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Radial Leste
radial

angelo venosa
josé resende
giselle beiguelman

A Av. Radial Leste, implantada nos anos 60, corta toda a região, perpendicularmente ao eixo da Av. do Estado. É através de sua implantação que se dá a integração da Zona Leste, no âmbito da restruturação viária da metrópole. A avenida, suporte de intenso fluxo de veículos, permite o acesso direto de bairros como o Belém e o Tatuapé à região centro-sul da cidade. Foi ela também que possibilitou o crescimento da cidade em direção da periferia leste. Toda a área situada nas suas margens seria reconfigurada em função do trânsito intenso e acelerado, com a instalação de comércio e equipamentos para usuários não locais. A posterior implantação do ramal leste do metrô, paralelo à Radial Leste, além das avenidas de fundo de vale, que a cortam perpendicularmente, consolidaria a estrutura metropolitana da região.
A Radial instaura uma nova escala na Zona Leste, referente ao conjunto da cidade. A largura das pistas, os viadutos, a velocidade do trânsito e os serviços conectados não têm mais relação com o desenho histórico da região, com o qual passam a conflitar.
Junto com o processo de desinvestimento econômico, ela contribui decisivamente para a conversão de largas parcelas da área em terreno vago. Uma situação que altera os parâmetros de organização e percepção do espaço urbano.
Na altura do viaduto Bresser, tem-se uma configuração que reúne todos os elementos urbanos da área: um pátio ferroviário, a Av. Radial Leste e o viaduto, transposição que conecta o bairro do Belém à Moóca, tecido urbano antes alinhavado pela Rua do Hipódromo e fraturado pelos sistemas de transporte acelerado.