Quando se começa a execução de um programa, o sistema automaticamente abre alguns arquivos pré-definidos:
Cada uma destas constantes pode ser utilizada como um ponteiro para FILE, para acessar os periféricos associados a eles. Desta maneira, pode-se, por exemplo, usar:
ch =getc(stdin);
para efetuar a leitura de um caracter a partir do teclado, ou :
putc(ch, stdout);
para imprimí-lo na tela.
Para se ler uma string num arquivo podemos usar fgets() cujo protótipo é:
char *fgets (char *str, int tamanho,FILE *fp);
A função recebe 3 argumentos: a string a ser lida, o limite máximo de caracteres a serem lidos e o ponteiro para FILE, que está associado ao arquivo de onde a string será lida. A função lê a string até que um caracter de nova linha seja lido ou tamanho-1 caracteres tenham sido lidos. Se o caracter de nova linha ('\n') for lido, ele fará parte da string, o que não acontecia com gets. A string resultante sempre terminará com '\0' (por isto somente tamanho-1 caracteres, no máximo, serão lidos).
A função fgets é semelhante à função gets(), porém, além dela poder fazer a leitura a partir de um arquivo de dados e incluir o caracter de nova linha na string, ela ainda especifica o tamanho máximo da string de entrada. Como vimos, a função gets não tinha este controle, o que poderia acarretar erros de "estouro de buffer". Portanto, levando em conta que o ponteiro fp pode ser substituído por stdin, como vimos acima, uma alternativa ao uso de gets é usar a seguinte construção:
fgets (str, tamanho, stdin);
onde str e' a string que se está lendo e tamanho deve ser igual ao tamanho alocado para a string subtraído de 1, por causa do '\0'.
Protótipo:
char *fputs (char *str,FILE *fp);
Escreve uma string num arquivo.
Protótipo de ferror:
int ferror (FILE *fp);
A função retorna zero, se nenhum erro ocorreu e um número diferente de zero se algum erro ocorreu durante o acesso ao arquivo.
ferror() se torna muito útil quando queremos verificar se cada acesso a um arquivo teve sucesso, de modo que consigamos garantir a integridade dos nossos dados. Na maioria dos casos, se um arquivo pode ser aberto, ele pode ser lido ou gravado. Porém, existem situações em que isto não ocorre. Por exemplo, pode acabar o espaço em disco enquanto gravamos, ou o disco pode estar com problemas e não conseguimos ler, etc.
Uma função que pode ser usada em conjunto com ferror() é a função perror() (print error), cujo argumento é uma string que normalmente indica em que parte do programa o problema ocorreu.
No exemplo a seguir, fazemos uso de ferror, perror e fputs
#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
int main()
{
FILE *pf;
char string[100];
if((pf = fopen("arquivo.txt","w")) ==NULL)
{
printf("\nNao consigo abrir o arquivo !
");
exit(1);
}
do
{
printf("\nDigite uma nova string. Para
terminar, digite <enter>: ");
gets(string);
fputs(string, pf);
putc('\n', pf);
if(ferror(pf))
{
perror("Erro na
gravacao");
fclose(pf);
exit(1);
}
} while (strlen(string) > 0);
fclose(pf);
}
Podemos escrever e ler blocos de dados. Para tanto, temos as funções fread() e fwrite(). O protótipo de fread() é:
unsigned fread (void *buffer, int numero_de_bytes, int count, FILE *fp);
O buffer é a região de memória na qual serão armazenados os dados lidos. O número de bytes é o tamanho da unidade a ser lida. count indica quantas unidades devem ser lidas. Isto significa que o número total de bytes lidos é:
numero_de_bytes*count
A função retorna o número de unidades efetivamente lidas. Este número pode ser menor que count quando o fim do arquivo for encontrado ou ocorrer algum erro.
Quando o arquivo for aberto para dados binários, fread pode ler qualquer tipo de dados.
A função fwrite() funciona como a sua companheira fread(), porém escrevendo no arquivo. Seu protótipo é:
unsigned fwrite(void *buffer,int numero_de_bytes,int count,FILE *fp);
A função retorna o número de itens escritos. Este valor será igual a count a menos que ocorra algum erro.
O exemplo abaixo ilustra o uso de fwrite e fread para gravar e posteriormente ler uma variável float em um arquivo binário.
#include <stdio.h>
#include <stdlib.h>
int main()
{
FILE *pf;
float pi = 3.1415;
float pilido;
if((pf = fopen("arquivo.bin", "wb")) == NULL) /* Abre arquivo binário
para escrita */
{
printf("Erro na abertura do arquivo");
exit(1);
}
if(fwrite(&pi, sizeof(float), 1,pf) != 1) /* Escreve a
variável pi */
printf("Erro na escrita do arquivo");
fclose(pf);
/* Fecha o arquivo */
if((pf = fopen("arquivo.bin", "rb")) == NULL) /* Abre o arquivo
novamente para leitura */
{
printf("Erro na abertura do arquivo");
exit(1);
}
if(fread(&pilido, sizeof(float), 1,pf) != 1) /* Le em pilido o valor da
variável armazenada anteriormente */
printf("Erro na leitura do arquivo");
printf("\nO valor de PI, lido do arquivo e': %f", pilido);
fclose(pf);
return(0);
}
Note-se o uso do operador sizeof, que retorna o tamanho em bytes da variável ou do tipo de dados.
Para se fazer procuras e acessos randômicos em arquivos usa-se a função fseek(). Esta move a posição corrente de leitura ou escrita no arquivo de um valor especificado, a partir de um ponto especificado. Seu protótipo é:
int fseek (FILE *fp,long numbytes,int origem);
O parâmetro origem determina a partir de onde os numbytes de
movimentação serão contados. Os valores possíveis são definidos por macros em stdio.h
e são:
Nome |
Valor |
Significado |
SEEK_SET | 0 | Início do arquivo |
SEEK_CUR | 1 | Ponto corrente no arquivo |
SEEK_END | 2 | Fim do arquivo |
Tendo-se definido a partir de onde irá se contar, numbytes determina quantos bytes de deslocamento serão dados na posição atual.
A função rewind() de protótipo
void rewind (FILE *fp);
retorna a posição corrente do arquivo para o início.
Protótipo:
int remove (char *nome_do_arquivo);
Apaga um arquivo especificado.
O exercício da página anterior poderia ser reescrito usando-se, por exemplo, fgets() e fputs(), ou fwrite() e fread(). A seguir apresentamos uma segunda versão que se usa das funções fgets() e fputs(), e que acrescenta algumas inovações.
#include <stdio.h> #include <string.h> #include <stdlib.h> int main() { FILE *p; char str[30], frase[] = "Este e um arquivo chamado: ", resposta[80]; int i; /* Le um nome para o arquivo a ser aberto: */ printf("\n\n Entre com um nome para o arquivo:\n"); fgets(str,29,stdin); /* Usa fgets como se fosse gets */ for(i=0; str[i]; i++) if(str[i]=='\n') str[i]=0; /* Elimina o \n da string lida */ if (!(p = fopen(str,"w"))) /* Caso ocorra algum erro na abertura do arquivo..*/ { /* o programa aborta automaticamente */ printf("Erro! Impossivel abrir o arquivo!\n"); exit(1); } /* Se nao houve erro, imprime no arquivo, e o fecha ...*/ fputs(frase, p); fputs(str,p); fclose(p); /* abre novamente e le */ p = fopen(str,"r"); fgets(resposta, 79, p); printf("\n\n%s\n", resposta); fclose(p); /* Fecha o arquivo */ remove(str); /* Apaga o arquivo */ return(0); }
Curso de C do CPDEE/UFMG - 1996 - 1999