conceito situações urbanas escala intervenções pesquisa arte/cidade - zona leste |
Um corpo não é feito de objetos parciais, mas de velocidades diferenciais. Plano em que as coisas só se distinguem pela velocidade e a lentidão, o movimento e o repouso, o retardo ou a rapidez com que se compõem. A velocidade e a lentidão subordinam não só a forma da estrutura, mas também os tipos de desenvolvimento. Neste plano agitam-se os elementos não formados, que só se distinguem pela velocidade e entram em determinado agenciamento em função de suas conexões, de suas relações de movimento. A questão não é de organização, mas de composição. Pensar um mundo percorrido por elementos informais de velocidade relativa, parcelas infinitas de uma matéria impalpável que entram em conexões variáveis. Um diagrama: uma composição de velocidades e afetações sobre este campo, diferente do plano das formas, das substâncias e dos sujeitos. A relação estática forma-matéria se contrapõe à relação dinâmica material-forças.
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Espaços da ZL
1 intervalos 2 diferenciais de velocidade slow spaces ferrovia, desindustrialização, zona
cerealista sistema viário, novos enclaves |
3 áreas ferroviárias 4 ocupação populacional instável 5 ocupação informal 6 zona 7 velocidade |
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Assim é que o espaço liso infiltra-se na polis, espaço estriado. Trata-se de se distribuir pelo espaço, tomar o espaço, guardando a possibilidade de surgir num ponto qualquer. O movimento não vai mais de um ponto a outro, mas é perpétuo, sem origem nem destino. O espaço liso é o de menor intervalo, de pontos infinitamente próximos. Um espaço de pequenas ações de contato, tátil, não visual. Um campo sem condutores ou canais. Multiplicidades descentradas, não-métricas, ocupando o espaço sem medi-lo. Não podem se observadas visualmente de um ponto do espaço exterior à elas. O espaço liso é um meio sem horizonte, como o deserto ou o mar. Não existem distância intermediária, perspectiva ou contorno. Espaço amorfo, informal. O intervalo toma tudo. No espaço liso, a linha é um vetor, uma direção, não uma dimensão ou determinação métrica. Um espaço construído por operações locais com mudanças de direção. Espaço direcional, não dimensional. Ocupado mais por acontecimentos do que por formas. Espaço de afetações, onde os materiais assinalam forças. Intensivo mais do que extensivo, de distâncias, não medidas. O espaço liso não comporta fundo nem contorno, mas mudanças direcionais e ligações de partes locais. Linha abstrata de variação, em banda, espiral, S e zigzag, que escapa à geometria, sem traçar contorno nem delimitar forma. Como o espaço, continuamente estriado, desenvolve outras forças e aflora novos espaços lisos?
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Textos de Gilles Deleuze em: |
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