O TEMPO DO TRAUMÁTICO
Felicia Knobloch
Os fenômenos que se apresentam na prática clínica e, especialmente, os que fazem obstáculo ao andamento da experiência analítica sempre inquietam o analista, exigindo dele um trabalho dos conceitos. Mas, quando a clínica se coloca no limite, quando são questionadas as fronteiras no interior da quais o uso do instrumento analítico é legítimo, a exigência parece tornar-se ainda mais aguda. Nesse caso, a inventividade torna-se sustentáculo imprescindível para a própria existência da situação analítica, e o fazer clínico parece solicitar imperiosamente a atividade de um canteiro de obras conceitual que o fundamente. É aí que Felicia Knobloch encontra o ponto de partida de sua reflexão, nas situações clínicas consideradas pelo criador da psicanálise como alheias à competência do fazer analítico. Afirma Freud que “nos estados de crise aguda, a análise é para todos os fins inutilizável, pois todo o interesse do ego é tomado pela realidade penosa”. Felicia coloca em questão tal afirmação, assim como seus fundamentos metapsicológicos, numa obra que, por sua clareza e pela pertinência com que a autora coloca suas interrogações, pela fineza na discriminação das minúcias, pelo rigor na apresentação e acompanhamento dos conceitos, pela força das imagens produzidas em sua escrita, será certamente muito enriquecedora para os leitores.
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Editora: EDUC
Ano: 1998
Páginas: 156
Formato: 16x23 cm
ISBN: 8528301346
Área: Ciências Humanas e da Saúde
Coleção/Série: Scholae