O que significa descolonizar? A luta por libertação da Palestina nos 75 anos da Nakba - 16/05/2023.

O ano de 1948 é marcado na memória palestina como Nakba, palavra árabe que significa catástrofe. Na ocasião da declaração de existência do Estado de Israel, 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras e mais de 500 vilarejos foram destruídos. Porém, a catástrofe palestina não começou, tampouco terminou, em 1948. Antes mesmo da declaração e constituição de Israel, planos militares de limpeza étnica desenrolaram-se pelos vilarejos palestinos tendo como objetivo a expulsão em massa da população nativa palestina. 

Em 1948, para atingir o objetivo final sionista, as milícias que, posteriormente, formaram o que hoje chamamos de Forças de Defesas Israelenses (IDF), tiveram aval para promover a destruição dos vilarejos, retirar e prender a população nativa de forma violenta e promover o terror, principalmente a partir de massacres, para impedir que os palestinos cogitassem o retorno para a região. Isso ocorreu com base no sionismo, movimento político nascido na Europa do fim do século XIX e que busca a criação de um Estado etnicamente judeu na terra da Palestina por meio de um empreendimento colonial e da eliminação da população nativa. 

75 anos depois, os palestinos continuam vivendo a Nakba, ou o que eles chamam de Nakba contínua. Sem direito de retorno ao seus lares, se dispersaram e vivem como refugiados em diversas localidades. Aqueles que vivem em Gaza ou na Cisjordânia tem seus direitos constantemente violados pelo sistema de apartheid, além de viverem sob constante ameaça de destruição de seus lares, expulsão forçada, bombardeios, entre outras violências perpetradas pelo poder ocupante. 

Para falar sobre os 75 anos da Nakba palestina, convidamos Maynara Nafe, palestina-brasileira secretária da juventude na FEPAL, a Federação Árabe Palestina do Brasil.