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BOLETIM CLÍNICO - NÚMERO 14 - MARÇO/2003

Boletim Clínico | Psicologia Revista | Artigos


3. A Saga da Energia - Efraim Rojas Boccalandro(1) e Irene Cardotti Boccalandro Podesta(2)

A Saga da Energia é uma viagem histórica, que começamos na antiguidade chinesa e terminamos com a teoria dos Quanta de Max Planck.

Durante o percurso podemos perceber que embora cada autor em cada época modula coneitos de energia à sua imagem e semelhança, no âmago do conceito encontramos quase que uma identidade, que apesar da roupagem diferente, se mantém quase que sem modificações.

A energia Chi dos chineses antigos é uma energia universal, que anima os seres vivos. Aparece no século III a.C. como princípio da natureza de Hipócrates, princípio vital de Hahnemann que se deriva cm Bach para a energia sutil das flores, que age tanto no psíquico como no físico do indivíduo.

A energia Orgônica de Reich é conceituada também como uma energia universal e indispensável para o fluxo da vida; a bioenergia de Lowen, continuador de Reich, no próprio nome já diz que é energia de vida. O trabalho de Pethö Sandor, através dos toques sutis nos pés e pernas do paciente, visa estimular energeticamente pontos da pele que tem ressonância no sistema nervoso central, desta forma se consegue uma harmonização da energia global do organismo.

A Teoria da Relatividade de Einstein vira às avessas a física do século XIX, com seu principal físico Isaac Newton. Resumindo de maneira muito sintética, podemos dizer que o universo passa a ser nas suas diferentes manifestações, formas na verdade da velocidade, quantidade de movimento. Só que a energia como realidade é inacessível ao entendimento humano. Isto é verdadeiro, basta ver o ideograma chinês em que a energia Chi simbolizada por uma chaleira que tem o tampo levantado pela força do vapor, logo é um símbolo de ação, trabalho. O ideograma carece de símbolo na base da chaleira, o que significa que os chineses não sabiam o que era a energia básica, apenas conheciam suas manifestações.

Além das energias puramente físicas, temos as biológicas: um pirilampo contra um céu noturno nos fascina com a luz que emana do seu corpo, um peixe elétrico quando emite uma descarga pode derrubar um homem, a atividade neuroelétrica do cérebro da ordem de milionésimos de volts, comanda ações de todo nosso organismo. Tanto a energia fosforescente do pirilampo como a atividade neuroelétrica do nosso sistema nervoso são energias sutis. Além das energias puramente físicas, temos as biológicas.

ENERGIA NA ANTIGUIDADE GREGA

O velho Heráclito de Éfeso na Ásia menor teve a intuição genial de perceber tudo o que existe como uma roda de transformações. Hoje diríamos que a cruz e os quatro elementos de Heráclito constituiriam um processo de reciclagem de energia. O fogo de Heráclito pode ser visto hoje como o estado plasmático da matéria, constituído por íons altamente acelerados. Esses íons aparecem tanto quando acendemos um fósforo como quando a terra recebe, junto com os outros planetas, um vento solar, emissões de energia provenientes da coroa solar.

Afirmava Heráclito que o fogo se transforma em água, a água em terra, e da terra emana o ar, que "recicla o fogo"; podemos ver esse processo como uma permanente realimentação semelhante ao que afirmou Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma". O princípio de fogo (energia fogo) de Heráclito foi retomado por Hipócrates como Princípio de Natureza (energia vital).

"Ele postula o princípio da homeopatia: "semelhante cure semelhante".

Que significa isso?

Temos de observar a natureza. Para que o semelhante cure. A doença é o desequilíbrio do Princípio de Natureza, porque para ele, natureza é uma energia, que faz parte de todos os seres vivos. E que vai ter a possibilidade de voltar ao equilíbrio, ou seja, à saúde, à harmonia.

Hipócrates elaborou um corpo doutrinário de mais de 260 aforismos, que são princípios e postulados da prática médica. A primeira postulação que ele dá é:

"O semelhante cure semelhante". Há uma harmonia na natureza. Quando essa se desequilibra, temos de agir sobre esse princípio da natureza.

É interessante que, assim como Heráclito, Hipócrates também propõem aforismos. E Hahnemann, posteriormente, numa palestra sobre homeopatia, catalogou uma série de princípios de ação para os médicos, uma série de conhecimentos básicos para os homeopatas, e, o mais importante, o princípio vital. É ele que consegue restabelecer o equilíbrio perturbado na doença.

Isso já era falado por Hipócrates. Os médicos não devem contrariar a natureza. Devem ajudar a restabelecer o equilíbrio. Por isso era contra purgativos fortes, contra sangrias, procedimentos estes que continuaram durante a Idade Média.

Hahnemann elaborou um Organon, um órgão. Nesse órgão, o aforismo fazia papel de parte constituinte entrelaçada com outras partes do Organon.

Hipócrates tentou mostrar também como manter a saúde, com a ginástica e a vida saudável, o pensamento puro. Que já era recomendado no tempo de Asclépio: pensamento puro, ação pura, a vida saudável, o equilíbrio e a harmonia, saúde. Os mesmos tipos de conceito.

De outro lado, a ligação íntima entre elemento, humor e temperamento já nos dá uma visão claramente psicossomática, antecipando-se a Hahnemann que conseguiu melhorar ainda mais essa conceituação.

No início do século XX, um médico francês Leon Vannier, que trabalhou com os conceitos homeopáticos mais recentes, falou de psicossomática. Esses conceitos de Vannier se mantêm firmes até hoje. A interação psique-corpo, corpo-psique tem sido retomada, a partir de 1980, até hoje. E tem se podido comprovar como corretas as afirmações de Vannier de 1930.

Falta, no entanto, no princípio psicossomático, uma dosagem maior do fator intuitivo-noético. Ainda estamos muito impregnados do modelo mecanicista, positivista da Ciência. Ainda há gente que quer observar, sem interpretar. Como se isso fosse possível."

Hipócrates recebe duas vertentes dos antepassados: uma mítica e uma de observação de acompanhamento, de tratamento específico.

O CONCEITO DE ENERGIA NA ANTIGUIDADE CHINESA

Para os chineses a energia Chi é baseada na concepção taoísta que postula uma energia universal (Chi) que se desdobra em duas modalidades diferentes, Yin e Yang, que no entanto podem transmutar-se: "o excesso de Yin se transforma em Yang e o excesso de Yang se transforma em Yin". No corpo humano essas duas modalidades de energia circulam através dos chamados meridianos, que são vias virtuais de condução dessas energias sutis e cujo equilíbrio ou desequilíbrio ocasionarão saúde ou doença.

O Tao é um princípio filosófico que tem dois aspectos:

"como Princípio-origem, yuang-ché, de que emerge o cosmos, que a tudo anima sem que por qualquer coisa existente seja animado, sem conteúdo substancial e, pois, sem identidade, por não ser definível em termos materiais e espaço-temporais.

Como Poder, presente à vida, dotado da força de iniciar, continuar e concluir a ação como a que se descobre na capacidade de estruturação de partículas para a formação do átomo"

Existe um símbolo gráfico do Tao, o Kua que consiste em "uma parte negra - Yin - e outra branca - Yang. Yin, negativo, feminino, frio, úmido; Yang, positivo, masculino, quente e seco, duas forças cósmicas cujas superfícies são rigorosamente iguais, e um círculo que os rodeia que é o Tao, princípio superior ou conciliador. A parte negra encerra um ponto branco e a parte branca, um ponto escuro, para demonstrar que qualquer que seja o elemento do mundo criado, não é ele absolutamente positivo ou negativo.

A manifestação dessas duas forças é observável em toda a criação. O sol e as estrelas, do ponto de vista taoísta, são Yang. A lua e os planetas, Yin. O homem, o dia, o movimento, são Yang. A noite, a mulher, o repouso, são Yin."

Estudos recentes tem comprovado de forma indireta a existência dessas correntes de energia sutil no organismo humano. Foi possível comprovar que nos chamados pontos de acupuntura que foram conhecidos pelos chineses há uns 38 séculos aparece uma diminuição da resistência da pele que facilita a passagem dessas energias sutis.

ENERGIA DE CURA PELA IMPOSIÇÃO DAS MÃOS

O primeiro terapeuta que usa mãos de cura é Quirão, o centauro filho de Cronos com a oceânida Fílira. Conta o mito que Cronos apaixonou-se por Fílira e tentou possuí-la, só que Fílira não quis ceder ao desejo de Cronos e se transformou em égua. Rapidamente Cronos se transformou também em garanhão e acabou possuindo Fílira. Dessa união nasceu Quirão, aquele que trabalha com as mãos. Etimologicamente Kheir, mão, de onde Kheirurgos: o que trabalha, o que age com as mãos.

Continuando com o mito, Fílira encaminhou Quirão para aprender medicina com Apolo, pois sendo filho de Cronos, o tempo que conhece o presente, o passado e o futuro, precisaria desenvolver sua vocação de sábio. Foi mestre de Asclépio, o grande médico que conseguiu ressuscitar mortos, de Peleu, Aquiles, Jasão e outros heróis míticos. Ensinava aos seus discípulos música, a arte da guerra e da caça, a ética e a medicina.

Heracles perseguia ao centauro Élato, quando este se refugiou na gruta de Quirão. Heracles atirou contra Élato e sua flecha envenenada com o sangue da medusa, atingiu seu coração e transpassando-o feriu acidentalmente Quirão. A ferida doía terrivelmente e a partir daí, movido pela compaixão, conseguiu ajudar melhor seus pacientes e ser um médico melhor ainda. As mãos de cura, constituem privilégio de pessoas possuidoras de grande energia etérica. Quando se faz Kirliangrafia (fotos Kirlian), aparecem cores que são efeito da vibração eletromagnética no filme colorido.

A vibração eletromagnética também recebe o nome de aura que constitui aspecto fotografável do corpo etérico. No comum das pessoas, essa vibração eletromagnética não chega mais do que uns dois centímetros na periferia dos dedos; em pessoas dotadas de grande energia etérica, essa aura pode chegar a uma distância de 50 a 60 cm ou mais, isto permite ao curador realizar energizações sem encostar na pessoa ou na água.

O grande mestre da cura pela imposição das mãos foi Jesus, o Cristo, que durante sua vida terrena realizou muitas curas utilizando-se da energia etérica à distância e também colocando seus dedos em partes do corpo do paciente. No Novo Testamento da Bíblia, é relatada a cura de dois cegos, por Jesus, o Cristo:

"Como saísse de Jericó, uma grande multidão o seguia. E eis que dois cegos, sentados à beira do caminho, ao saberem que era Jesus quem passava, puseram-se a gritar: "Senhor Filho de David, tem compaixão de nós!"

A multidão os repreendia para que se calassem. Mas eles gritavam com mais força ainda: "Senhor Filho de David, tem compaixão de nós!". Jesus deteve-se, chamou-os e lhes disse: "Que quereis que eu faça por vós?", eles lhe dizem: "Senhor, que nossos olhos se abram!"

Tomado por compaixão, Jesus lhes tocou os olhos e imediatamente recuperaram a vista. E eles o seguiram"

Consideramos importante esclarecer o sentimento de compaixão, quem é compassivo sente a dor do outro como se fosse dele mesmo, é uma ressonância psíquica que leva o compassivo a tentar diminuir ou tirar a dor do outro.

A imposição das mãos, ou seja, a obtenção de efeitos terapêuticos pela utilização da energia etérica teve um grande expoente em Mesmer. Ele conseguia que pessoas que o procuravam entrasse em estados de hipnose sem tocá-las. À essa energia etérica deu o nome de magnetismo animal, afirmando que esse magnetismo tinha um forte poder de cura. Chegou a magnetizar uma corda que pendurou num galho duma árvore em Paris para que seu magnetismo estivesse à disposição de quem precisasse.

Os curandeiros naturais que operam pela imposição das mãos, passam para os pacientes estímulos energéticos sutis, que tem sido demonstrado; "restauram enzimas danificadas com efeito semelhante à dos campos magnéticos de alta intensidade. Isto sugere que as energias vitais sutis dos curandeiros parecem ter principalmente propriedades magnéticas! Esta é uma revelação verdadeiramente fascinante quando se considera que, na época dos experimentos curativos de Franz Anton Mesmer, realizados no século XVIII, na França, essa prática era chamada de "cura pelo magnetismo" . Isto fica mais surpreendente porque na época de Mesmer não existiam aparelhos que pudessem medir magnetismo.

A CURA PELA IMPOSIÇÃO DAS MÃOS NO REIKI

Mikao Usui, monge cristão, que dirigia uma pequena universidade cristã em Kioto, recebeu um dia uma pergunta que não soube responder: "como fazer para sanar doenças 'a maneira de Jesus, o Cristo?" Mikao não se conformou em não saber, e depois de ter aprendido o sânscrito e o chinês, encontrou um antigo texto escrito em sânscrito por um discípulo de Buda que continha os símbolos e a descrição de como Buda curava.

Meditando na montanha sagrada Kuriyama, depois de 21 dias de meditação e jejum "Sucedeu, então, que uma intensa luz branca o golpeou de frente e os símbolos, que até então não sabia aplicar, tornaram-se claros ao seu espírito aparecendo uma outra vez em meio a resplendores dourados. O jejum e a meditação ampliaram as fronteiras da sua consciência"

A primeira aplicação que Mikao fez do seu poder de cura, foi com ele mesmo, pois, na pressa de voltar ao mosteiro e comunicar a descoberta aos outros monges, bateu o pé numa pedra e ficou ferido. Aplicando as duas mãos ao pé ferido, conseguiu estancar o sangue e aliviar a dor.

A partir daí utilizou essa energia de cura para sanar inúmeras pessoas, percebendo que isso não era o bastante, procurou seguidores aos quais transmitiu o seu saber. Entre esses se destacou Chujiro Hayashi, continuador da obra espiritual de Mikao.

Os cinco princípios do Reiki são:

SÓ POR HOJE, NÃO TE PREOCUPES SÓ POR HOJE, NÃO SINTAS RAIVA SÓ POR HOJE, HONRA TEUS PAIS, MESTRES E ANCIÃOS SÓ POR HOJE, GANHA A VIDA HONRADAMENTE SÓ POR HOJE, SENTE GRATIDÃO POR TODO SER VIVO

Mikao faleceu por volta de 1929 e sua obra foi continuada no Havaí por Hawayo Takata, iniciada por Chujiro Hayashi.

O SISTEMA USUI DE HARMONIZAÇÃO NATURAL

"Quando aproximamos nossas mãos do corpo de outra pessoa, as energias se intercomunicam, passam de uma para outra, produzindo-se uma união energética, sendo imprevisíveis as conseqüências deste intercâmbio." Isto pode acontecer entre duas pessoas comuns, não iniciadas no Reiki. Para poder trabalhar no método Mikao Usui é importante "ter em conta que o sistema Usui não é nossa própria energia harmonizada.

Como praticantes somos canais de energia Ki, que flui através de nossas mãos para que o receptor aceite este convite de conectar-se com a harmonia cósmica, à qual pertence."

Reiki é um ideograma japonês que lido isoladamente significa Chuva Milagrosa de Energia Vital ou Chuva Milagrosa que dá Vida.

"Em alguns casos, este ideograma encontra-se reforçado por pequenas formas que representam grãos de arroz, como símbolo de vida. É a idéia de algo que vem do cosmos e que, em seu encontro com a terra, produz o milagre da vida. Leia detidamente e trate de sentir em você esta idéia: Chuva Maravilhosa que produz o milagre da vida. Trata-se de sentir, não de pensar.

Sinta em você as seguintes idéias:

Energia Orgônica Princípio Vital Princípio de Natureza Prana Energia Bioplasmática Mana Sopro de Vida Energia Vital Universal Energia Cósmica Chuva Milagrosa Espírito Santo Grande Espírito Universal

A conjunção REI e KI do ideograma dá toda uma idéia de pertinência e de ida e volta, algo assim como a comunhão entre uma energia superior com uma mais terrena, porém que se pertencem mutuamente"

A EXPERIÊNCIA DE GRAD

"(...) Grad estava interessado em descobrir se as pessoas que praticam curas psíquicas realmente produziam sobre os pacientes efeitos energéticos maiores do que aqueles que poderiam ter sido causados pela crença ou pelo "carisma". Ele queria separar os efeitos fisiológicos das emoções (o assim chamado efeito placebo) dos verdadeiros efeitos energéticos sutis sobre os sistemas vivos. Para estudar esse fenômeno ele criou uma série de experimentos nos quais os pacientes humanos foram substituídos por plantas e animais, a fim de eliminar os conhecidos efeitos da crença.

O trabalho de Grad que mais nos interessa aqui é aquele realizado com sementes de cevada. Para criar uma "planta doente", Grad pôs sementes de cevada de molho em água salgada, o que, como se sabe, retarda o crescimento da planta. Em lugar de trabalhar diretamente com as sementes, Grad fez com que uma pessoa supostamente dotada de poderes de cura fizesse um tratamento de imposição das mãos sobre um recipiente fechado contendo a água salgada que seria usada para a germinação das sementes. As sementes de cevada foram colocadas pelos assistentes de laboratório em água salgada retirada de recipientes tratados ou não tratados, os quais haviam recebido etiquetas que os designavam arbitrariamente como "Um" e "Dois". Somente Grad sabia identificar corretamente as garrafas de água salgada.

As sementes foram separadas em dois grupos, diferindo apenas quanto à água salgada com que cada grupo foi inicialmente tratado. Depois do tratamento salino, as sementes foram colocadas numa estufa, onde o processo de germinação e crescimento foi atentamente acompanhado. A porcentagem de sementes que germinaram foi calculada e fez-se uma comparação estatística entre os resultados obtidos nos dois grupos. Grad verificou que as sementes submetidas à água tratada germinavam com maior freqüência do que aquelas do grupo salino de controle.

Depois da germinação, as sementes foram colocadas em potes e mantidas em condições semelhantes de crescimento. Ao término de várias semanas, as plantas foram estatisticamente comparadas quanto à altura, tamanho das folhas, peso e conteúdo de clorofila. Grad verificou que as plantas regadas com a água tratada eram mais altas e tinham um maior conteúdo de clorofila. Seu experimento foi repetido diversas vezes no mesmo laboratório com resultados positivos semelhantes. Depois da publicação do trabalho de Grad outros laboratórios norte-americanos conseguiram reproduzir seus resultados utilizando diferentes pessoas para o tratamento da água salgada.

(...) o ângulo de ligação atômica da água havia sido ligeiramente alterado. As pequenas alterações na estrutura molecular da água tratada pelo curandeiro também produziram uma diminuição na intensidade das ligações por pontes de hidrogênio entre as moléculas de água. Os testes confirmaram que a água tratada pelo curandeiro havia apresentado uma significativa diminuição na tensão superficial, resultado das alterações nas ligações por pontes de hidrogênio entre as moléculas de água energizadas. Curiosamente, a água tratada com imãs apresentou não só diminuições semelhantes na tensão superficial como também efeitos positivos na estimulação do crescimento de plantas."

A CURA PELA HOMEOPATIA

"(...) Na homeopatia, quanto mais diluída a dosagem da droga, mais potentes são os seus efeitos. Embora as soluções usadas para produzir os remédios homeopáticos sejam tão diluídas que provavelmente não chegam a conter uma única molécula da substância original, ainda assim elas aparentemente têm poderosos efeitos curativos. Isso parece paradoxal, na medicina tradicional, tendo em vista a necessidade física de um número adequado de moléculas para se alcançar o desejado efeito terapêutico.(...)"

O processo de elaboração do remédio homeopático se inicia com uma solução saturada da substância medicamentosa. Um cm³ de solução saturada é diluída com 99 cm³ de hidroálcool, essa solução constitui a 1a centesimal. Dessa 1a centesimal se tira 1 cm³ que se dissolve em 99 de hidroálcool chegando-se a 2a centesimal. A quantidade de substância medicamentosa na 1a centesimal é 1/100, na 2a, uma parte de substância medicamentosa para 10.000 de solução ( 1/100 x 1/100 = 1/10.000 ). Prosseguindo esse processo de diluição, quando se chega na 13a centesimal já não há mais substância medicamentosa na solução. Parte fundamental do processo de elaboração do remédio é a sucussão, ou seja, batidas fortes que se dão à solução para "dinamizar" o remédio.

Utilizando-se a experiência de Grad, podemos supor que com a sucussão se obtém um modelo vibracional, na solução homeopática que aumenta em cada nova sucussão. Chegamos a um resultado surpreendente pois a cada nível de diluição há uma maior potência do remédio.

O princípio fundamental estabelecido por Hahnnemann é o da semelhança: as substâncias que determinam sintomas doentios em pessoas sãs, curam esses mesmos sintomas em pessoas doentes, só que ele descobriu que o poder terapêutico aumentava com diluições repetidas da substância terapêutica. A explicação de Gerber é plausível para compreender melhor o poder de cura do remédio homeopático, baseando-se nos experimentos de Grad, ou seja, as alterações das moléculas de água, devidas à presença do remédio, se transmitem pela sucussão às novas diluições mantendo-se esse padrão vibracional (terapêutico) mesmo na ausência de moléculas do remédio.

A ENERGIA SUTIL DAS FLORES

No antigo Egito já se conhecia que as flores possuem propriedades curativas e eram usadas em infusões e chás.

O criador dos florais foi Eduardo Bach, médico inglês que logo depois de sua formatura se deparou com a medicina homeopática de Hahnemann, que foi por ele assimilada à sua própria prática clínica. Usou a homeopatia como tratamento preventivo ou curativo dos efeitos de remédios químicos.

Aos 31 anos de idade, por causa de uma hemorragia, foi operado possivelmente de câncer no estômago. O prognóstico médico foi que ele não teria uma sobrevida maior do que três meses. Lutou com sucesso contra esse prognóstico e conseguiu recuperar a saúde. Posteriormente Bach afirmou "quando você tem uma doença incurável ou uma doença séria, se você tem um propósito de vida e força de vontade, você acaba vencendo a doença."

Depois da recuperação de sua saúde, Bach passou por uma transformação psíquica e espiritual e dedicando-se à pesquisar o poder curativo das ervas.

Observando o comportamento de seus pacientes no seu consultório em Londres, percebeu de forma clara as conseqüências de determinadas características psicológicas no organismo das pessoas. Viu de forma consistente o aparecimento de úlcera em pessoas ansiosas.

Em 1928, Bach deixou a clínica de Londres e foi morar no país de Gales, no campo. Baseando-se na concepção chinesa de que o orvalho contém energia, e que no caso das flores acontece uma secreção que poderia constituir o princípio curativo do orvalho. Bach chegou a estabelecer o processo de elaboração do remédio floral.

Para Bach o homem é constituído de corpo, alma e espírito. A alma anima o corpo, por isso perturbações psíquicas podem perturbar o corpo e ocasionar doenças nele.

Bach percebeu 39 "arquétipos de cura" para 39 estados de sofrimento. A determinação do remédio floral seria dada pela analogia entre características psicológicas do doente e as propriedades curativas da essência floral.

As essências florais tem qualidades energéticas que são usadas para livrar a pessoa de características negativas responsáveis pelas doenças: medo, indecisão, falta de interesse no presente, solidão, submissão, desespero e domínio.

A seguir apresentamos um exemplo da relação analógica entre essência floral e características psicológicas. Essência 'impatiens' tem analogia com pessoas irritadiças, impacientes, o rapidinho, que vai se batendo, se machucando, está sempre roxo. Ele não deixa as pessoas fazerem nada, porque elas são muito devagar. Como a essência 'impatiens' vai ajudar a pessoa impaciente: "é uma essência que trás a qualidade positiva. Quando você dá 'impatiens' para a pessoa 'impatiens', irritadiço, rapidinho, a grande maioria, no começo, reclama que tem sono." Com 'impatiens' a pessoa consegue se centrar mais e desacelerar o seu ritmo de vida.

Para chegar a conhecer a energia sutil da flor, é necessário primeiro detectar intuitivamente a energia sutil da planta, depois pesquisá-la botanicamente. "Seu crescimento, sua relação com os insetos (atrai ou repele), sua relação com outras plantas (próxima ou isolada), sua relação com o sol (escondida ou aberta).

(...) Bach começou sozinho, fez seu trabalho sozinho. Mas hoje as pesquisas não acabam. Há mais de 500 florais. Bach achou 38, que considerou sua missão cumprida".

Atualmente os florais têm diversas procedências, há florais de Minas Gerais, Itaúnas no Brasil, florais do deserto Arizona nos Estados Unidos, do Canadá, da Austrália, da Argentina, do Havaí e do Alasca.

O poder energético das flores segundo o Gurudas citado por Gerber :

"Neste plano evolutivo, as flores foram e são a própria essência e a maior concentração de força vital contida numa planta. Elas são a experiência que remata o crescimento da planta. As flores são uma combinação de propriedades etéricas (da planta) e possuem o máximo de força vital, de modo que freqüentemente são usadas nas porções férteis do vegetal.

A verdadeira essência, naturalmente, é o padrão eletromagnético da forma da planta. Assim como há em várias plantas elementos que fazem parte do corpo físico, também existem numerosos parâmetros de energias biomagnéticas descarregadas pelas flores e por diversas outras partes das plantas. E a intensidade da força vital aumenta nas proximidades do local de florescimento...

As essências preparadas a partir de flores são meramente uma impressão etérica; nenhuma molécula da matéria física é transferida. Nesse trabalho, você lida exclusivamente com a vibração etérica da planta, com a sua inteligência. Ao iluminar a água, o sol mistura a ela a força vital da flor, a qual é transferida às pessoas quando elas assimilam essas essências vibracionais."

A ENERGIA ORGÔNICA DE REICH

Durante muitos séculos a ciência européia ficou alheia aos conceitos chineses de energia sutil Chi e suas manifestações Yin e Yang. Foi necessário o trabalho de George Soulié De Morant divulgando a medicina chinesa na Europa para que os conceitos chineses fossem aos poucos tendo aceitação.

Wilhelm Reich no início do século XX postulou a existência de uma energia cósmica muito semelhante à energia Chi dos chineses batizando-a de orgônica.

"Reich considerava que o conceito freudiano de "libido" expressava uma energia real que flui no organismo e é organizada segundo leis que se aplicam à estrutura de caráter do paciente, de acordo com uma economia tal que o sistema permite liberar ou conter montantes dessa energia. Reich postulou que os bloqueios de sensação ou sentimento aparecem desde o início da vida para serem evitadas punições ou atitudes de rejeição por parte dos pais contra a criança, sendo realmente constituídos por enrijecimentos musculares que regulam o fluxo das sensações e sentimentos.

Observou que existe um relacionamento entre a capacidade para fluir emocional e fisicamente e a descarga de sentimentos e sensações durante o ato sexual. As pessoas contidas por bloqueios são incapazes de uma descarga completa, quer dizer, são impossibilitadas de terem um orgasmo completo, mesmo que eventualmente atinjam uma liberação parcial. Estes conceitos promoveram a formalização da teoria do orgasmo e sua ligação a enfermidades e à saúde."

No início, Reich acreditava que esta energia, o orgônio, era específica aos organismos vivos, mas ulteriormente definiu-a como uma energia pré-atômica universal. Trabalhou então com os conceitos de energia e pôde desenvolver métodos físicos para desfazer os bloqueios e permitir à energia fluir através do corpo. Queria ser reconhecido como descobridor desta "energia pré-atômica universal" que denominou de orgônio, termo derivado das palavras organismo e orgasmo. De seu trabalho com a pessoa individual, ampliou os limites para englobar o meio ambiente e, depois, o cosmos. Elaborou métodos para controle e modificação do clima, e tentou compreender o funcionamento de corpos celestes em termos do conceito da energia orgônica.

Energia Orgônica:

"1) Sendo isenta de matéria, a energia orgônica em si não tem inércia nem peso. Observe-se que essa é uma das principais razões pelas quais é difícil medi-la através de técnicas convencionais.

2) Estando presente em toda parte, preenche todos os espaços, embora em graus ou concentrações diferentes. Está presente até mesmo nos vácuos.

Pesquisas subseqüentes permitiram a descoberta daquilo que denominou "bíons" - unidades básicas de energia vital - e a configuração de um novo campo de estudo; a biofísica e a energia (vital) orgônica.

Reich começou em Nova York a realizar experimentos para testar a eficácia do orgônio em casos de câncer, valendo-se de vários tipos de acumuladores de energia orgônica. As tentativas de fazer com que Albert Einstein validasse a existência dessa nova energia, efetuadas em dezembro de 1940, terminaram em poucos meses num desanimador fracasso. Só que depois Einstein, na ausência de Reich em 1941, fez um experimento básico para mostrar o efeito do aumento de temperatura na caixa chamada acumulador de orgônio (encontrou diferença de temperatura de 1- 2 oC) e admitiu ter constatado o efeito, embora tivesse dito que era possível explicá-lo em termos da transmissão de calor."

A conceituação de orgone isenta de matéria, sem inércia nem peso contradiz o achado da Teoria da Relatividade de Einstein que afirma a equivalência de massa e energia, assim como também contradiz o achado de Max Planck que postula que a menor quantidade de energia é uma quantidade de ação, portanto trabalho, constante h de Planck.

"mais recentemente, no entanto, uma diversidade de pesquisadores científicos, que trabalham independentemente em campos tão distintos quanto os da biologia, medicina, parapsicologia e biofísica, conseguiram obter evidências a respeito de energias dotadas de características surpreendentemente semelhantes, à primeira vista, com as que supostamente configuram o orgônio. Na América, estão entre esses cientistas o antigo biólogo de Yale, Harold S. Burr, L. Travitz e colaboradores, pertencentes aos quadros da William and Mary Universities, que, aparentemente, estabeleceram a existência de campos de força energéticos em torno de plantas, animais e organismos humanos.

A energia orgônica, segundo a concepção que dela fez Reich, está presente na atmosfera, relaciona-se ao sol, penetra em todos os espaços como o "éter" é absorvida por todos os organismos e é a responsável pelo movimento - de contração e expansão - de todos os seres vivos. Flui através dos organismos, cria um campo em torno deles e pode ser transmitida de um organismo para o outro (entre seres humanos pela imposição das mãos, por exemplo).

Governa o organismo total e se expressa nas emoções assim como em movimentos estritamente biofísicos. No orgasmo sexual, acontece uma grande descarga de orgônio, cuja função biológica é a de resgatar o equilíbrio energético do organismo. Se o fluxo de orgônio é antinaturalmente detido no seio de um organismo (por exemplo, pelo processo de formação da couraça de caráter), aparecerão as enfermidades. Crê-se que o orgônio tem uma poderosa afinidade com a água. Mantém unidos os elementos úmidos das nuvens. É o elo básico entre a matéria orgânica e a inorgânica.

Raknes: "uma vida sexual saudável depende de uma completa descarga convulsiva da energia sexual no encontro sexual com um parceiro amado (...) ao lado de uma momentânea perda da consciência. A capacidade para essa experiência foi por Reich denominada potência orgástica" (Raknes, p. 23)

"A função da tensão e da carga é característica não só do orgasmo. Aplica-se a todas as funções do sistema autônomo de vida. O coração, os intestinos, a bexiga urinária, os pulmões, todas as funções são concordes a esse ritmo (...) Essa fórmula biológica básica abrange a essência do funcionamento vivo. A fórmula do orgasmo apresenta-se como a fórmula (básica) da vida enquanto tal. (Gallert, pp 61-62)" .

O Reich fez experiências que o levaram a propor o "bíon", vesículas de energia e, em sua tendência a se organizarem em células como os protozoários, viu a demonstração da origem da própria vida. Os bíons SAPA (derivados de areia da praia que formavam bolsas de vesículas com grande poder de refração da luz e de cor azul) apresentaram poder de matar ou paralisar células cancerosas. Estes bíons SAPA emitiam radiação orgônica que ocasionava aos pesquisadores que olhavam pelo microscópio irritação nos olhos e conjuntivite das pálpebras, numa extensão muito maior do que a que acontecia com o uso do microscópio para a observação de outros objetos, durante um tempo igual. "(...) esse foi o primeiro efeito registrado, um outro efeito registrado dessa radiação foi quando colocaram as culturas de bíons SAPA numa lâmina de vidro apoiada na palma da mão, produziam descoloração da pele e, depois de aplicações repetidas, um problema inflamatório e doloroso era desencadeado na palma da mão.

O ar da sala onde as culturas estavam guardadas tornava-se extremamente "pesado" e as pessoas que ali permaneciam tinham dor de cabeça, se as janelas ficassem fechadas apenas uma hora que fosse (Gallert, p 63)"





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