Palavra, imagem e testemunho. Investigação em torno de uma nova política do olhar.
O projeto volta-se a três dos mais influentes autores a intervir no domínio das reflexões atuais sobre as imagens: Roland Barthes, Jean-Luc Godard e Georges Didi-Huberman. O objetivo é assinalar uma interlocução entre as partes, por vezes não imediatamente visível, e seu acordo de fundo quanto à ação testemunhal das mesmas. Trata-se mais especificamente de assinalar a interpelação que fazem à doxa escolar que formula a inacessibilidade da imagem ao trauma e, nesse sentido, seus embates, menos ou mais explícitos, com os representantes dos estudos abrigados sob a nomenclatura conceitual da “catástrofe e representação”. É inseparável desse primeiro objetivo assinalar, ainda, que compartilham o mesmo entendimento dos fatos históricos, vendo-os como sincrônicos, antes que sucessivos, e a mesma visão da imagem como ressurgente. É o que os leva a pensar que a imagem pode, sim, conduzir a memória da dor e salvar aquilo que Godard tem chamado, exemplarmente “a honra do real”. Tantas e tais afinidades devem permitir _ em suma _ , que se indique a consolidação mais ou menos recente de algumas importantes novas escolas do olhar ou novas iconologias, no âmbito de um círculo filosófico a ser reconhecido como tal.
Palavras Chave
palavra, imagem, trauma, testemunho, Barthes, Godard, Didi-Huberman.