conceito situações urbanas escala intervenções pesquisa arte/cidade - zona leste






Dinâmicas informes


A dinâmica descontínua da espacialização metropolitana e global engendra novos processos de configuração territorial. O esgarçamento do tecido urbano origina uma multiplicação de configurações locais, que se espraiam e rearticulam sem cessar com as outras, sem obedecer ao organograma formal da economia e do transporte da cidade. O espaço é ocupado por acontecimentos (locais abandonados e reapropriados, feiras, usos imprevistos), mais do que por coisas acabadas. Só processos, sem estrutura.

Pequenos intervalos, interstícios na trama urbana, que a reconfiguram permanentemente. Cada bolsão - a ocupação de uma área por sem-tetos, camelôs, favelas ou cortiços, o surgimento de núcleos de atividades imprevistas, apropriando-se do construído e da infraestrutura - vai redesenhando a região ao se ajustar por acumulação com outras partes locais, uma justaposição que compõe um espaço heterogêneo em variação contínua. 

O espaço resultante se apresenta como uma coleção amorfa de partes justapostas sem vínculos entre si. Cada justaposição cria uma zona de indiscernibilidade: áreas de passagem e mudanças de direção. Intervalos resultantes da descontinuidade do território, do processo fragmentado de espacialização.

Aqui se abandona o mapeamento do contínuo urbano, para a introdução de procedimentos diagramáticos. É o que permite com que os processos informes e as áreas desestruturadas apareçam com qualidades intrínsecas. Os diagramas indicam como as dinâmicas informes se espairam e podem ser represadas, como transbordam e refluem.

 

 

 

DIAGRAMAS

voltaravançar