Porque é que não são as pessoas da Terra que envelhecem menos?

O que acontece é que a Teoria da Relatividade Especial só é aplicável a observadores em movimento uniforme e não em referenciais acelerados. A nave espacial tem que ser acelerada até chegar a uma velocidade perto da velocidade da luz, desacelerada ao chegar perto da estrela e depois repetir o processo na direcção inversa para regressar à Terra. E, durante as acelerações, as regras da relatividade restrita não são aplicáveis e a simetria entre os astronautas e os observadores na Terra é quebrada. E o mesmo acontece no caso do relógio atómico posto em órbita. É a Teoria da Relatividade Geral que descreve o modo como o tempo se atrasa em sistemas referenciais acelerados. O cálculo da diferença final entre as idades de um astronauta e de um observador na Terra (que podia ser o seu gémeo) deverá ser realizado usando os postulados da Relatividade Geral. Mas, de facto, as contas que fizemos tendo em conta apenas a dilatação do tempo na viagem de ida e volta dão um resultado que está aproximadamente correcto. Por isso, não há na realidade nenhum «paradoxo». Como é o caso para a maioria dos paradoxos, este aparente paradoxo apenas aponta as limitações da teoria que estávamos a considerar.