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 arte/cidade - zona leste
 
 
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As intervenções arquitetônicas de Hannes Forster desorganizam o espaço, sugerindo outras configurações e usos. São paredes de alvenaria, desequilibradas, muitas vezes interrompidas, que parecem brotar do piso, de escadas e muros, redimensionando por completo a situação.

Os primeiros trabalhos de Forster, ainda no início dos anos 80, tinham um caráter arqueológico, assemelhando-se á vestígios de baldrames ou fundações descobertas no interior de edificações. Ficavam entre a ruína e o construído. Depois, as intervenções ganham scale e acabamento arquitetônico, passando a competir com a construção. Estruturas que se instalam diagonalmente ás colunas e paredes existentes, evidenciando sua absoluta incompatibilidade e provocando uma percepção crítica da organização do espaço.

Hannes Forster trabalha nos limites da arquitetura, estressando a lógica construtiva até o ponto em que ela passa a operar contra seus próprios princípios. Suas inserções de elementos arquitetônicos _ paredes ou escadas _ no interior de edificações reconfiguram por completo os espaços, evidenciando a mecânica que governa sua organização e programas e sugerindo outras configurações e usos. São paredes de alvenaria, desequilibradas, muitas vezes interrompidas, que parecem brotar do piso, de escadas e muros, redimensionando por completo a situação.

Os primeiros trabalhos de Forster, ainda no início dos anos 80, tinham um caráter arqueológico, assemelhando-se à vestígios de baldrames ou fundações descobertas no interior das edificações. Ficavam entre a ruína e o construído. Depois, as intervenções ganham scale e acabamento arquitetônico, passando a competir com a construção. Estruturas que se instalam diagonalmente às colunas e paredes existentes, evidenciando sua absoluta incompatibilidade e provocando uma percepção crítica da organização do espaço.

Num dos galpões do Sesc, na verdade uma configuração irregular resultante da imbricação de diferentes construções, Forster propõe uma intervention que opere pelo excesso. Uma espécie de edificação, em alvenaria, extraordinariamente massiva, como as pirâmides antigas. A estrutura ocupa totalmente o espaço disponível, como que comprimindo ao limite as paredes laterais e o teto. Um volume desmedido, sugerindo também enorme peso, que parece ter proliferado daquela indiferenciação arquitetônica. Não se pode entrar nem passar, não se pode ver através. O adensamento é absoluto, evidenciando o esvaziamento das antigas instalações industriais da área, a devastação infinita do terreno-vago.