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Os termos e os temas de Caritas in veritate
 

Apresentamos um elenco dos termos e dos temas mais freqüentes e importantes na encíclica, com uma pequena explicação e os parágrafos onde podem ser encontrados.

Desenvolvimento, desenvolvimento integral (67 parágrafos)
O desenvolvimento é uma “vocação” de cada pessoa individualmente, dos povos e da humanidade inteira. Trata-se do “desenvolvimento integral do homem todo e de todos os homens”, como Paulo VI definia na encíclica “Populorum progressio”. Desenvolvimento integral porque abrange todas as dimensões do ser humano, materiais, culturais e espirituais. Diante da globalização e dos desafios dos tempos atuais, o papa repropõe a necessidade desse desenvolvimento, alcançando, sobretudo, os mais pobres e necessitados. Mas esse desenvolvimento não pode acontecer integralmente na ausência do amor e da verdade. Ver os parágrafos 1, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 25, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 47, 48, 49, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79.

Verdade, verdadeiro (58 parágrafos)
Sem a verdade, o ser humano não pode encontrar o caminho de seu desenvolvimento autêntico. A fidelidade à verdade é a condição para uma relação adequada com a realidade, para a compreensão da justiça e do direito, para a compreensão do bem comum. Por tudo isso, o relativismo não é construtor de diálogo, e sim uma ameaça à realização da pessoa humana. Ver os parágrafos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 11, 16, 17, 18, 20, 21, 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 33, 34, 35, 36, 38, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 47, 48, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 65, 66, 67, 68, 70, 72, 73, 75, 76, 77, 78, 79.

Caritas, caridade, amor (42 parágrafos)
O tema mais importante da encíclica. Bento XVI mostra que o ser humano, em todas as dimensões de sua existência, necessita do amor. Porém, não se deve confundir esse amor com emotividade e instintividade, ou vivê-lo fechados em nós mesmos devido ao individualismo. Em seu sentido mais profundo, o amor – caritas –vem de Deus, que se doa gratuitamente a nós. Somos chamados a viver essa mesma dimensão de gratuidade em nossas relações para com os outros. O amor gratuito corresponde à natureza do ser humano, mas precisa do gesto primeiro de Deus, que em Cristo se doa gratuitamente a nós, para ser compreendido. A tese central dessa encíclica é que a vida econômica e política não podem realizar-se integralmente sem a gratuidade do amor, pois as relações calculistas e centradas no interesse, sozinhas, não constroem a convivência social e o bem comum. Ver os parágrafos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 16, 19, 20, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 36, 38, 42, 48, 50, 52, 53, 54, 55, 57, 65, 67, 69, 72, 73, 76, 77, 78, 79.

Pessoa humana, dignidade e centralidade da pessoa (35 parágrafos)
A pessoa humana, em sua dignidade, seu valor, seus direitos e deveres, é o centro da Doutrina Social da Igreja. Ela é chamado a ser sujeito, e não objeto, dos processos sociais dos quais participa. A pessoa é o ser humano em relação, que se realiza no amor e na doação aos outros e junto com os outros. Apesar do reconhecimento da individualidade cada um ser um valor, o individualismo – que é a absolutização desse valor, a ponto de anular a natureza relacional da pessoa – é um mal que impede o pleno desenvolvimento do ser humano e dos povos. Este é o personalismo que orienta o magistério da Igreja. Ver parágrafos 1, 3, 6, 7, 11, 15, 16, 17, 18, 25, 26, 28, 29, 32, 34, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 51, 53, 55, 57, 61, 62, 63, 64, 68, 70, 73, 76, 78.

Cultura (35 parágrafos)
A reflexão de Bento XVI sempre se aprofunda nas questões culturais. Não é possível compreender adequadamente o papel social do amor, a chamada de atenção para a responsabilidade pessoal de cada um e a possibilidade de uma ética não-moralista sem compreender o papel da cultura na vida social e pessoal. No âmbito da cultura, a pessoa compreende qual é o seu papel no mundo e organiza as suas ações no mundo material. As diversas culturas apresentam formas diversas de compreender o mundo e o papel social da pessoa. A encíclica incentiva o diálogo intercultural, mas condena o relativismo cultural. No diálogo intercultural, iluminado pela razão e pela caridade, deve-se procurar a construção do bem comum. Ver parágrafos 2, 3, 4, 7, 13, 21, 22, 23, 25, 26, 28, 29, 31, 32, 33, 36, 37, 41, 42, 48, 51, 53, 55, 56, 58, 59, 61, 62, 64, 70, 72, 73, 74, 75, 78.

Responsabilidade, responsável (32 parágrafos)
Nenhuma solução técnica ou política conseguirá responder eficazmente ao problema que a suscitou se não comprometer a responsabilidade pessoal de cada um dos envolvidos. A encíclica pode ser lida como um grande convite para que cada um assuma, no amor e na solidariedade, sua responsabilidade em prol do bem comum. Ver parágrafos 2, 5, 11, 14, 17, 21, 22, 27, 33, 36, 38, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 57, 59, 64, 65, 66, 67, 68, 70, 74.

Solidariedade, fraternidade (29 parágrafos)
Através da construção de relações solidárias e fraternas, o amor gratuito se torna fonte de desenvolvimento integral e construção de uma vida social mais justa. Ver parágrafos 11, 13, 19, 20, 25, 27, 34, 35, 36, 38, 39, 41, 43, 44, 47, 48, 48, 50, 51, 53, 54, 55, 58, 59, 60, 61, 67, 73, 79.

Pobres, pobreza (26 parágrafos)
O grande tema social da encíclica é a solidariedade com os pobres e os esforço para a superação das situações de pobreza e desigualdade sociais. A primeira preocupação do desenvolvimento é justamente a superação das situações de pobreza e carência. As diferentes situações de crise que a humanidade encontra no mundo globalizado atual mostram justamente que um progresso sem amor e solidariedade não constroem uma realidade mais humana. Ver parágrafos: 21, 22, 23, 27, 28, 29, 32, 33, 35, 42, 44, 47, 48, 49, 51, 53, 56, 58, 59, 60, 61, 63, 65, 66, 67, 75.

Justiça (24 parágrafos)
A caridade supera a justiça, porque a caridade é dar, oferecer ao outro o que é nosso – diz o papa. Mas a caridade não existe sem a justiça, porque antes de dar ao outro o que é nosso, devemos dar a ele aquilo que é dele por direito. O mercado está sujeito à justiça comutativa, que rege a relação entre as partes, mas a sociedade deve se reger também pela justiça distributiva e a justiça social. Juntamente com o bem comum, a justiça é um dos critérios que devem orientar a ação moral e política na sociedade. Ver parágrafos 1, 6, 7, 12, 15, 20, 21, 25, 32, 34, 35, 36, 37, 38, 40, 45, 48, 54, 57, 67, 71, 75, 78, 79.

Globalização (23 parágrafos)
A globalização é um dado da realidade, que carrega em si aspectos positivos e negativos. Cria uma maior proximidade entre as pessoas de diferentes regiões, mas nem por isso as torna mais fraternas. O mundo globalizado parece ser regido apenas por regras de mercado, desconhecendo as necessidades da solidariedade e da justiça. Isso não quer dizer que deve-se ficar contra ela, mas sim que deve-se encontrar mecanismos para ordenar o mundo globalizado buscando o bem comum.Ver parágrafos 5, 6, 7, 9, 19, 23, 25, 27, 33, 36, 37, 38, 39, 41, 42, 47, 55, 57, 59, 64, 67, 70, 73.

Liberdade (21 parágrafos)
A pessoa deve ter liberdade para realizar-se no mundo. Esse é um princípio que deve nortear todas as escolhas políticas e econômicas na sociedade. Contudo, não se pode esquecer que a liberdade abre a possibilidade do mal e do pecado. Assim, para que o ser humano seja livre, é fundamental que a liberdade seja usada de forma responsável. Ver parágrafos 9, 11, 13, 16, 17, 18, 21, 23, 25, 29, 33, 34, 40, 48, 55, 56, 57, 68, 69, 70, 73.

Relações internacionais, ordem internacional, a família das Nações (22 parágrafos)
Diante dos desafios da sociedade globalizada, o papa denuncia uma ordem internacional que não ajuda os mais pobres e freqüentemente não cria relações econômicas estáveis e justas. Defende a necessidade de uma verdadeira solidariedade e ajuda internacionais aos países pobres e condena regras internacionais que favorecem os países ricos em detrimento dos pobres (como os protecionismos). Além disso, proclama, no parágrafo 67, a necessidade de uma autoridade internacional que possa ajudar a concretizar o conceito de família de Nações, dirimir conflitos de forma pacífica e responsabilizar-se pela proteção dos mais pobres, o que – segundo Bento XVI – implica numa reforma das Nações Unidas. Ver parágrafos 21, 22, 24, 25, 27, 28, 32, 33, 35, 40, 41, 43, 47, 49, 50, 58, 60, 61, 62, 63, 67, 71.

Mercado (17 parágrafos)
A sociedade de mercado é um dado da realidade e o papa se preocupa em apontar seus valores e seus limites e contradições. Enquanto espaço de troca, onde cada pessoa exerce sua liberdade e interage com os demais, o mercado é positivo. Contudo, a lógica do mercado, abandonada a si mesma, não é capaz de construir o bem comum e nem mesmo de proteger-se de suas crises freqüentes. Por isso, a lógica do mercado deve estar sempre subordinada a uma lógica de gratuidade e solidariedade que organize toda a vida social. A encíclica valoriza a ação do Estado na regulação dos mercados. Contudo, salienta que essa regulação não pode ser pensada apenas em termos de auto-regulação do mercado versus intervenção do Estado, pois a sociedade – através de todas as suas organizações sociais e culturais – também pode  e interferir nesse processo de regulação. Ver parágrafos 25, 27, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 46, 47, 58, 62, 66, 71, 73.

Razão, fé e razão, expansão da razão (16 parágrafos)
O caminho do desenvolvimento e do bem comum exige o uso adequado da razão. A análise racional é sempre necessária para se buscar o bem comum. Contudo, essa razão não pode ser reduzida a seus aspectos instrumentais e tecnicistas. Ela precisa ser expandida pela luz da fé e pela reflexão sobre o sentido da existência humana e da realidade. Ver parágrafos 3, 5, 9, 19, 30, 31, 32, 33, 34, 36, 53, 56, 57, 71, 74, 75.

Gratuidade, dom, graça (14 parágrafos)
Nossa vida é um dom gratuito de Deus para nós. Somos “feitos para o dom”, nossa realização pessoal implicar em sabermos receber gratuitamente e dar gratuitamente. Nessa dimensão de gratuidade compreendemos que o amor verdadeiro é caridade, e somos capazes de nos contrapor à lógica individualista da sociedade contemporânea. Ver os parágrafos 2, 5, 6, 8, 34, 36, 37, 38, 39, 48, 50, 68, 77, 78.

Tecnologia (14 parágrafos)
O papa denuncia a ideologia tecnocrática que faz supor que as respostas aos problemas da vida pessoal e social podem ser resolvidas apenas com soluções técnicas – sejam as biotecnologias, as normatizações da economia ou as engenharias sociais. Essas tecnologias são produtos importantes do conhecimento e do gênio humano, mas, para serem adequadamente utilizados, Ver parágrafos 21, 23, 32, 40, 50, 59, 66, 68, 69, 70, 72, 73, 74, 75.

Direitos (14 parágrafos)
Refletindo sobre os direitos das pessoas, o papa defende novamente os direitos humanos e os direitos do trabalhador, salientando que devem ser respeitados mesmo nas conjunturas de crise, e que a comunidade internacional deve se comprometer para que os direitos fundamentais sejam garantidos mesmo aos mais pobres. Além disso, reforça que direitos e deveres devem sempre andar juntos e denuncia a criação de direitos arbitrários, que implicam inclusive no desrespeito de outros direitos mais básicos – como o presumido direito ao aborto por parte da mulher representa uma negação do direito do filho à vida. Ver parágrafos 6, 22, 25, 27, 32, 41, 43, 44, 47, 56, 62, 63, 64, 67.

Bem comum (13 parágrafos)
O princípio do bem comum é o alvo do desenvolvimento e é apontado, juntamente com a justiça, como um dos critérios que devem orientar a ação moral e política na sociedade. Ver parágrafos 6, 7, 21, 36, 38, 41, 55, 57, 67, 71, 73, 76, 78.

Empresa (13 parágrafos)
A encíclica dedica vários parágrafos à situação da empresa no contexto atual. Enquanto fruto da iniciativa e da liberdade da pessoa, a atividade empresarial é incentivada ao longo do texto. Porém, o texto também enfatiza o compromisso ético do empresário e da empresa com vistas ao bem comum. Além disso, é feita uma importante discussão sobre os limites de uma classificação simplista que distingue apenas entre empresas públicas e privadas, sem considerar a existência das diversas formas de empresas sem fins lucrativos, as empresas concebidas dentro da lógica da economia solidária, etc. Ver parágrafos 22, 25, 37, 38, 40, 41, 45, 46, 47, 49, 61, 66, 71.

Trabalho, trabalhador (12 parágrafos)
O papa reafirma, ao longo da encíclica, a necessidade de respeitar e defender os direitos do trabalhador. Um aspecto importante desta defesa é salientar que a retirada de garantias e direitos dos trabalhadores, em nome do aumento da competitividade e da redução de custos, não é uma estratégia adequada para enfrentar a crise econômica e suas conseqüências em médio prazo. Além disso valoriza o trabalhador como “criador”. Ver parágrafos 22, 25, 32, 40, 41, 42, 44, 45, 62, 63, 64, 69.

Crise econômica atual (12 parágrafos)
A crise econômica atual é um tema recorrente na encíclica. Bento XVI aponta, entre suas causas, para a “atividade financeira mal utilizada e majoritariamente especulativa”, mas também a problemas decorrentes da evolução demográfica dos países ricos, das desigualdades e da exclusão social dos países pobres. No fundo, transparece em todas as causas a falta de um olhar realista para com a natureza contraditória do ser humano, chamado para o bem, mas sempre sujeito ao pecado. Por isso, o papa indica que a solução para a crise implica numa “nova síntese humanista”, capaz de repensar a situação mundial não apenas numa leitura técnica, mas também ética e cultural. Além disso, o progresso dos países pobres e emergentes é um importante instrumento para a superação da crise atual. Ver parágrafos 21, 24, 25, 27, 33, 36, 39, 41, 42, 60, 61, 67.

Estado (11 parágrafos)
A Encíclica discute  os problemas que os Estados nacionais enfrentam no atual contexto do mundo globalizado, como a perda de autonomia diante da competição entre os países e o crescimento das empresas transnacionais, ou a crise de sustentabilidade financeira das políticas de “bem estar social”. Aponta para a possibilidade de fortalecimento e redefinição das funções do Estado em função da atual crise econômica. Insiste, contudo, que o Estado deve ter uma função “subsidiária”, isto é, auxiliar as pessoas a assumirem seu protagonismo na vida social, ao invés de sobrepor-se a esse protagonismo, através de atitudes autoritárias ou assistencialistas. Ver parágrafos 9, 24, 25, 28, 29, 38, 39, 41, 44, 49, 60.

Natureza humana, lei natural (10 parágrafos)
A condenação de Bento XVI ao relativismo tornou-se conhecida no mundo inteiro. Mas o que ele propõe em oposição a esse relativismo? A natureza humana. Para além de qualquer diversidade cultural, todos os seres humanos têm em comum uma natureza natural e sobrenatural, que se expressa de formas diversas em diferentes culturas. Em função desta natureza comum podemos identificar o s critérios que nos orientam para o bem comum, as raízes da solidariedade, o desejo de transcendência e a importância do encontro com Cristo. Essa natureza humana não é um dado a mais, mas a própria raiz da possibilidade de encontro e de construção do bem comum entre seres humanos vindos de diferentes realidades culturais e sociais. Porém, essa natureza é de caráter contraditório e nem sempre evidente. Cristo revela-nos não apenas o Pai, mas na revelação de Deus, se dá também a revelação do homem a si mesmo (números 18 e 75). Ver parágrafos 18, 26, 29, 34, 45, 53, 59, 61, 68, 75.

Meio ambiente, ecologia (9 parágrafos)
Apesar dos temas do meio ambiente e da ecologia já terem sido abordados antes pelo magistério da Igreja, “Caritas in veritate” é a primeira encíclica a deter-se amplamente sobre o tema. Salienta que a natureza é obra e sinal do amor e do dom gratuito que Deus faz ao ser humano. Tanto por esse aspecto de dom, quanto pelas necessidades objetivas de conservação, somos chamados ao uso responsável do meio ambiente e dos recursos naturais. Contudo, o papa salienta que a pessoa humana é o ponto mais alto da criação, aquele mais próximo de Deus, e por isso o respeito à natureza não pode se colocar acima do respeito à pessoa humana – como às vezes é defendido por certas correntes ambientalistas. Ver parágrafos 27, 40, 43, 48, 49, 50, 51, 67, 60.

Religiões, liberdade religiosa (8 parágrafos)
Muitas religiões, além do cristianismo, defendem a fraternidade e a paz, podendo dar uma grande contribuição ao desenvolvimento humano integral. Nesse sentido, a liberdade religiosa é um importante fator para medir o quanto uma sociedade está realmente comprometida com o desenvolvimento integral da pessoa. Contudo, muitas religiões podem se constituir em fontes de violência, de alienação da pessoa dos problemas da sociedade, de apatia e dispersão. Por isso, deve haver sempre um discernimento, baseado nos critérios da caridade e da verdade, sobre sua contribuição para a construção do bem comum. Ver parágrafos 29, 37, 41, 55, 56, 57, 59, 62.

Subsidiariedade (5 parágrafos)
Relativamente pouco conhecido no Brasil, o princípio da subsidiariedade é um dos pontos basilares da proposta prática da encíclica. Defende que o Estado deve ter uma função de ajuda (subsidiária) e não impositiva sobre as pessoas e os agentes das atividades econômicas e sociais. Assim, defende o protagonismo dos sujeitos sociais. Não deve ser identificado ao conceito de “Estado mínimo” neoliberal, pois o Estado subsidiário não se afasta da vida econômica e social, apenas está a seu serviço de uma forma não impositiva. Além disto, uma autoridade internacional real deverá, forçosamente, exercer seu papel de forma subsidiária, respeitando as decisões dos vários países sempre que possível. Ver parágrafos 47, 57, 58, 60, 67.

Bioética, defesa da vida (3 parágrafos)
A encíclica é inovadora ao fazer uma ponte entre as questões bioéticas e a vida econômica e social. A vida social, a construção do bem comum, o desenvolvimento das populações exige uma postura solidária e acolhedora para com todos. Por isso, uma sociedade que não acolhe a vida corrói as bases morais e culturais que permitem o próprio desenvolvimento econômico. Ver parágrafos 28, 74, 75.

 
 
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