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A imagem em movimento foi o grande fascínio da era que inventou o
transporte ferroviário. O trem e o cinema coincidiram em acelerar a
paisagem, da janela dos vagões se observa, como nas telas de cinema, o
mundo
passar a 24 quadros por segundo.
Marcos Ribeiro retoma o início deste processo, quando fotógrafos como
Muybridge procuravam apreender, em seqüências de imagens, a mecânica do
corpo em movimento. Aqui, porém, o processo é invertido. Algumas destas
seqüências clássicas são apresentadas num trecho ao longo da linha, para
serem vistas do trem. Centenas de fotografias, penduradas por cabos, na
altura das janelas dos vagões. Ao passar o trem, as imagens se encadeiam
em
movimento. Ao invés do dispositivo cinematográfico, em que o espectador
imóvel assiste ao desenrolar das imagens animadas, aqui temos um
espectador
que se desloca observando imagens fixas. Um desvelamento da mecânica do
cinema a partir daquilo que a inspirou: o trem.
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