Supondo que a terceira reta, perpendicular
à
, por L, seja
concorrente com a perpendicular à
por M. Sendo
assim será concorrente também com a perpendicular à
por N, o que
contraria a hipótese do 3O caso. |
04 (Caso 1) |
06.2. Supondo que a terceira reta, perpendicular
à
, por L,
tenha uma perpendicular comum com a perpendicular à
por M. Sendo
assim terá também uma perpendicular comum com a perpendicular à
por N, o que
contraria a hipótese do 3O caso. |
05 (Caso 2) |
06.3. Logo a perpendicular à
, por L é uma
paralela assintótica. |
06.1. e 06.2 |
Vamos provar que as três perpendiculares
apresentam uma transversal comum (ou seja, elas não determinam um
triângulo com seus vértices em pontos ideais), sendo portanto
paralelas assintóticas no mesmo sentido. |
|
Construção; C 04 |
06.5. Os triângulos
e
são isósceles,
com e . |
06.4 e D
16 |
|
06.6. Tracemos os pontos médios M, N e L,
respectivamente dos lados
,
e
. Tracemos as
perpendiculares à
por M e à
por N, que
encontram
respectivamente em D e E. Tracemos por L uma perpendicular à
. |
|
Construção, 06.5 e
D 24 |
06.7. As perpendiculares ao lados pelos seus
pontos médios apresentam uma transversal comum
. Logo são
paralelas assintóticas num mesmo sentido. |
06.6 |
Na Geometria Hiperbólica temos três tipos de feixes de
retas:
Caso 1: feixe constituído de todas as retas do plano passando
por um ponto, dito centro do feixe (O). |
Caso 2: feixe "próprio" constituído de todas as retas do plano
perpendiculares à uma mesma reta (a), dita linha base do feixe. |
Caso 3: feixe "impróprio" constituído de todas as retas do plano paralelas
entre si no mesmo sentido. |
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|
Propriedades:
-
Duas retas de um feixe o determinam
univocamente.
-
Dado um feixe de retas, por cada ponto do
plano (exceto o caso no qual o ponto seja o centro do feixe do
caso 1), passa uma e só uma reta do feixe.
A partir das três situações, podemos definir
respectivamente três lugares geométricos:
|
DH 09 - Circunferência que é o lugar geométrico
dos pontos eqüidistantes do centro do feixe (que coincide com o
centro da circunferência) . Ex. circunferência de centro P e raio
. |
DH 10 - Hipercírculo ou curva eqüidistante,
que é o lugar geométrico dos pontos eqüidistantes a linha base do feixe
(reta a),
que estão do mesmo lado em relação à ela. Ex. o arco A'B'C' é um
hipercírculo e apresenta como linha
base a reta a. As retas do feixe (m,n, d,c) denominam-se raios e
são perpendiculares à linha base. |
DH 11 - Horocírculo ou curva limitante, que
é o lugar geométrico dos pontos eqüidistantes do ponto ideal (H). Ex.
o arco KLM é um
horocírculo com vértice em H. As retas dos feixes denominam-se raios
e são perpendiculares à
curva limitante. |
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Finalmente podemos afirmar que por três pontos não
alinhados do plano passa uma e só uma circunferência, ou hipercírculo ou
horocírculo.
Analise a seguinte situação:
qual a relação do quadrilátero de Saccheri com uma das curvas dadas? |
Resposta |
Após a atividade 11, o Resumo foi atualizado.
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Resumo da Geometria
Hiperbólica (RGH) |
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