O Parque D. Pedro é um dos exemplos mais contundentes das transformações
da estrutura urbana e social da cidade de São Paulo. Ele integra uma antiga
porção da várzea do Carmo, que sofreu suas primeiras interferências no
fim do século XIX, acompanhando uma série de obras de higienização da
cidade de São Paulo.
Concebido pelo arquiteto francês Bouvard, em 1911, e inaugurado nos anos
20, marcou a barreira invisível constituída historicamente, até a implantação
do metrô, entre a cidade alta, a sudoeste, e as baixadas a leste/sudeste.
Os poucos investimentos imobiliários realizados na área, como o edifício
S. Vito, sofreram rápida degradação, transformando-se em grandes cortiços
verticais, superpovoados e carentes dos serviços básicos.
Progressivamente tomado pelos sistemas de circulação avenidas, viadutos,
terminal de ônibus e metrô, o Parque D. Pedro acabaria por ser inteiramente
retalhado, resultando em uma gigantesca estrutura viária. Esse emaranhado
de vias encara uma dificuldade maior que simplesmente transpor um antigo
obstáculo, o rio Tamanduateí: ele transpõe a área central, conectando
todas as regiões. Pode-se dizer que é o nó de vias da metrópole paulistana.
Atualmente, a área é ocupada por um grande terminal de ônibus, áreas de
comércio ambulante e espaços ainda arborizados. O uso institucional público
é presente, encontrando-se na área a sede da Prefeitura e a Casa das Retortas,
onde se localizam vários órgãos municipais.
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