.: A Teoria das Idéias |
Sócrates mostrara no conceito o verdadeiro objeto da ciência. Platão
aprofunda-lhe a teoria e procura determinar a relação entre o conceito e
a realidade fazendo deste problema o ponto de partida da sua filosofia.
A ciência é objetiva; ao conhecimento certo deve corresponder a
realidade. Ora, de um lado, os nossos conceitos são universais,
necessários, imutáveis e eternos (Sócrates), do outro, tudo no mundo é
individual, contigente e transitório (Heráclito). Deve, logo, existir,
além do fenomenal, um outro mundo de realidades, objetivamente dotadas
dos mesmos atributos dos conceitos subjetivos que as representam. Estas
realidades chamam-se Idéias.
As idéias não são, pois, no sentido platônico, representações
intelectuais, formas abstratas do pensamento, são realidades objetivas,
modelos e arquétipos eternos de que as coisas visíveis são cópias
imperfeitas e fugazes. Assim a idéia
de homem é o homem abstrato perfeito e universal de que os indivíduos
humanos são imitações transitórias e defeituosas.
Todas as idéias existem num mundo separado, o mundo dos inteligíveis,
situado na esfera celeste. A certeza da sua existência funda-a Platão na
necessidade de salvar o valor objetivo dos nossos conhecimentos e na
importância de explicar os atributos do ente de Parmênides , sem,
com ele, negar a existência do fieri.
Tal a célebre teoria das idéias, alma de toda filosofia platônica,
centro em torno do qual gravita todo o seu sistema.
|