A Decolonização das Mídias | Seminário Diálogos Internacionais - 15/06/2023.
15/06/2023No dia 15 de junho acontecerá o seminário Diálogos Internacionais: A Decolonização das Mídias, no auditório 333 da PUC/SP, das 14h-16h teremos a Mesa 1 - “Perspectivas das Linguagens na Decolonização”. Nossos palestrantes serão Larissa Macedo do projeto ater, Gabriel Augusto e Melissa França, artistas de multimeios. Em seguida das 16h30-18h30 teremos a Mesa 2 - “Representatividade e o Futuro das Mídias” nossos palestrantes serão p.s. kehal da Brown University e Fê Galetti da PUC/SP
O colonialismo é uma prática histórica de domínio territorial e político. Esse sistema de imposição e soberania deixou resquícios nas interações culturais que são visíveis na contemporaneidade, o que fomenta uma série de discussões sobre a necessidade de um processo de decolonização, em especial no contexto midiático, incluindo plataformas digitais e cinema, além de pesquisas que visam compreender de que modo a relação colônia- metrópole ainda é estabelecida.
Diversos estudiosos entendem a colonização como um processo que tem, historicamente, um marco inicial, para os países que foram colonizados, mas que nunca chegou a ser concluído, uma vez que as práticas coloniais se enraizaram socialmente, em um processo que tende a se repetir através do tempo. A partir desse pensamento, surge uma necessidade não só de resistir às práticas coloniais, mas também recusar as imposições que são estabelecidas, com isso surge o termo “Decolonização”. A autora Catherine Walsh , conhecida como “pedagoga da decolonialidade” apresenta esse processo com o que pode ser traduzido como “Resistência e recusa” à matriz colonial , através de uma luta contínua contra os padrões coloniais impostos e, em geral, culturalmente naturalizados.
Pode-se pensar em três vertentes de mídias a serem decolonizadas: as temáticas, as linguagens e as tecnologias. No nível das temáticas, questões sobre representações e estereótipos dos povos não brancos e colonizados habitantes do sul global,
Sobre as linguagens das mídias, a decolonização pode ser pensada desde a própria hegemonia da língua inglesa nas produções audiovisuais, até aos processos tradicionais da linguagem cinematográfica, como os enquadramentos, os contratempos que apoiam determinadas "verdades", assim como close-ups do cinema tradicional. Nesse contexto, existem também problemáticas relacionadas à linguagem,como por exemplo o inglês,instituído com o “idioma global”, e não corresponde a pluralidade linguística mundial e essa imposição linguística corresponde a mais um instrumento de colonização atual. Além dele, os próprios algoritmos, sendo um tipo de “Linguagem computacional” também podem ser englobados nessa problemática.
Sobre o tema, a mesa de debate “Perspectivas das Linguagens na Decolonização”, com a presença dos artistas Gabriel Augusto e Melissa França (PUC-SP) que pesquisam a língua, o processo de apagamento e criação de novas palavras e idiomas, por causa da decolonização. Além disso, a curadora e pesquisadora Larissa Macedo estuda o impacto da inteligência artificial e da linguagem algorítmica voltada aos processos multimídia.
Já no contexto das temáticas, do conteúdo produzido e veiculado, a mesa de debate “Representatividade e o Futuro das Mídias”, com a presença de p.s, Kehal, nome ਪ੍ਰਭਦੀਪ, (Brown University), que possui Doutorado e sociologia, trabalha com educação e aborda sua pesquisa sobre LGBTQIA+ Sikhs e a importância do tema para o futuro das mídias. O debate também conta com a presença da Fê Galetti, pesquisadora que estuda o papel da representação feminina na mídia, com estudo de caso sobre a série Sucession.
O objetivo do seminário é entender como os traços da colonização estão enraizados na cultura e infiltrados no cotidiano, de uma forma naturalizada. A partir dessa nova percepção, é possível perceber, entender, questionar e trabalhar para a construção de uma lógica decolonial das mídias. Pensar em como essas mídias serão apresentadas no futuro, pois elas estão cada vez mais presentes no nosso cotidiano e cada vez mais inclusivas.
Local: PUC-SP - Auditório - 333, 3º andar
Endereço: Rua Monte Alegre, 984 - Perdizes - SP
fonte: https://sites.google.com/view/decolonizacaodasmidias