www.pucsp.br/~marcusbastos . convergência de mídias I . programa

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Ainda que a forma adotada para descrever as fusões linguagens e mídias varie conforme o autor consultado, o que revela diferentes tipos de ênfase e nuances possíveis em seu entendimento, é ponto pacífico que o processo de convergência das mídias está atraleado à passagem da cultura mecânica à cultura digital, assim como o vínculo deste a um movimento de convergência de matrizes técnicas, semióticas e culturais, que funcionam como vetores do processo.

Um dos modelos melhor desenvolvidos (especialmente no que toca à documentação das diversas etapas que levam da publicação do primeiro jornal ao sucesso dos computadores pessoais), está em "Understanding Hypermedia 2000", de Bob Cotton e Richard Oliver. Neles, os autores definem a hipermídia como resultado de um processo histórica de fusão entre mídias que remonta ao ano de 1702, quando o Daily Courant, primeiro jornal londrino, e mais antigo do mundo, é publicado.

------> media chronofile (1700 - 1965), de richard oliver e bob cotton +
------> (imagem digitalizada por João Eduardo Neuville)

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media chronofile (1970 - 1999), de richard oliver e bob cotton +
------> (imagem digitalizada por João Eduardo Neuville)

------> a convergência entre palavra e imagem
------> (mother & child e 1the missing link', peças gráficas de herb lubalin +)

a convergência entre palavra e imagem é o primeiro de uma série de processos de combinação entre linguagem facilitado por mecanismos técnicos. Apesar de a invenção da imprensa ter acontecido por volta de duzentos anos antes, e passado um primeiro momento em que a diversidade de incunábulas implicou em uma grande diversidade de padrões de publicação (o que também será desenvolvido e exemplificado adiante), o livro moderno fixa-se como uma mídia dedicada à comunicação verbal.


------> a convergência entre palavra e som
------> ('futuro', poema sonoro de philadelpho menezes)


------> a convergência entre imagem e som
------> ('a escadaria de odessa', cena de 'o encouraçado potemkin', de eisenstein)

A trajetória proposta por Bob Cotton e Richard Oliver não é completamente linear. Além disso, ela concentra atenção no desenvolvimento tecnológico e nas fusões entre os diversos dispositivos que vão convergir para o computador. Esse aspecto do problema é importante, na medida em que revela como o suporte oferece resistência à linguagem, quando faz sua mediação. Por isso, na imprensa há um predomínio do registro verbal, por ao menos duzentos anos. Com a invenção do jornal, em 1702, esse predomínio começa a ceder, em favor de uma combinação cada vez mais intensa entre palavra e imagem. No entanto, esse proceosso é longo, e depende de melhoras nas tecnologias gráficas, como a criação de fontes menos transparentes, o desenvolvimento da impressão fotomêcanica (que permite compor uma matriz única, que acomada texto e imagem num mesmo composto de grafismo e contra-grafismo) e, finalmente, o uso das tecnologias de editoração eletrônica.

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