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Urbanismo e Arte na Metrópole Global

 



A mecânica e o sentido das intervenções urbanas têm-se alterado consideravelmente nas diferentes fases do processo de reestruturação capitalista das metrópoles. Em São Paulo, o período iniciado nos anos 40 foi marcado por grandes ações governamentais, orientadas por um planejamento centralizado de abrangência metropolitana. Elas consistiram principalmente em grandes obras de infraestrutura viária (pistas expressas e metrô), implantadas sobre um tecido urbano tradicional que se expandia rapidamente, dificultando o acesso e a eficiência do parque industrial.

Mas a instalação desses vastos sistemas de trânsito, muitas vezes sobre ruas e praças, tendeu a desconfigurar o traçado urbano existente. Os espaços públicos da cidade tradicional, fundamento da identidade, do passado e da vida social, foram sacrificados em função do deslocamento. O princípio do movimento se impôs ao lugar.

projetos governamentais para o centro de sp

A "crise da cidade", resultante das estratégias planificadas, alteraria por completo o programa das intervenções urbanas. Em reação ao caráter extensivo e homogenizador das práticas anteriores, instaura-se o princípio de intervenções locais, em pequena escala. Trata-se de uma tentativa de reconstruir _ principalmente nas áreas centrais _ o desenho urbano tradicional, os locais de convivência, o espaço público, desagregados pela política urbana intervencionista. Restaurar o contexto urbano, os lugares do passado e da memória, capazes de sustentar a percepção e a visualização do espaço urbano.

Essencial, nesta estratégia de intervenções pontuais, é o papel dos centros culturais. A conversão de edificações históricas ou industriais em centros de cultura foi, neste período, um procedimento recorrente das práticas patrimonialistas. Mas há um diferencial fundamental, com relação à fase anterior: a arquitetura e a arte agora deixam de ser entendidas como experimentação, criação de novas formas e novos parâmetros para a experiência e a percepção, para serem inseridas na noção generalizante de cultura, à serviço da integração social, da convivência e do lazer.

referências
K. Lynch, The Image of the City, Cambridge, MITPress, 1960.
A. Rossi, La arquitectura de la ciudad, Barcelona, ed. Gustavo Gilli, 1975.

 

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