Rosa Maria Farah
Memorial -Rosa Maria Farah
Rosa Maria Farah : uma vida dedicada à Psicologia e sua paixão pela tecnologia
Rosa Maria Farah foi pioneiríssima nas interfaces entre a psicologia e a tecnologia. Com sua generosidade, calma, sabedoria e bom senso, uniu todos nós, psicólogos do NPPI da equipe atual e das anteriores, em torno da pesquisa dessa área tão apaixonante quanto inovadora, e fundamental no nosso cotidiano.
Sua serenidade e sua visão privilegiada foram essenciais para a definição do que é psicologia nos meios digitais e a formação de uma grande quantidade de profissionais que hoje fazem isso de uma maneira ética e excelente. Mas, acima de tudo, ela nos mostrou que nunca podemos perder o foco no ser humano.
Sua gentileza sem fim era a melhor maneira de entender a ideia de Jung quando ele afirmava que, mais importante que conhecer as teorias, é conseguir tocar uma alma humana apenas sendo outra alma humana.
Rosa, antes de se aventurar na área de Psicologia e Tecnologia, já era uma profissional bastante conhecida e respeitada no círculo da psicologia, particularmente na Psicologia Junguiana e na abordagem corporal, mais notadamente na Calatonia. Ela fez parte do grupo que desenvolveu essas técnicas sobre orientação do húngaro Pethor Sandor, criando toda uma linha de trabalho e de formação de psicólogos.
Nesse tema, ela publicou o livro “Integração Psicofísica - O trabalho Corporal e a Psicologia de C. G. Jung”, que se tornou uma referência bibliográfica da PUC e de todos os cursos dessa área, sendo utilizado até hoje. Poucos dias antes de falecer, em dezembro de 2016, publicou outro livro sobre o assunto: “Calatonia - o toque sutil na psicoterapia”.
Em 2004, ela foi coautora com os membros do NPPI do livro ”Psicologia e Informática: O Ser Humano diante das Novas Tecnologias”. Três anos depois, foi coautora, também com os membros do NPPI, do livro “Relacionamentos na Era Digital”. Além disso teve inúmeras participações em livros de outros autores e periódicos científicos.
Em 2009 Rosa se tornou mestra em Psicologia Clínica pela PUC-SP, com seu trabalho “Ciberespaço e seus navegantes: novas vias de expressão sobre os antigos conflitos humanos”. Era apaixonada por ensinar. Por isso, era professora e supervisora no curso de Psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP.
Por ser uma visionária, ajudou a criar, em 1995, o NPPI, no qual permaneceu como coordenadora até o final. Iniciado com o objetivo de produzir e distribuir o boletim da Clínica Psicológica da PUC, logo se transformou num centro de pesquisa de como a tecnologia afeta o comportamento humano, firmando-se como uma das referências do assunto.
Pela sua excelência na pesquisa do assunto, Rosa sempre era chamada pelos integrantes do CRP para ajudá-los a abrir novos rumos para psicologia e a tecnologia.