Área Restrita
   

“Gerador Social”: Trabalho Comunitário com Energia Elétrica

veja mais fotos +

Acender um lâmpada, buscar um copo d’água fresquinho na geladeira, ver as notícias do dia na televisão, ouvir música no rádio. Atividades corriqueiras como estas ainda não são possíveis para algumas famílias de áreas próximas à capital de São Paulo, simplesmente porque elas não têm energia elétrica em casa.

A história de parte delas começou a mudar em 2005, quando o professor Mário Kawano, do Centro de Ciências Exatas da PUC-SP, criou uma solução simples e eficiente: o gerador social de energia elétrica. Com uma turbina de plástico e cerâmica, de baixo custo e fácil reprodução, tornou-se possível gerar energia a partir das nascentes de água disponíveis no local.

Dez famílias das regiões serranas do Vale do Ribeira, estado de São Paulo, já foram beneficiadas com o projeto, sem contar os estudantes das turmas de 2005 e 2006 que aderiram à idéia e colocaram em prática o aprendizado obtido em sala de aula. Em depoimento ao livro PUC-SP: Universidade Comunitária, o quintanista Marcos de Amorim Ronqui destacou a importância da iniciativa. “Este projeto me deu uma real vivência do que é Engenharia. Participei de todas as fases: elaboração, construção e instalação. Ver o projeto instalado e funcionando me deu a sensação de dever cumprido. Também me trouxe realização, pois a felicidade no rosto dos moradores é contagiante. Confirmou que é realmente isto que eu quero para mim: criar e desenvolver, sendo útil à sociedade”, afirmou.

A água que usada nos geradores vem de nascentes que estão 30 ou 40 metros de altura acima das residências. Ela é canalizada em mangueiras, cujo comprimento pode variar de 100 a 800 metros.

Com essa infra-estrutura é possível acionar a pequena turbina, que aciona um gerador de corrente contínua. A turbina foi criada de forma inovadora, com cerâmica, é rudimentar e pode ser reproduzida com grande facilidade pelos próprios

moradores. A pequena potência gerada tem capacidade de fornecer iluminação residencial com lâmpadas PL e de fazer funcionar aparelhos como rádio e televisão. É possível satisfazer as necessidades de uma família de até dez pessoas.
Como a diferença de altitude entre as casas e as nascentes é grande, a água gera uma pressão alta na parte inferior das mangueiras. A solução tem sido escoar o excesso de água pelo ladrão da caixa, para evitar rompimento. Mas não há desperdício desta água, que segue por gravidade para os córregos da mesma bacia hidrográfica dessas nascentes.

Além de beneficiar imediatamente as famílias que recebem luz elétrica, o projeto propõe ainda uma mudança no conceito de hidroelétricas, com um sistema de baixa potência em que a geração é feita longe da fonte de energia hidráulica. Qualquer região serrana tem condições de receber esse projeto e há uma grande demanda a este tipo de benefício.

Para expandir o projeto, são necessárias algumas providências como buscar parcerias com fabricantes de mangueiras de polietileno, baterias, pequenos nobreaks, fios e cabos, lâmpadas PL, rodas plásticas (como de bicicleta infantil), além de conseguir transporte subsidiado até o local do projeto e o acompanhamento de bombeiros e ambulâncias nas proximidades das instalações.

“Gerador Social”: Trabalho Comunitário com Energia Elétrica
Rua Marquês de Paranaguá 111
Consolação – São Paulo
(11) 3124-7200

.::voltar::.