O Largo do Glicérioé uma área acimentada limitada
pelo viaduto do Glicério, pelos prédios de uma igreja evangélica e de orgãos governamentais,
um albergue e um conjunto habitacional. Este piso não conforma uma praça. É um
lugar de passagem, principalmente de automóveis.
A organização de edifícios institucionais e os viadutos recortam esse plano, impedindo
a integração do tecido urbano. Toda a região foi urbanisticamente desconfigurada,
o que afastou investimentos imobiliários e atraiu uma grande massa de população
carente e sem-teto. Aqui ocorre a maior concentração de entidades assistencialistas
(albergues, centros comunitários, igrejas) da cidade.
Um lugar onde grandes investimentos em circulação resultaram num espaço onde a
cidade formal não chega, dando margem à ocupação dessa área residual por moradores
de rua. A população que está na área é composta basicamente por alberguistas e
os moradores de rua.
O largo situa-se nos limites de diversos planos de intervenções localizadas de
revitalização da área central, como a Operação Urbana Centro, sem que essas iniciativas
tenham conseguido reorientar a ocupação da região. Ele também se localiza logo
abaixo do perímetro previsto para a área de implantação do projeto SP Tower .
Aqui se sobrepõem, portanto, a construção de grandes vias expressas, com o conseqüente
desinvestimento e ocupação informal, e as operações que pretendiam promover, nos
anos 80/90, um adensamento funcional e habitacional da região. Isolada pelos viadutos,
não pôde também ser integrada aos recentes projetos de desenvolvimento em grande
escala da Zona Leste. Uma situação que demanda proposições voltadas para a reconfiguração
de áreas adjacentes às vias expressas e, sobretudo, para novas formas de ocupação
de populações sem-teto.
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