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Espaços estruturados e informes

 

A concentração de atividades globalizadas constitui espaços internacionalizados no coração das metrópoles, inseridos em vastas redes multinacionais com linkagens geográficas e institucionais especiais. Esta mecânica engendraria uma profunda reestruturação urbana destas cidades. Desenvolvem-se grandes projetos de reurbanização de áreas até então decadentes ou marginais, para novos usos empresariais ou residenciais, acarretando uma reconfiguração em grande escala do espaço urbano. Um processo que intensifica as descontinuidades: disparidade entre locações, coexistência de espaços vazios e extrema densidade.

Trata-se de observar como, paralelamente aos projetos de redesenvolvimento rigidamente estruturados e programados, surgem territórios informes onde novas configurações espaciais e sociais ocorrem. A zona, dominada pelo indeterminado, é ocupada por elementos mutantes e nômades, capazes de engendrar novas linkagens e acontecimentos imprevisíveis, que escapam por completo ao plano e à estruturação. Esses intervalos são espaços vagarosos (os pátios ferroviários, estacionamentos, depósitos) que introduzem diferenciais de tempo na organização e percepção do urbano. São os espaços informais (de camelôs, sem-teto, favelas e cortiços) que escorrem sem parar, ocupando as áreas adjacentes. São também territórios fluídos (ao longo das grandes vias expressas e linhas de metrô, voltados aos que passam em velocidade) que permitem a articulação entre o perto e o longe, redimensionando nossas noções de escala e distância.

 

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DIAGRAMAS

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