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MARJORIE, POR FAVOR
A história de uma ex-interna da Febem, a libertação pelo teatro e a descoberta da intersexualidade
Luiza Pezzotti
O livro Marjorie, por favor conta com excepcional qualidade a vida de Marjorie, desde os tempos em que era Asdrúbal, que relatou à autora, em detalhes, os mais delicados episódios que sofreu na Febem, nas suas diversas fases, da infância à adolescência. Considero que Marjorie tem um extraordinário mérito: professora de jovens, tanto em Guaianases, Cidade Tiradentes, como em Caconde, interior de São Paulo, percorreu os mais diversos lugares em prol da melhoria de vida das pessoas. Com a leitura desse livro, será possível conhecer as dificuldades tão grandes pelas quais Marjorie passou ao longo de sua vida, até efetivamente realizar sua transição e passar a ser respeitada e querida por sua família, por sua ex-companheira, hoje amiga que lhe dá força, e também pela filha e pelo filho, cujo carinho soube conquistar.
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MAX WEBER E MICHEL FOUCAULT
paralelas e intersecções
Fabiana A. A. Jardim (org.)
Ana Lúcia Teixeira (org.)
Osvaldo Javier López-Ruiz (org.)
Maria Helena Oliva-Augusto (org.)
A atualidade de Max Weber e Michel Foucault reside no fato de que, de diferentes maneiras, continuamos imersos na mesma temporalidade moderna que ambos interrogaram sem descanso, e os autores reunidos neste livro se sentem ligados a certos gestos metodológicos e à atitude crítica assumidos por ambos. Tendo em vista as complexidades do momento histórico, parecem-nos oportunos os trabalhos aqui reunidos, como modesta contribuição ao esforço mais coletivo de nos liberarmos dessas experiências nas quais nos constituímos como sujeitos e inventarmos novas formas de governo e novos modos de conduzirmos a nós e a nossas vidas, pelo agonismo da história afora.
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MÍDIAS SOCIAIS NO BRASIL EMERGENTE
Juliano Spyer
Mesmo tendo menor escolaridade e menos dinheiro, os brasileiros das classes populares ajudaram a pagar por sua inclusão digital. Quando os brasileiros de baixa renda começaram a acessar redes sociais, pessoas de alto poder aquisitivo ridicularizaram o conhecimento tecnológico limitado, o gosto diferente e a baixa escolaridade desses usuários mais pobres, mas isso não os intimidou, e eles continuaram a expandir sua presença nos serviços on-line. Jovens criaram perfis para parentes mais velhos, quase analfabetos, e os ensinaram a navegar em plataformas como Facebook e WhatsApp.
Juliano Spyer procura entender por que brasileiros de baixa renda investiram tanto tempo e dinheiro para incorporar o uso das mídias sociais a seu cotidiano. Explora essa questão por uma variedade de temas, incluindo educação, relacionamentos, trabalho e política e argumenta que o uso das mídias sociais reflete valores e motivações contraditórias. Brasileiros de baixa renda abraçam as mídias sociais para exibir sua crescente escolaridade e mobilidade social, mas a mesma tecnologia também fortalece redes de apoio mútuo tradicionais que rejeitam atitudes individualistas.
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PALAVRAS QUE DANÇAM À BEIRA DE UM ABISMO
Mulher na dramaturgia de Hilda Hilst
Marina Costin Fuser
Palavras que dançam à beira do abismo – Mulher na dramaturgia de Hilda Hilst lança luz sobre um teatro escrito à sombra da ditadura brasileira. A dramaturgia de Hilda Hilst é um grito de protesto diante das arbitrariedades perpetradas pelos algozes do regime. Em meio aos escombros da barbárie humana, resplandece a donzela guerreira. No livro, são mapeadas as trajetórias de mulheres que buscaram caminhos de transcendência. Seu lirismo remete a possibilidades, movimentos e viradas de jogo. A mulher em Hilst não se encerra em definições fechadas; ela se desdobra tal como um leque, feito de múltiplas camadas. Hilst vislumbra o transitório, no calor dos processos metamórficos que atravessam suas personagens. Sua dramaturgia é feita de alegorias, que se entrelaçam em uma tessitura delicada, na qual poesia e teatro se encontram.
E-book gratuito
SÃO PAULO: ESCRITA-IMAGEM EM ATRAVESSAMENTO ESTÉTICO-POLÍTICO
São Paulo: The writing-image across aesthetic-political boundaries
Ana Claudia de Oliveira (ed.)
Maria Aparecida Junqueira (ed.)
O e-book busca apreender a inscrição da “cidade periférica” – Grajaú – na cidade de São Paulo, em particular nas suas territorialidades centrais, assim como nas extensas vias de transporte que cruzam esta megalópole. A partir de manifestações estéticas parietais (pixo, pichação, mural, grafite, palavra-imagem, entre tantas mais), artistas intervencionistas urbanos ressignificam centro e periferia, marcando posição e assinatura de territorialidades excluídas, e a construção de uma voz sócio-político-artístico-cultural que quer ser ouvida e se mostrar presente. São esses atravessamentos urbanos que o livro estuda, expressos nas transformações de sentido que a cidade incorpora e pauta à reflexão.
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TERROR E TRAUMA NA LITERATURA
Do 11 de setembro às marcas na alma
João Paulo Vani (ed.)
O processo de construção do texto de João Paulo Vani revela sua forma pragmática de trabalhar. Diante de uma catástrofe que atingiu drasticamente o curso da História, João Paulo enfrentou a tarefa de analisar uma obra do nível de complexidade de Extremely Loud & Incredibly Close (2005) para investigar os sentimentos mais profundos de pessoas afetadas pela tragédia ocorrida em 11 de setembro de 2001: viajou a Nova York com o objetivo de viver um 11 de setembro no local em que o World Trade Center existiu de modo glorioso.
Naquela ocasião, o silêncio total de parentes e amigos das vítimas ao redor do chamado Ground Zero fez João Paulo sentir-se diante de um universo no qual a sensação de impotência preponderava. As pessoas não falavam, apenas choravam. Cada rosto estampava uma série de questionamentos: quais os motivos dos ataques? Como entender uma ação que causou a morte de tantos inocentes?
O romance de Foer aliado à experiência do 11 de setembro em Nova York mostrou a João Paulo que sua tarefa tinha sentido. Ora, a compreensão do Outro era muito necessária, e ele estava disposto a trabalhar para seu texto produzir esse efeito de conscientização do qual o leitor poderá desfrutar na páginas desta obra.
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A FORÇA DA MENTIRA
A grande farsa de Os Protocolos dos Sábios de Sião
Hadassa Bem-Itto (trad.)
Miriam Sanger (trad.)
Hadassa Ben-Itto demonstrou não apenas seu total domínio sobre o tema de Os Protocolos, como também sua habilidade em contar uma história envolvente. Apesar da narrativa basear-se nos registros dos julgamentos que deveriam ter classificado Os Protocolos como uma farsa, não há nada de monótono em seu texto. Ao contrário, ela trouxe à vida os procedimentos judiciais. Você será transportado à corte na qual o julgamento foi conduzido e se sentirá testemunhando naquele que talvez seja um dos mais fascinantes julgamentos já realizados. O fato de que esse embuste se mantenha vivo ainda nos dias de hoje não diminui a conquista de Hadassa. Ela não pode evitar sua republicação, mas faz com que essa mentira seja cada vez mais reconhecida como a farsa que é. Ela merece nossos aplausos.