A nova filosofia do conhecimento

 

Na medida em que as proposições matemáticas se referem à realidade, elas não são certas, e na medida em que elas são certas, não se referem à realidade. Albert Einstein 

Podemos ser “absolutamente certos” somente nas nossas experiências subjetivas de convenções, na nossa fé subjetiva. K. Popper

Nenhuma experiência poderá ter o poder de verificar ou não um teorema geométrico. Henry Poincaré

 A evolução das idéias filosóficas é guiada por aquela das teorias físicas. Reichenbach

Após a apresentação das geometrias não-euclidianas e ainda da nova axiomática para a geometria euclidiana elaborada por Hilbert, a concepção kantiana é substituída pela neopositivista, elaborada inicialmente por Reichenbach, em Filosofia do Espaço e do Tempo, o qual distingue geometria matemática de geometria física. As afirmações da geometria pura apresentam validade lógica, enquanto que na geometria física suas afirmações se estabelecem empiricamente.

 

                     Reichenbach

Russell (2007) reafirma a superação das idéias de Kant:

o que pode ser conhecido, na matemática e por métodos matemáticos, é o que pode ser deduzido da lógica pura. As demais coisas que devem pertencer ao conhecimento humano devem ser verificadas de outra maneira – empiricamente, por intermédio dos sentidos ou de alguma forma de experiência, mas não a priori. (RUSSELL, 2007, p.175).

            Russell

 

Na introdução de Fundamentos da Geometria, Hilbert (2003) afirma que “o presente trabalho é uma nova tentativa para dar o enunciado dum sistema de axiomas completo e tão simples quanto possível para a geometria, e deduzir dele os teoremas geométricos mais importantes de tal modo que fique também claramente em evidência o significado dos diferentes grupos de axiomas e a projeção de cada um dos axiomas nas conseqüências que deles depois se tiram”. Com Hilbert nasce o Formalismo[1], e a matemática passa a ser considerada não uma ciência, mas uma linguagem científica. Ele lançou a Teoria da Demonstração, que consistia na transformação das teorias matemáticas em conjuntos formais e na análise metamatemática desses conjuntos para mostrar a sua coerência. Seus trabalhos influenciaram diretamente Carnap e Tarski que apresentaram significantes contribuições à lógica moderna. A teoria de Hilbert foi questionada quando Gödel (1906-1978), em 1931, “provou que é impossível estabelecer a consistência de qualquer sistema matemático amplo o possível para abarcar a aritmética dos números inteiros, pondo uma pá de cal sobre o projeto de Hilbert e sua escola” (DOMNGUES, 2002, p.53). Ele mostrou que não é possível uma completa formalização da aritmética, o que significa que o método axiomático de Hilbert considerado um instrumento imprescindível a toda rigorosa pesquisa, possui inerentes limitações.


 
Tarski
Gödel

Poincaré separava a geometria dos corpos físicos. A primeira responsável pelo entendimento e os corpos físicos se relacionando com a experiência sensível. Poincaré afirma que nem a ciência é capaz de traduzir a verdadeira natureza das coisas: “aquilo que esta pode compreender, não são as próprias coisas; como crêem os ingênuos dogmáticos, mas somente as relações entre as coisas; fora dessa relação não há realidade conhecível”.

Mas Einstein vai além, apresentando uma “geometria prática, cujo objeto é o estudo dos corpos idealizados (na medida em que são relacionados a suas propriedades geométricas), relacionados a corpos reais “acessíveis à experiência”, e que é assim uma ciência da natureza, de fato, o ramo mais antigo da física ”.  (PATY, 2005, p. 651).

Paty acrescenta que “a teoria da relatividade geral aparece, a partir de então, como essa teoria física que modifica de modo decisivo os termos do problema sobre a natureza da geometria e permite ultrapassar a oposição de Helmholtz e de Poincaré, do empirismo e do convencionalismo“ (PATY, 2005, p.657).

 Einstein

 
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REFERÊNCIAS

 

[1] “O Formalismo baseia-se na tentativa de caracterizar idéias matemáticas em termos de sistemas axiomáticos formais, desenvolvidos para eliminar a matemática clássica de seus “atalhos”. (DOSSEY, 1992, apub SOUZA, 1998, p.37)

 

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