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Os cursos de Psicologia e Fonoaudiologia da PUC-SP possuem um longo histórico de parceria e atuação junto aos serviços da rede pública de saúde, anteriormente à implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), através dos estágios curriculares obrigatórios realizados na área de saúde. A aproximação entre serviço e universidade sempre foi considerada importante tanto para a formação dos graduandos quanto para as instituições envolvidas.
Sob a influência da tradição da universidade no campo das ciências humanas e sociais, ainda que em graus diferentes, a experiência de formação profissional nos três cursos esteve marcada pelo movimento das reformas sanitária e psiquiátrica e, em especial, com as práticas de integralidade na formação e cuidado em saúde e com a formação integral do profissional. Isso se expressou mais recentemente com os Polos de Educação Permanente da Grande São Paulo, envolvendo as três áreas que ora integram o presente projeto.
Na história de experiências que antecederam a elaboração do projeto destacam-se algumas tentativas de aproximação dos três cursos com territórios de saúde, vivenciadas pelo grupo proponente do Pró-saúde da PUC-SP, que fortaleceram o processo de sua construção, experiências essas que sempre tiveram como perspectiva a aproximação dos cursos e o desenvolvimento de ações de ensino e pesquisa que resultassem na qualificação da formação na área da saúde. Destacamos:
No final dos anos 80, uma experiência na perspectiva dos Programas de Integração Docente – Assistencial - IDA, realizada na Zona Norte da Cidade de São Paulo, com participação de docentes e estudantes desses mesmos cursos da PUC-SP, (Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social), direções e profissionais das UBS estaduais e municipais dessa região, tendo em vista a realização de: estágios de estudantes, capacitação e educação continuada dos profissionais, articulação de um sistema regionalizado de saúde, produção de pesquisas em serviços, e participação dos usuários e movimentos sociais locais.
Em 1998, por meio de uma pesquisa interdisciplinar em um trabalho de reconhecimento de um território professores e estudantes desses cursos se reuniram para realizar um mapeamento das instituições e movimentos sociais do território. A parceria nessa pesquisa se fez entre a PUC-SP e a Supervisão Técnica de Saúde da Barra Funda da SMS de São Paulo. A estratégia de desenvolver trabalho de planejamento, coleta e análise das informações sobre o território, que era espaço comum no campo de estágios, por equipes multiprofissionais fortaleceu o processo de integração entre serviço e universidade, oportunizando reflexão crítica e confrontação de vivências naquele território e a identificação de possibilidades de ação nos estágios dos três cursos antes pouco exploradas.
Outra experiência precursora do Pró-saúde foi a participação dos cursos em 2003, em um projeto do Pólo de Educação Permanente da Grande São Paulo da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SESSP) e Núcleo de Educação Permanente da Zona Norte da Cidade de São Paulo (SMSSP), junto a Supervisão Técnica de Saúde da Lapa, outro território campo de estágios: Projeto Saúde na Cidade. Um grupo de professores representando os três cursos propôs a realização de oficinas e rodas de conversa para trabalhar e refletir o conceito de acolhimento com as equipes de saúde desse território. Essa experiência, como a anterior, reforçou e envolveu a participação de estudantes e apontou a importância de ações e reflexões sobre os processos de trabalho no âmbito dos serviços.
A partir dos anos 2000, as políticas do Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação (AprenderSUS, VerSUS, Pólos de Educação Permanente e, posteriormente, Comissões de Integração Ensino Serviços (CIES), apoio ao FNEPAS, Residências Multiprofissionais) colocaram em pauta a necessidade de mudanças curriculares e o cumprimento das diretrizes nacionais de graduação. E, a partir de 2008, a participação de docentes e estudantes nas Oficinas FNEPAS, em projetos de sensibilização por área profissional, e coletivos interprofissionais por região, também favoreceram o processo de busca por mudanças.
Com a abertura do edital do Pró-Saúde II em 2007, a PUC-SP elaborou e inscreveu um projeto de trabalho que envolve os cursos de Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social, vislumbrando a oportunidade de oficializar o vínculo já existente entre a universidade e alguns serviços de saúde pública e de fortalecer e ampliar as intervenções e atuação na área da saúde, amparada pelos recursos e apoio do Programa Nacional.
O projeto Pró-Saúde/PUC-SP atua junto ao território da Freguesia do Ó/Brasilândia, zona norte da cidade de São Paulo, e a decisão por esta região se deu por conta do vínculo já existente com a universidade. Este projeto possui foco na Atenção Básica, em consonancia com a proposta do Programa Nacional sobre a importância de melhoria da porta de entrada do SUS. Esta pactuação com a Coordenadoria de Saúde Norte /Supervisão Técnica Freguesia do Ó/Brasilândia para construção do projeto foi possível pela longa história de estágios e participação de professores em alguns movimentos desse território ou em iniciativas de educação permanente e, também, pela cumplicidade que essa Supervisão Técnica sempre demonstrou com a formação de estudantes.
Cabe destacar que a Supervisão Técnica Freguesia do Ó/Brasilândia já tinha uma história importante no município seja no tocante a iniciativas e experiências pioneiras na atenção básica - o apoio matricial de saúde mental na atenção básica e a presença da equipe de saúde bucal no PSF, desde 1998; seja na articulação dos trabalhadores de saúde - o Fórum de Saúde Mental, agora Fórum de Saúde, desde 2000; seja ainda pela histórica luta popular dessa região na construção do direito à saúde.
Essa história da região, aliada à presença dos cursos de Psicologia e de Fonoaudiologia em atividades de estágio e extensão no território Fó/Brasilândia asseguraram condições de possibilidade para a formulação do Projeto e colocaram em pauta também a necessidade de inserir na gestão e no planejamento do Pró-saúde o trabalho articulado com a Associação Saúde da Família. O curso de Serviço Social se integra ao grupo trazendo a experiência de trabalho em outros territórios.
O projeto enviado pela PUC-SP foi aprovado pelo Ministério da Saúde em 2008 com duração de dois anos. Mas a verba destinada às instituições de saúde e instituição educacional envolvidas no projeto só foi disponibilizada em meados de 2011. No entanto, este fator não impediu a Coordenação do Pró-Saúde da PUC-SP de efetuar o programa, colocando em prática as ações que estivessem ao alcance de serem realizadas durante estes dois anos sem financiamento.
Desde 2008, o Pró-Saúde/PUC-SP tem se esforçado para realizar as modificações curriculares propostas pelo Programa Nacional e ampliar a inserção dos estudantes no território. Com a chegada da verba, o projeto foi estendido por mais dois anos possibilitando que todo o planejamento possa enfim ser colocado em prática, de forma a potencializar as ações do Pró-Saúde da PUC-SP no território e na universidade.
A inserção dos graduandos junto ao serviço de saúde se dá em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território: UBS Jardim Paulistano, UBS Silmarya Rejane M. de Souza, UBS Vila Ramos e UBS Dr. Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão. Essas quatro unidades foram escolhidas em decisão conjunta entre a PUC-SP e a Supervisão Técnica de Saúde da Freguesia do Ó/Brasilândia (STS Fó/Bras.) levando em consideração o histórico da inserção da PUC-SP na região, mantendo os vínculos já existentes com algumas unidades, e uma avaliação da STS sobre quais unidades teriam o perfil para receber a intervenção do Pró-Saúde.
Com a definição das Unidades Básicas de Saúde escolhidas para receber o Pró-saúde nessa região, o grupo pôde elaborar estudo e identificar algumas necessidades a serem contempladas no projeto. A Supervisão Técnica de Saúde acolheu a proposta de receber estudantes não só mediante os estágios regulares que já ocorriam, mas acordou com os gestores das UBSs estratégias de inserção de estudantes e professores em atividades de formação no território. O projeto veio ao encontro de uma expectativa do serviço em relação à universidade de apoio às mudanças e ao aperfeiçoamento do trabalho realizado pelas equipes de saúde da família.
O projeto tem por objetivo incentivar transformações do processo de formação, geração de conhecimentos e prestação de serviços à população, para abordagem integral do processo de saúde doença, tendo como eixo central a inserção dos estudantes na rede pública de serviços de saúde e a consolidação da parceria entre a universidade e o serviço local, fortalecendo os princípios do SUS e colaborando para garantir sua concretização. Seus objetivos específicos são: