Diálogos Impertinentes - A MÍDIA 25/04/2000.
Avanço tecnológico altera papel da mídia - da reportagem local O jornalista e cientista social Ciro Marcondes Filho (professor titular da ECA-USP) acha que as novas tecnologias estão alterando o papel da mídia. O também jornalista Marco Antônio Araújo (professor titular da Faculdade Cásper Líbero) concorda, mas não relaciona a mudança só ao avanço tecnológico. A mídia foi discutida no último "Diálogos Impertinentes", série promovida pela Folha, PUC-SP e Sesc. Mediaram o debate Mário Sérgio Cortela, do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC-SP, e Sérgio Dávila, então editor da Ilustrada. Para Marcondes Filho, a sociedade virtual muda a sociedade midiática anterior. Araújo, diretor de redação das revistas "Educação", "Ensino Superior" e "Fera", disse que tecnologia sempre houve. "No mundo real, o computador ainda é proibitivo e circula num extrato social limitado." Para ele, a mudança ocorre especialmente devido à autonomia do cidadão e de grupos sociais. Cita como exemplo o debate em torno do presidencialismo e parlamentarismo. "Desconheço um grande veículo de comunicação que tenha adotado a bandeira do presidencialismo. O resultado a gente viu nas ruas, no plebiscito." A imprensa deve publicar fatos particulares sobre pessoas públicas? Para Marcondes Filho, casos como o do presidente Bill Clinton não fazem parte do jornalismo brasileiro. "Não me parece que isso seja bom jornalismo." Araújo discorda: "Acho importante saber a personalidade moral de uma pessoa pública. Saber se FHC é ateu é relevante aos religiosos. Se ele quer ser político, que pare para pensar a chance que tem um ateu na vida pública." https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2705200016.htm