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Pesquisa

ENSINO-PESQUISA NA CÁTEDRA PAULO FREIRE

Ensino e pesquisa tem sido, por vezes, discutidos na academia como componentes das funções da universidade, ao lado da extensão. Portanto, embora não seja uma preocupação nova, a associação do ensino à pesquisa vem sendo tratada, como diria Paulo Freire, com a presença do conectivo "e". Isto significa que ensino e pesquisa convivem, de forma paralela ou sobreposta.

Não raras vezes encontra-se na fala de professores, e mesmo na literatura, diferentes argumentos para justificar a necessidade da pesquisa, como contribuição para o ensino. Dentre as razões que justificam a associação ensino e pesquisa, algumas são consideradas de mérito e outras, burocráticas.

No contexto de quadros de referência que consideram que a pesquisa pode “ilustrar” o que o professor apresenta na aula ou ser uma forma de prática da teoria, encontram-se expressões tais como “é importante que os alunos pesquisem para corroborar o que estamos ensinando”; “somente pesquisando os alunos aprendem a utilizar os métodos de pesquisa”. E ainda, “ao fazer pesquisa, os alunos podem aplicar a teoria que estamos ensinando”.

Dentre os argumentos de ordem burocrática são encontradas referências como “a pesquisa é uma exigência do contrato do professor universitário”, e também, falas como essa: “o professor da pós-graduação não pode deixar de pesquisar, afinal, esta é uma exigência dos critérios da avaliação da Pós-Graduação”.

A relação ensino - pesquisa implica, portanto, diferentes compreensões e práticas.

A compreensão de Paulo Freire a respeito da relação ensino – pesquisa, assumida na Cátedra Paulo Freire, apresenta uma justificativa coerente com o seu entendimento de “ciclo gnosiológico”. Significa dizer que o ensino, porque enseja produção de conhecimento, tem uma exigência metódica, rigorosa, que transita da ingenuidade para a “curiosidade epistemológica”.

Fonte: trecho do artigo de autoria de Ana Maria Saul, publicado na íntegra em Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 25, n. 2, p. 119-133, Maio./Ago. 2017.
http://online.unisc.br/seer/index.php/reflex/index