Editorial: A Teoria no seu Lugar
REVER número 4, ano 5, 2005

Steven Engler []

O presente número de Rever tem como foco a teoria e explora o significado de alguns conceitos e métodos importantes para o estudo acadêmico da religião. Cientistas da religião da Europa, América do Norte e Japão foram convidados a contribuir para este jornal brasileiro, pois nestas regiões a teoria da religião é mais desenvolvida e suas novas idéias podem ser úteis aqui. Assim, é importante notar que o papel da teoria varia segundo os contextos históricos, nacionais e institucionais. Por fim, o estudo da religião no Brasil tem produzido importantes idéias teóricas e promete produzir muito mais no futuro.

Os autores escrevem sobre várias das correntes atuais. A lista não é completa, mas é representativa. Os autores incluem algumas das vozes mais respeitadas no estudo global da religião e também um número de novos acadêmicos já respeitados internacionalmente. A natureza das contribuições — cada ensaio trata de um conceito, método ou tema específico — reflete uma tendência reflexiva nas atuais ciências da religião. Existem vários volumes que a refletem.[1] Neste número de Rever, observa-se que a teoria da religião tem alcançado um grau notável da sofisticação nos últimos anos. Ela vem produzindo valiosos estudos difíceis de serem ignorados.

A teoria é essencial nas ciências da religião. Em primeiro lugar, este tipo de estudo é comparativo, forçando-nos a elucidar exatamente o que deve ser comparado:

Estou convencido do dito de Max Müller: "Quem conhece um, não conhece nenhum"; isto é, ao estudar uma só religião, não se estuda a religião. É somente através de algum elemento comparativo que apreciamos aquilo que é, e não é, característica das religiões em geral, e aquilo que é específico àquela religião.[2]

Como sabemos, o conceito da "religião" é difícil de estabelecer, e a tarefa de apontar quais fenômenos são mesmo "religiões" se revela igualmente difícil. Isto, porém, não é desculpa para evitar a teoria: é um desafio que deve ser enfrentado. Como Thomas A. Tweed escreve, no livro mais significativo de teoria da religião nos últimos anos,

Os acadêmicos não podem — e não devem — evitar a reflexão sobre os termos que fixam a identidade disciplinar. Afinal, são os acadêmicos que os usam e que os definem. Nossas obrigações profissionais nos obrigam a mergulhar no debate sobre o significado e a utilidade dos termos constitutivos. Quem pretende fazer parte da uma linhagem do discurso acadêmico sobre a religião deve ser claro no uso deste termo. Neste sentido, temos um chamado: definir; e contestar as definições. Devemos oferecer pontos de vista auto-conscientes, pesquisas reflexivas do nosso horizonte disciplinar.[3]

Não importa qual seja a definição, a religião é um grupo tão complexo de fenômenos que não lhe cabe uma perspectiva única. Porém, é necessário usar várias perspectivas teóricas para interpretá-la e explicá-la:

As ciências da religião são a teoria; são os inumeráveis instrumentos conceptuais usados para "ver" a religião. Nos dois séculos passados ficou claro que o estudo acadêmico da religião não tem nenhuma Teoria da Grande Unificação (GUT) que torna nítido tudo que é religioso. E nunca terá. Cada teoria enquadra e enfoca a nossa atenção, salientando algumas coisas e deixando outras fora do quadro ou fora de foco. Assim, o campo acadêmico das ciências da religião está sempre à procura de novas teorias que poderiam fornecer novas maneiras de ver e interpretar a religião.[4]

O valor da teoria está implícito na etimologia da palavra "ver". Se "aquilo que se vê é aquilo que se consegue", então se deve pensar em como ver. Mais especificamente, o termo grego theōria se refere ao turismo, à exploração, à observação de um festival, à consulta de um oráculo, à peregrinação etc.[5] Assim visto, a teoria tanto transcende como reflete o seu objeto. A necessidade e, para alguns, a ameaça da teoria da religião se baseia nisto. Se a religião for a re-velação, então a teoria, como re-re-velação, pode parecer redundante, senão uma confiança idolátrica na capacidade humana para interpretar aquilo que é dado. Ainda, revelar é velar novamente, e não descobrir; a teoria procura não retirar o véu, mas entendê-lo tal como se apresenta. Ignorar a teoria é aceitar cegamente como dado aquilo que estudamos e como o estudamos. Receber passivamente o dado na religião faz sentido dentro de certas pistas teológicas. Mesmo aqui, alguns aspectos deste "que" e deste "como" são legados de histórias específicas: institucionais, políticas, nacionais, regionais e culturais. Mesmo que a religião tenha um núcleo invariável, os aspectos periféricos devem ser estudados nos seus contextos.[6] Uma das vantagens de estudar a teoria da religião em contexto transnacional é a oportunidade de explorar essas dimensões da sua contingência. Portanto, cabe discutir o lugar da teoria nas ciências da religião brasileiras.

O fato de se fazer pouca teoria da religião no Brasil (como no resto da América Latina) deve-se a vários fatores. A variedade e energia dos fenômenos religiosos no país conduz os acadêmicos, com toda razão, a concentrar-se na pesquisa descritiva. A estrutura acadêmica é menor, havendo poucos cientistas da religião para executar este trabalho empírico, e um número menor ainda para contemplar a teoria. O campo recebe pouco financiamento, tendo como resultado cargas pesadas de trabalho administrativo e de orientação de alunos; maior insegurança de emprego; bibliotecas débeis e acesso limitado a materiais online; e ênfase nas áreas "práticas" ou "lucrativas" da universidade (p. ex., a medicina, a lei, a engenharia, e as ciências exatas). Em conseqüência disto, o estudo acadêmico da religião no Brasil geralmente está carente do skholé, o lazer acadêmico que facilita a contemplação livre, que é mais comum nas universidades norte americanas.[7]

O tamanho e a avaliação relativa do campo refletem os fatores históricos e os fatores econômicos (o sistema universitário brasileiro é simplesmente mais pobre do que muitos sistemas do Hemisfério Norte). As ciências sociais foram estabelecidas tarde no Brasil (p. ex. a sociologia, nos anos 1930). As ciências sociais e os estudos humanistas sofreram uma repressão intensa na época da ditadura militar (1964-1985), um golpe do qual essas áreas acadêmicas ainda não se recuperaram.

As ciências da religião no Brasil tiveram desafios adicionais que diminuíram a importância da teoria da religião. As fortes conexões históricas entre a Igreja Católica e o Estado e a cultura brasileira dificultaram a separação institucional e intelectual de duas coisas distintas: (i) a prática (especialmente cristã) das religiões, e (ii) o estudo (comparativo) da religião. Isto provocou três efeitos prejudiciais nas ciências da religião no Brasil.

Primeiro, aqueles intelectuais que rejeitaram a religião por razões ideológicas (positivistas, marxistas, humanistas seculares, ateístas) rejeitaram o estudo acadêmico da religião. Sendo esta a razão primária para este campo (as ciências da religião) ser marginalizado pelas universidades federais seculares no Brasil. A maior parte de acadêmicos não-brasileiros diriam que estas instituicões seriam a sede natural do estudo não-teológico da religião.[8] Na Universidade de São Paulo, sociólogos, psicólogos e historiadores (entre outros) produzem trabalhos de excelente qualidade sobre a religião, mas a idéia de estruturar um departamento cujo foco seria o estudo interdisciplinar e comparativo da religião permanece "anatemizado".[9] Os três programas de pós-graduação em ciências da religião na cidade de São Paulo são todos de escolas confessionais: Universidade Metodista de São Paulo (UMESP); Universidade Pontifícia Católica de São Paulo (PUC/SP); e Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Em segundo lugar, a rejeição das ciências da religião pelas universidades seculares resultou na necessidade de competir pelo orçamento e pela autonomia disciplinar com os estudos teológicos, dentro de escolas confessionais. De um lado, esta coabitação forçada de teologia e ciências da religião evitou o debate distraído e infrutífero sobre "A Teologia versus As Ciências da Religião" que continua atormentando os teoristas norte-americanos da religião. À medida que a teoria da religião começa a ter uma maior base no Brasil, algumas perspectivas inteligentes das relações entre esses dois modos de estudar a religião estão começando a emergir. De outro lado, isto impediu o reconhecimento de que esses dois campos são nitidamente distintos quanto à substância, teoria e métodos. Isto resultou em muitos trabalhos teológicos rotulados inadequadamente como estudos científicos da religião.[10] O que, por sua vez, levou algumas vozes teológicas conservadoras a enxergar as ciências da religião como uma ameaça e não como um aliado natural.

Em terceiro lugar, em conseqüência destes dois primeiros fatos, a agência federal responsável pela supervisão e orçamento de programas de pós-graduação brasileiros só reconhece as ciências da religião como um elemento da teologia. A teologia tinha sido tradicionalmente categorizada como uma sub-área da filosofia, e foi considerda uma área distinta só há poucos anos atrás. A disciplina das ciências da religião está começando só agora a ser considerada uma sub-área da teologia. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é responsável pela supervisão e avaliação de todos os programas de pós-graduação no país. Discussões atuais estão tratando de revisar o documento mais recente da CAPES que categoriza as disciplinas acadêmicas brasileiras. Este documento, de discussão preliminar, lançado em setembro de 2005, não faz nenhuma menção às ciências da religião. Ele enumera quatro sub-áreas da teologia: teologia moral, teologia sistemática, teologia pastoral e ecumenismo.

Existem duas questões pertinentes. Primeiro, como mencionado acima, essa coabitação forçada com a teologia tem tanto vantagens como desvantagens. A desvantagem mais importante para as ciências da religião no Brasil é a falta do orçamento garantido que viria após o reconhecimento de CAPES. Por conseguinte, os teólogos e cientistas da religião são forçados a compartilhar uma pequena fatia de um bolo minúsculo dentro de instituições confessionais. Em segundo lugar, por várias razões, o Estado respeita a autonomia institucional e doutrinal das religiões no Brasil. Isto significa que a teologia é única entre todas as disciplinas de pós-graduação reconhecida pela CAPES que tem a autonomia em determinar os seus padrões de excelência. Naturalmente, por isto, a teologia é criticada por ser uma pseudo-disciplina dentro da universidade, por ser não totalmente acadêmica. Afinal, ela não precisa seguir os mesmos padrões rigorosos que todos os outros campos acadêmicos seguem. Isto não é necessariamente um problema para a teologia, à medida que ela segue uma agenda distinta. Mas a disciplina das ciências da religião, classificada como teologia pela CAPES, está sujeita a esta mesma exceção e a esta mesma crítica. Além do mais, este é um argumento fortíssimo para que haja uma distinção entre a teologia e as ciências da religião no Brasil: o último, e só o último, quer ser tratado, e deve ser tratado, como todas as outras disciplinas acadêmicas.

O crescimento recente da teologia e das ciências da religião no Brasil, lado a lado, sem divisão, está resultando em uma compreensão mais matizada da relação entre esses campos. Décadas de debate na América do Norte produziram um resultado inegável: não há como distinguir os dois campos facilmente. Eles podem ser vistos como ocupantes de fins opostos em vários espectros diferentes: de dentro/de fora; subjetivo/objetivo; unitário/comparativo; religioso/científico; baseado na fé/baseado na evidência; não-falsificável/falsificável; normativo/descritivo; teoricamente e metodologicamente não reflexivo/reflexivo; estabelecendo a Verdade/relativizando verdades; tradicional/moderno; revelado/construído; salvando almas/formando cidadãos; responsável face a uma igreja/responsável face a uma sociedade nacional; etc. Todas estas distinções são problemáticas; parciais, ideologicamente carregadas e ignorantes acerca da sobreposição potencial entre as ciências da religião e a teologia. Há pouco valor em insistir na distinção entre a teologia e as ciências da religião. Porém, apesar de terem muito em comun, elas tratam de certos assuntos distintos que são melhor servidos quando cada disciplina funciona a partir de uma posição institucional separada e autônoma.

Uma analogia cabível é a distinção nítida no futebol entre jogadores e torcedores (assim, parece, à primeira vista, que podemos separar os religiosos dos que estudam a religião). Porém, em um segundo ponto de vista, esta distinção fica menos nítida: há quem faz parte do jogo sem estar jogando. Por exemplo, os comentaristas de rádio e televisão, que também são parte do jogo. A separação entre quem está dentro e quem está fora fica mais complicada. Alguns sociólogos seriam bons narradores, descrevendo o jogo tão bem quanto alguns ex-jogadores fariam (assim, "comentários" sobre a religião — p. ex., dois livros muito semelhantes sobre a história litúrgica protestante — poderiam ser escritos, respectivamente, por um teólogo e um cientista da religião). Aliás, em um terceiro ponto de vista reaparece uma uma distinção importante: somente os jogadores são qualificados para entrar em campo; e somente os sociólogos são qualificados para investigar a significado social do jogo no seu contexto histórico e comparativo (precisa-se de um treinamento em métodos ciêntificos, de um quadro comparativo, e da isenção da paixão pelo time). Há, portanto, três níveis: no primeiro, há uma distinção nítida entre praticantes e observadores, jogadores e torcedores; no segundo há uma superposição entre comentaristas internos e externos, participantes e observadores; no terceiro, há uma distinção nítida entre estas primeiras duas camadas e o ramo do significado histórico, social, econômico e comparativo do futebol ou da religião.

Já que o campo acadêmico das ciências da religião está ficando mais autônomo institucionalmente e mais distintivo intelectualmente, o lugar da teoria torna-se ainda mais importante. Afinal, uma distinção importante entre os teólogos e as cientistas da religião é que aqueles não precisam falar da "religião" em geral (eles podem trabalhar com os conceitos da sua tradição única), ao passo em que estes correm grandes riscos ao evitar este assunto. O risco maior é o de fracasso de não justificar as ciências da religião como uma disciplina comparativa, internacional, interdisciplinar e baseada, sobretudo, nas ciências sociais. Sem esta justificativa, o campo corre o risco de fossilização e extinção.

A promessa da teoria nas ciências da religião brasileiras é dupla. Os acadêmicas não-brasileiros têm muito para aprender com os brasileiros em função tanto da riqueza da paisagem religiosa aqui, quanto das promessas de novos discernimentos teóricos. Estes estão começando a emergir, principalmente nos estudos do hibridismo, sincretismo e "trânsito religioso" no Brasil. Há também lições importantes — que só começam a ser formuladas — na cooperação, e não antagonismo, que prevalece, em geral, entre a teologia e as ciências da religião. A minha esperança, bem como a do meu colega e editor deste jornal, Frank Usarski, é de que esta coletânea, de obras vindas do exterior e publicadas aqui - e disponível globalmente - contribua para um maior diálogo sobre a teoria da religião e para a produção de um maior número de estudos nesta importante área.

Bibliografia

P. ANTES, A.W. GEERTZ, e R.R. WARNE (Orgs.) New Approaches to the Study of Religion. 2 vol. Berlin e New York: Walter de Gruyter, 2004.

BOURDIEU, P. Méditations pascaliennes. Paris: Seuil, 1997.

BRAUN, W. e R.T. MCCUTCHEON (Orgs.) Guide to the Study of Religion. London e New York: Cassell, 2000.

DEAL, W.E. e T.K. BEAL. Introduction. In: Theory for Religious Studies. London e New York: Routledge, 2004. xi-xv.

ENGLER, S., Afterward: Tradition's Legacy. In: S. Engler e G.P. Grieve (Orgs.) Historicizing "Tradition" in the Study of Religion. Berlin e New York: Walter de Gruyter, 2005. 357-378.

ENGLER, S. Review of P.Antes, A.W. Geertz, e R.R. Warne (Orgs.) New Approaches to the Study of Religion. 2 vol. Rever (2005). http://www.pucsp.br/rever/resenha/antes01.htm

HINNELLS, J.R. Why Study Religions? In: The Routledge Companion to the Study of Religion. London e New York: Routledge, 2005. 5-20.

HINNELLS, J.R. (Org.) The Routledge Companion to the Study of Religion. London e New York: Routledge, 2005.

PIERUCCI, A.F. Sociologia da religião: Área impuramente acadêmica. In: S. Miceli (Org.) O que ler nas ciências sociais (1970-1995). 3 vol. São Paulo: Ed. Sumaré, 1999. Vol. 2: 237-286.

SEGAL, R.A. Theories of Religion. In: The Routledge Companion to the Study of Religion. London e New York: Routledge, 2005. 49-60.

SEGAL, R.A. (Org.) Blackwell Companion to the Study of Religion. Oxford: Blackwell, 2006.

TAYLOR, M.C. (Org.) Critical Terms for Religious Studies. Chicago e London: University of Chicago Press, 1998.

THEORY. In: J.Z. Smith e W.S. Green (Orgs.) The HarperCollins Dictionary of Religion. New York: HarperCollins, 1995. 1068-1070.

TWEED, T.A. Crossing and Dwelling: A Theory of Religion. Cambridge, MS, e London: Harvard University Press, 2006.

Notas

[1] Ver M.C. TAYLOR (Org.) Critical Terms for Religious Studies; W. BRAUN, e R.T. MCCUTCHEON (Orgs.) Guide to the Study of Religion; P. ANTES, A.W. GEERTZ, e R.R. WARNE (Orgs.) New Approaches to the Study of Religion; HINNELLS, J.R. (Org.) The Routledge Companion to the Study of Religion; R.A. SEGAL (Org.) Blackwell Companion to the Study of Religion.

[2] J.R. HINNELLS, Why study religions? In: The Routledge Companion, p. 14. (Todas a traduções do inglês para o português e vice versa são minhas.)

[3] T.A. TWEED, Crossing e Dwelling, p. 33.

[4] W.E. DEAL, e T.K. BEAL. Introduction. In: Theory for Religious Studies, p. xi, ênfase original. Sobre a importância da evaliação, não só o uso, de teorias diferentes, ver S. ENGLER, Review of New Approaches.

[5] T.A. TWEED, Crossing e Dwelling, p. 190 n.13.

[6] Na recepção da tradição no caso da religião, ver S. ENGLER, Afterward. In: Historicizing "Tradition", pp. 357-378.

[7] P. BOURDIEU, Méditations pascaliennes.

[8] O programa de pós-graduação em Ciência da Religião na Universidade Federal de Juiz de Fora é uma excepção importante (o singular de"ciência" reflete debates no campo brasileiro): departamento fundado em 1969; mestrado, 1993; doutorado, 1999.

[9] Uma abertura potencial teve pouco efeito na posição da USP's. Duglas Teixeira Monteiro fundou o Centro de Estudos da Religião na USP. Junto com um grupo de antropologos da UNICAMP) também fundou, em 1977, a primeira revista acadêmica brasileira focalizada especificamente no estudo acadêmico da religião, Religião e Sociedade. Ela continua, mas não sediada na USP.

[10] Assim, A.F. PIERUCCI, affirma que a sociologia da religião no Brasil é uma "área impuramente acadêmica" devida a uma "espêcie de contaminação religiosa de uma prática intelectual que, a rigor, deveria estar profissionalmente imune àquele 'sacrifício do intelecto' que toda religião implica e requer" Sociologia da religião, In: O que ler nas ciências sociais, pp. 247.