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. convergência de mídias I . programa
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. 4 . 5 . 6 .
Ainda que a
forma adotada para descrever as fusões linguagens e mídias varie
conforme o autor consultado, o que revela diferentes tipos de ênfase
e nuances possíveis em seu entendimento, é ponto pacífico
que o processo de convergência das mídias está atraleado
à passagem da cultura mecânica à cultura digital, assim
como o vínculo deste a um movimento de convergência de matrizes
técnicas, semióticas e culturais, que funcionam como vetores
do processo.
Um dos modelos melhor desenvolvidos (especialmente no que toca à documentação
das diversas etapas que levam da publicação do primeiro jornal
ao sucesso dos computadores pessoais), está em "Understanding
Hypermedia 2000", de Bob Cotton e Richard Oliver. Neles, os autores definem
a hipermídia como resultado de um processo histórica de fusão
entre mídias que remonta ao ano de 1702, quando o Daily Courant, primeiro
jornal londrino, e mais antigo do mundo, é publicado.
------> media chronofile (1700 - 1965), de richard oliver
e bob cotton +
------>
(imagem digitalizada por João
Eduardo Neuville)
------>
media chronofile (1970 - 1999),
de richard oliver e bob cotton
+
------>
(imagem digitalizada por João
Eduardo Neuville)
------> a convergência entre palavra e imagem
------>
(mother & child e 1the missing
link', peças gráficas de herb lubalin +)
a
convergência entre palavra e imagem é o primeiro de uma série
de processos de combinação entre linguagem facilitado por mecanismos
técnicos. Apesar de a invenção da imprensa ter acontecido
por volta de duzentos anos antes, e passado um primeiro momento em que a diversidade
de incunábulas implicou em uma grande diversidade de padrões
de publicação (o que também será desenvolvido
e exemplificado adiante), o livro moderno fixa-se como uma mídia dedicada
à comunicação verbal.
------> a convergência entre palavra e som
------>
('futuro', poema sonoro de philadelpho
menezes)
------> a convergência entre imagem e som
------>
('a escadaria de odessa', cena
de 'o encouraçado potemkin', de eisenstein)
A trajetória proposta por Bob Cotton e Richard Oliver não é completamente linear. Além disso, ela concentra atenção no desenvolvimento tecnológico e nas fusões entre os diversos dispositivos que vão convergir para o computador. Esse aspecto do problema é importante, na medida em que revela como o suporte oferece resistência à linguagem, quando faz sua mediação. Por isso, na imprensa há um predomínio do registro verbal, por ao menos duzentos anos. Com a invenção do jornal, em 1702, esse predomínio começa a ceder, em favor de uma combinação cada vez mais intensa entre palavra e imagem. No entanto, esse proceosso é longo, e depende de melhoras nas tecnologias gráficas, como a criação de fontes menos transparentes, o desenvolvimento da impressão fotomêcanica (que permite compor uma matriz única, que acomada texto e imagem num mesmo composto de grafismo e contra-grafismo) e, finalmente, o uso das tecnologias de editoração eletrônica.