Lançamento de livros
O lançamento de livros na Adhilac se dará mediante o envio de ficha catalográfica, sinopse e uma imagem da capa do livro. Os autores podem enviar mais de um volume. Os livros devem ser de lançamento recente. Para tanto, entre em contato com o Arthur Serra. E-mail: arthurguilhermeserra@gmail.com
A face oculta da Venezuela: do controle operário da produção à hegemonia de Chávez.
DAMASCENO, Fernando Sérgio. A face oculta da Venezuela: do controle operário da produção à hegemonia de Chávez. São Paulo: ILAESE, 2015. 420p Sinopse: O século XXI foi marcado por um dos maiores feitos da classe trabalhadora na história recente, que, embora cheio de experiências valiosas para a luta de classes, é pouco conhecido ou ignorado: o controle operário na PDVSA, na Venezuela, em 2002. Entre as suas maiores lições, esse acontecimento é a prova cabal de que as contradições e dinâmicas sociais capitalistas gestam, também, possibilidades de rupturas da classe trabalhadora com essa forma de ser social. Aliás, o levante dos explorados é a singularidade por onde se trilha a história das humanidades, e aquele feito é indiciário de que, apesar das determinações, a história ainda está em aberto para o horizonte (nublado) pós-capitalismo. Entretanto, esses sujeitos são invisibilizados como sujeitos históricos de seu tempo que são; a história sempre é contada pela perspectiva épico-individualista. Na contramão das narrativas dos grandes heróis, essa obra busca não só dar memória ao movimento classista que, pela primeira vez na América latina, derrotou o golpe militar apoiado pelos Estados Unidos, como também traz uma análise original da ascensão do chavismo naquele país. Primeiramente, esse livro tem o mérito de trazer um trabalho de minuciosa pesquisa, desde pesquisa no acervo dos principais periódicos do país, a entrevistas com os trabalhadores que participaram dessa façanha, quadros do Governo na época, como o ministro de governo e dirigente da central CTV, Central que apoiou o golpe, documentos e materiais produzidos pela PDVSA, produções acadêmicas sobre os recursos petrolíferos no país da universidade de Barquisimento, documentos do movimento sindical La Jornada, entre outros. Enfim, tem-se aqui uma rica fonte de investigação, mesmo para aqueles que chegam a conclusões diversas. Em abril de 2002, a direita tradicional venezuelana dava marcha ao que considerava ser o golpe final para a derrubada de Chávez da presidência. O país padecia de grande instabilidade política e, historicamente, tinha o curso definido por sucessivos golpes militares. Esse, portanto, seria mais um. Ocorre que, a essa altura, o movimento popular e operário dispunha de organicidade bastante para mudar os rumos daquela predestinação e derrotou, às custas do sangue de centenas dos seus, mais essa tentativa de golpe. Após esse feito, Chávez tenta uma conciliação com os golpistas, isentando-os de punição. Essa bonificação para os sanguinários golpistas lhe rendeu a tentativa de mais um golpe, em dezembro do mesmo ano, orquestrado a partir da alta direção da PDVSA. A tática consistia em paralisar a indústria petrolífera do país, o que ficou conhecido como Paro Petroleiro, que seria o equivalente ao lockout, greve patronal no Brasil. Isso, sem dúvidas, levaria a Venezuela ao colapso, uma vez que a produção dos hidrocarbonetos era responsável por mais de 70% da sua economia. Os golpistas chegaram a paralisar todas as refinarias: Bajo Grande, El Palito, San Roque, Puerto La Cruz e, inclusive, a de Paraguaná, no estado Falcón, a maior do mundo até então. A prospecção, condução, refino, transporte marítimo, tudo paralisou. Demais disso, o combustível para abastecimento local e mesmo o gás de cozinha deixaram de ser distribuídos, o que levou o país à fome e à atrofia geral. Embora o movimento popular e operário tivesse mostrado sua força ao enfrentar a abissal superioridade bélica dos oponentes e sofrendo o fuzilamento de centenas dos seus sem, contudo, recuar, o Paro Petroleiro mirou a espinha dorsal daquela economia e desempenhava com afinco as auto-sabotagens e perseguições. O plano maligno era genial e ia bem, mas eis que as determinantes se chocaram com o aleatório, como acontece nas fases de transição estruturais de uma sociedade: operários petroleiros assumem o controle da produção e mais uma vez colocam o país no colo de Chávez. Essa efervescência pré-revolucionária teve como protagonistas operários petroleiros da refinaria da cidade de Puerto La Cruz que estavam organizados em uma corrente sindical clandestina, a La Jornada. A partir da consciência de classe desses trabalhadores, eles conseguiram ganhar a consciência de mais trabalhadores daquele local e também ganhar apoio popular, com destaque para os Círculos Bolivarianos. Assim se começava a escrever o que poderia ser um novo capítulo para a história recente da luta de classes bem aqui na Venezuela. Todavia, embora intenso e determinante para os rumos da Venezuela e do Chavismo, o Controle Operário da produção a partir da PDVSA não chega a ser nem nota de rodapé. De forma contraproducente, a história da Venezuela é narrada a partir do chavismo, ora pela demonização da direita, ora pelo endeusamento da grande maioria da esquerda, mas com um ponto de vista comum, de que Chávez fora um Governo socialista. A caracterização do Governo Chávez é um dos elementos centrais nesse processo. Nesta obra, extensas são as fontes primárias que demonstram como esse “herói bolivariano” foi habilidoso para surfar na ascensão das massas venezuelanas ao passo que forjava uma burguesia nacional e desmontava, desde adentro, as organizações revolucionárias e progressistas. Essa atuação oportunista e ambígua de Chávez e a reparação histórica a esses guerreiros anônimos caídos no esquecimento é o que se revelará nas páginas que dão vida à A face oculta da Venezuela: do controle operário da produção à hegemonia de Chávez. |
A educação nos projetos de Brasil: espaço público, modernização e pensamento histórico e social brasileiro nos séculos XIX e XX.
PEREIRA, Elaine Aparecida Teixeira; FARIA FILHO, Luciano Mendes de; DAROS, Maria das Dores; BARRETO, Raylane Andreza Dias Navarro. A educação nos projetos de Brasil: espaço público, modernização e pensamento histórico e social brasileiro nos séculos XIX e XX. Ebook. Belo Horizonte: Fino Traço, 2021. Sinopse: Livro gratuito. Link de acesso ao livro: |
Caminhos para a integração regional na América Latina: uma perspectiva histórica sobre política externa – Brasil e Venezuela (2003-2010)
SILVA, Robson Santiago da. Caminhos para a integração regional na América Latina: uma perspectiva histórica sobre política externa – Brasil e Venezuela (2003-2010). Curitiba: CRV, 2022. 208 p. Sinopse: |
Vozes de 1964: imprensa, militares e opinião pública
DIAS, Luiz Antônio. Vozes de 1964: imprensa, militares e opinião pública. Curitiba: CRV, 2021. 150p. Sinopse: |
Proteção ao trabalho x proteção ao trabalhador: a lógica da saúde e segurança do trabalho no período ditatorial brasileiro
MONTEIRO, Juliana Santos. Proteção ao trabalho x proteção ao trabalhador: a lógica da saúde e segurança do trabalho no período ditatorial brasileiro. 1. ed. Jundiaí: Paco, 2018. 176p. Sinopse: |
CIA. Docas de Santos: eternamente em berço esplêndido.
SANTOS, Adriana Gomes; FERNANDES NETO, Antônio. CIA. Docas de Santos: eternamente em berço esplêndido. Responsabilidade empresarial na repressão aos trabalhadores na Baixada Santista. São Paulo: Sudermann, 2020. 336p. Sinopse: |
Educação e luta de classes: a experiência da educação na Comuna de Paris (1871)
ALMEIDA, Jane Barros. Educação e luta de classes: a experiência da educação na Comuna de Paris (1871). Campinas, SP: Editora Alínea, 2016. 242p. Sinopse: |
Roberto Menescal: um arquiteto musical
MENESCAL, Claudia. Roberto Menescal: um arquiteto musical. São Paulo: Futurama Editora, 2020. 288p. Sinopse: |
Ascensão e queda do paraíso tropical
RAGO, Margareth, Org.; VARDOVSKAS, Luana Saturnino, Org.; PELEGRINI, Mauricio, Org. Ascensão e queda do paraíso tropical. Posfácio de Pedro Paulo A. Funari – São Paulo: Intermeios: 2021. 234p. Sinopse: |
As marcas da pantera: percursos de uma historiadora
RAGO, Margareth. As marcas da pantera: percursos de uma historiadora. São Paulo: Intermeios: 2020. (Coleção Entregêneros). 516p. Sinopse: |
Devir quilomba: antirracismo, afeto e política nas práticas das mulheres quilombolas
ALMEIDA, Mariléa de. Devir quilomba: antirracismo, afeto e política nas práticas das mulheres quilombolas. São Paulo: Elefante, 2022.. Sinopse: |
Formação e diferença: a crítica brasileira entre a formação nacional e a antropofagia
MECIANO, Raphael. Formação e diferença: a crítica brasileira entre a formação nacional e a antropofagia. 1 ed. – Campinas, SP: Ofícios Terrestres Edições, 2021. Sinopse: |
Louise Michel: pertenço à Revolução Social
LODI, Samantha. Louise Michel: pertenço à Revolução Social. 1 ed. – São Paulo: Entremares, 2022. 160p. Sinopse: |
Ditadura, anistia e transição política no Brasil (1964-1979)
LEMOS, Renato Luís do Couto Neto e. Ditadura, anistia e transição política no Brasil (1964-1979). Rio de Janeiro: Consequência, 2018. 544p. Sinopse: |
Empresariado e Ditadura no Brasil
CAMPOS, Pedro Henrique Pedreira, Org.; BRANDÃO, Rafael Vaz da Motta, Org.; LEMOS, Renato Luís do Couto Neto e, Org. Empresariado e Ditadura no Brasil. Rio de Janeiro, RJ: Consequência Editora, 2020. 512p. Sinopse: |
Remoções de favelas no Rio de Janeiro: empresários, Estado e movimento de favelas: 1957-1973
PESTANA, Marcos Marques. Remoções de favelas no Rio de Janeiro: empresários, Estado e movimento de favelas: 1957-1973. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2022. 368p. Sinopse: |
Nas teias da diplomacia: percursos e agentes da política externa brasileira no século XIX
SILVA, Ana Paula Barcelos da; PASSAREI, Gabriel (Orgs.). Nas teias da diplomacia: percursos e agentes da política externa brasileira no século XIX. 1 ed. Rio de Janeiro: Mauad X, 2022. 276p. Sinopse: |
O legado de Marte: olhares múltiplos sobre a Guerra do Paraguai
FERREIRA, Leonardo da Costa; LOUREIRA, Marcello José Gomes; ARIAS NETO, José Miguel (Orgs.). O legado de Marte: olhares múltiplos sobre a Guerra do Paraguai. 1 ed. Curitiba: Apris, 2021. 431p. Sinopse: |
Da corte ao confronto: capítulos da história do Brasil oitocentista
DANTAS, Monica Duarte (Org.). Da corte ao confronto: capítulos da história do Brasil oitocentista. Belo Horizonte: Fino Traço, 2020. 338p. . Sinopse: |
O instituto da naturalização – Mercadores-banqueiros na conjuntura comercial da América dos Áustrias
AVELINO, Yvone Dias. O instituto da naturalização – Mercadores-banqueiros na conjuntura comercial da América dos Áustrias. São Paulo: e-Manuscrito, 2021. 139p. Sinopse: |
Tecituras das cidades: história, memória e patrimônio
AVELINO, Yvone Dias; GOMES, Edgar da Silva; MONTEIRO, Arlete Assumpção (Organizadores). Tecituras das cidades: história, memória e patrimônio. Rio de Janeiro: Gramma, 2019. 296p. Sinopse: |
Tecituras das cidades: História, memória e cultura
AVELINO, Yvone Dias; GOMES, Edgar da Silva; MONTEIRO, Arlete Assumpção (Organizadores). Tecituras das cidades: História, memória e cultura. São Paulo: EDUC, 2020. 444p. Sinopse: |
Tecendo histórias e memórias das cidades
AVELINO, Yvone Dias; GOMES, Edgar da Silva; NASCIMENTO, Francisco Alcides do. Tecendo histórias e memórias das cidades. São Paulo: e-Manuscrito, 2021. 276p. Sinopse: |
Cultura e sociedade na América Latina: ensaios de história intelectual
EWBANK, Alice; BARBOSA, Cairo; DEMENECH, Pedro (Orgs.). Cultura e sociedade na América Latina: ensaios de história intelectual. Porto Alegre: Class, 2022. 498p. Sinopse: |
Dos testimonios: Ricardo Ochoa y Francisco Jiménez (El Viejo Ruperto)
FIGUEROA GUERRERO, Pedro. Dos testimonios: Ricardo Ochoa y Francisco Jiménez (El Viejo Ruperto). Fuentes para el estudio de la Insurgencia en Venezuela, Siglo XX. Quíbor, Museo Antropológico de Quíbor “Francisco Tamayo”, Centro Nacional de Estudios Históricos (CNEH), 2da. Edición 2021, 240 p. Contato do autor para compra: rocinante2001@gmail.com
Sinopse: Los testimoniantes son Ricardo Ochoa y Francisco Jiménez (El Viejo Ruperto), ambos fueron militantes del Movimiento de Izquierda Revolucionaria (M.I.R) quien junto al Partido Comunista de Venezuela (P.C.V), lideró el proceso de insurgencia. Al replegarse del camino de las armas, el PCV y el MIR, a finales de los años 60, tanto Ochoa como Jiménez, fueron parte de la generación de hombres y mujeres que mantuvo el alto las banderas de la lucha armada, desde las filas de una nueva organización política, Bandera Roja. Ochoa, bordea hoy los 70 y tantos años, y El Viejo Ruperto falleció en 2012, hoy tendría 92 años de vida, la gran parte de ella dedicada a la lucha revolucionaria. Ambos personajes fueron combatientes guerrilleros, los dos tuvieron responsabilidades de rigor en el proceso de lucha armada desde su partido de militancia, Bandera Roja, del cual llegaron a ser parte de su Comité Central y de su Comité Político Nacional, cada cual en distintos momentos. El libro es parte sustancial de las fuentes para el estudio de la lucha armada en Venezuela y es producto del esfuerzo del Historiador Pedro Figueroa Guerrero quien no sólo conoció a los personajes, sino que compartió algunas de las tribulaciones de sus luchas. El libro es una edición digital, concebida y ejecutada en el Departamento de Investigaciones del Museo Antropológico de Quíbor “Francisco Tamayo”, estado Lara, Venezuela a finales de 2019; la institución es parte del Centro Nacional de Investigaciones Historia de Venezuela. |
Educação e Nação no Bicentenário da Independência
GAZOLA, Kênia Cássia Pinto; FARIA FILHO, Luciano Mendes; BAHIENSE, Priscilla Nogueira; SILVA, Rayrlaine Ariana Geraldo da; MARQUES, Sander Palmer Batista (orgs.). Educação e Nação no Bicentenário da Independência. 1ª ed. – Belo Horizonte: UFMG, 2022. 201p. Contato da organizadora: priscillabahiense@hotmail.com Sinopse: O livro “Educação e Nação no Bicentenário da Independência” está vinculado ao projeto intitulado “Portal do Bicentenário” e é composto por 13 textos que tratam de variadas e relevantes temáticas da educação brasileira nos últimos 200 anos. A obra é, também, parte do esforço de um grupo de discentes e docentes da UFMG que resultou no curso Educação e Nação no Bicentenário da Independência, ofertado como disciplina optativa para o curso de Pedagogia desta universidade no ano de 2020. As aulas foram transmitidas ao vivo pelo canal do Portal do Bicentenário (no YouTube) como uma ação de Extensão da UFMG, sob a responsabilidade do projeto "Pensar a Educação, Pensar o Brasil – 1822/2022". Posteriormente, considerando a pertinência do tema e o sucesso do curso, as pessoas que ministraram as aulas foram convidadas a elaborar textos para o livro. Livro gratuito. Link de acesso ao livro: |
Crise do capital, recomposição burguesa e sua ofensiva no campo da educação
SOUZA, José dos Santos; Jussara Marques de Macedo (orgs.). Crise do capital, recomposição burguesa e sua ofensiva no campo da educação. Curitiba: CRV, 2021. 216p. Contato do organizador para compra:: jsantos@ufrrj.br Sinopse: Esta coletânea reúne textos de pesquisadores da Linha de Pesquisa “Trabalho, Educação e Políticas Públicas” do Grupo de Pesquisas Sobre Trabalho, Política e Sociedade (GTPS) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Os textos partem do pressuposto de que o capital vivencia uma crise orgânica decorrente do esgotamento do modelo de desenvolvimento taylorista-fordista e que, para enfrentamento dessa crise, a burguesia reestruturou a organização do trabalho e da produção, segundo o padrão toyotista, e redefiniu a relação entre o Estado e a sociedade, segundo o receituário neoliberal com mediação da terceira via, o que deu materialidade a um modelo de desenvolvimento enxuto e flexível do capital, em substituição ao taylorista-fordista. Com base nesses pressupostos, os autores e autoras consideram este movimento como uma ofensiva burguesa na política pública de formação humana cujo propósito é consolidar a perspectiva de formação enxuta e flexível capaz de formar no trabalhador/cidadão as competências necessárias à consolidação deste novo padrão de desenvolvimento do capital. À luz do materialismo histórico e dialético, os textos abordam diferentes aspectos da política pública de formação humana no Brasil e explicitam a relação entre as reformas educacionais das últimas décadas e a totalidade da produção e reprodução social da vida material no capitalismo. O mérito da obra é trazer à tona contribuições relevantes para a análise das políticas educacionais, destacando-se pelo rigor teórico e pela profundidade analítica. |
Literaturas africanas: perspectivas e desafios no século XXI
BANO, Issaka Maïnassara; DEMARTINI, Zeila de Brito Fabri. Literaturas africanas: perspectivas e desafios no século XXI. São Paulo: E-manuscrito, 2021. 207 p. Contato do organizador para compra: issaka.bans@gmail.com Sinopse: A proposta deste livro é, de alguma forma, dar notícia dessa e de outras funções que, nos cenários mais conturbamos, a criação literária nunca recusou. Ancorado na imaginação, o exercício de resistência inscreve-se na produção dos autores africanos, sempre empenhados em estabelecer uma forte interlocução com a sua realidade e interessados, ao mesmo tempo, na superação de um código que limite a sua obra à condição de documento. Os autores aqui focalizados, de tempos e lugares distantes, com sólidas raízes em suas sociedades, apostam a partir de diferentes estratégias, na dupla dimensão do trabalho literário, procurando articular de modos particulares a pena da ética e a tinta da estética. A vitalidade das formas trabalhadas, por exemplo, por José Luandino Vieira e José Craveirinha, dois dos "mais-velhos" aqui enfocados, pode ser muito útil para refazer a direção de algumas leituras que buscam nos textos literários uma ponte direta com as realidades africanas, como se coubesse à literatura a tarefa de nos compensar pela falta de informações concretas desses mundos com os quais temos tanto em comum e dos quais permanecemos distantes. |
África(s) na(s) literatura(s): revisitando narrativas que tecem complexos culturais (Vol. 1)
BAMPOKY, Providence; Bano, Maïnassara Issaka. África(s) na(s) literatura(s): revisitando narrativas que tecem complexos culturais (Vol. 1). São Paulo: Alupolo, 2021. 346 p. Contato do organizador para compra: issaka.bans@gmail.com Sinopse: Os povos africanos e seus descendentes da diáspora, desiludidos pelas promessas mentirosas da missão civilizadora que iria trazer para eles a civilização, ou seja, a ciência e a tecnologia, o deus e a religião que não tinham, vão acordar do sono induzido rejeitando as máscaras brancas e assumindo suas peles negras. Os movimentos pan-africanos e de negritude, nascidos na diáspora, respectivamente no início do século XX e nos anos 1930 do mesmo século, ilustrem sem ambiguidade a luta dos negros para resgatar sua história e sua identidade, ou seja, sua plena humanidade negada na ideologia colonialista ocidental. Começaram a produzir outras narrativas sobre suas sociedades no continente e seus descendentes na diáspora. Com o passar do tempo, acompanhando a evolução das lutas dos africanos para se libertar do jugo colonial, surgiram novas gerações de escritores e escritoras africanos que produziram novas obras-primas de literatura relacionadas com as lutas de libertação e os complexos processos para construir novas nações e suas nacionalidades. Nos oito capítulos deste livro, pesquisadores de diferentes universidades brasileiras discutem as complexidades culturais do continente africano, por meio de análise de romances de escritores como Chinua Achebe, Pepetela e Ondjaki etc. |
África(s) na(s) literatura(s): revisitando narrativas que tecem complexos culturais (Vol. 2)
BAMPOKY, Providence; Bano, Maïnassara Issaka. África(s) na(s) literatura(s): revisitando narrativas que tecem complexos culturais (Vol. 2). São Paulo: Alupolo, 2022. 386 p. Contato do organizador para compra: issaka.bans@gmail.com Sinopse: A partir de diferentes posturas analíticas e distintos métodos empregados, cada um dos dez capítulos nos direciona para preocupações específicas que, girando à volta do eixo temático da violência, ratificam a imbricação entre literatura e história como um dos marcos fundadores das literaturas africanas. As obras aqui focalizadas confirmam outros dois movimentos comuns no continente: a tensa relação entre escritores e os poderes instalados e a pluralidade de procedimentos artísticos mobilizados para a desobediência no plano da representação. Por sua natureza e pelo arrojo, o livro convida-nos ainda para uma reflexão sobre os estudos literários africanos no Brasil. Uma série de fatores coloca o país em uma situação privilegiada para as trocas com as Áfricas: em grande medida levantado por mãos africanos e afrodescendentes e sem um passado colonial no continente, o Brasil ofereceu diferentes modelos aos itinerários artísticos da língua portuguesa que se foram impondo desde meados do século XX, em pleno contexto colonial, e abriga algumas das mais importantes universidades da América Latina. Nesse sentido, pesquisadores de diferentes universidades brasileiras discutem as complexidades culturais do continente africano, por meio de análise de romances de escritores como Chimamanda Ngozi Adichie, Paulina Chiziane, Amélia Dalomba, Scholastique Mukasonga, Léonora Miyano etc. |