A subsidiariedade não é uma proposta deste ou daquele partido ou corrente político-ideológica. É um princípio transversal e pode ser implementado - ainda que de formas diversas - a partir de diferentes posições partidárias. Como valoriza as iniciativas da sociedade e sua capacidade de auto-organização, será mais facilmente aceito e implementado por quem não tem uma postura autoritária e centralizadora, mas procura práticas democráticas e valoriza as organizações sociais sem querer cooptá-las.
Na Itália, por exemplo, foi constituído um grupo interpartidário para a subsidiariedade, que já congrega 270 parlamentares de quase todos os partidos, em toda a gama do espectro político-ideológico. A base que permite a construção do grupo é a visão de que o bem-comum está acima dos interesses partidários e que governo e oposição devem convergir em valores e prioridades comuns a ambos. Seu documento de fundação defende:
1. A vitalidade e a capacidade da sociedade civil para dar respostas eficientes a seus problemas.
2. A descentralização administrativa - dentro de uma co-responsabilidade entre as instituições - como instrumento para favorecer o maior protagonismo da sociedade na gestão do bem comum.
3. O apoio concreto às organizações sociais que prestam serviços de qualidade à população, incluindo formas concretas de viabilizar o sustento econômico destas organizações.
O documento salienta ainda que a base do desenvolvimento de um país reside no investimento em capital humano e social, através da educação e do apoio à capacidade das pessoas de se organizar e criar obras e atividades produtivas.
Estes são princípios que podem ser comuns a pessoas com posturas políticas diversas que procuram enfrentar adequadamente os desafios da gestão do Estado e da máquina pública em qualquer nação na atualidade.
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