Whatsapp, problema ou solução?
Como o aplicativo pode ser o antídoto do próprio veneno quando se trata do compartilhamento de fake news entre os brasileiros
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Por Equipe PUC Check
Em 2021, durante o início da campanha de vacinação, houve resistência de algumas comunidades indígenas em relação à vacina. Como poucas aldeias têm acesso à internet e este é muitas vezes precário, a principal fonte de informação dessas comunidades é o Whatsapp. O grande volume de fake news que circulava sobre a vacina, muitas das quais envolvendo pronunciações do próprio governo, também encontrou caminho para essas aldeias.
"Querendo ou não, a primeira fonte de informação é o Whatsapp. É onde chegam as notícias, principalmente porque a internet ainda é muito ruim por lá", disse a ativista indígena Txai Suruí durante o programa mensal de entrevistas Diálogos FUNDASP. De acordo com ela, como a conexão é ruim, fica difícil até mesmo checar se a informação é verdadeira ou não. Como se a queda na vacinação não fosse prova suficiente que não são apenas os indígenas que utilizam o Whatsapp para se informar, uma pesquisa realizada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em 2019 mostra que 79% dos brasileiros entrevistados usam o Whatsapp como principal fonte de informação. |
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Ativista indígena Txai Suruí durante o programa de entrevistas Diálogos FUNDASP. |
O Whatsapp pode ser um grande problema quando se trata de fake news, mas Txai acredita que o aplicativo é também a solução. "Eu acho que a gente não percebeu que nas próprias eleições o Bolsonaro usou o Whatsapp para se eleger e que a gente, besta, não usou. A gente devia usar. E agora que a gente entendeu isso, a gente começou a usar também, faz telenovela, faz podcast no Whatsapp" afirmou Txai Suruí.
Sendo uma das principais formas que as pessoas, indígenas ou não, obtêm informações no Brasil, faz sentido que o Whatsapp também seja por onde a desinformação é difundida.