Catálogo


Impresso

A ESCUTA, A ESPERA E O SILÊNCIO

A “indigência da Modernidade” em Heidegger e Rilke

Mathias de Abreu Lima Filho

Em A Escuta, a Espera e o Silêncio – A “indigência da Modernidade” em Heidegger e Rilke, o pensador e o poeta, diversos nos paradoxos de suas vidas, de seus temas e de suas linguagens, encontram-se. Este livro, nascido de uma delicada meditação sobre Rilke e um cuidadoso estudo sobre Heidegger, é um lugar de encontro. Porém, menos (ou mais?) que um lugar, melhor seria dizer que ele rastreia pistas para o encontro e indica passos para segui-las. Isso está sinalizado em pelo menos dois traços de estilo. Primeiro, o uso frequente de certas expressões e imagens que marcam o escrito como indícios de suas pretensões: itinerário, percurso, estrada, caminho, vestígios, pegadas, trilhas, ponte...; segundo, a escolha de citações que simplesmente colocam em paralelo passagens de Heidegger e de Rilke, sem adicionar explicações nem demonstrações, apenas sugerindo ao leitor que, na dessemelhança entre “a língua literária e a língua filosófica”, desvende as semelhanças de sentido.


Livro indisponível 

BRASIL PERIFERIA(S)

A comunicação insurgente do hip-hop

Andréia Moassab

O hip hop é uma máquina de guerra, no sentido de Deleuze, ou seja, campo em que milhares de singularidades constroem resistências (batalha simbólica) aos programas dominantes enunciados pelas máquinas comunicacionais dos dispositivos mediáticos. Em Brasil Periferia(s): a comunicação insurgente do hip-hop, as periferias do hip-hop não são as mesmas ditas no singular dos textos midiáticos hegemônicos. Para Andréia Moassab o que importa é marcar que tais movimentos não se pautam somente pela busca do dinheiro, do lucro, nem pelo princípio do desempenho que guia as ações das classes média e alta, dentro da busca de sucesso no capitalismo global guiado pela superprodução semiótica. Nesse sentido, o hip-hop é forma de vida, de conhecimentos, de resistências, forma criativa de novos mundos, pois não basta resistir e se contrapor ao mundo econômico hegemônico, sendo necessário criar mundos alternativos para se viver e inaugurar novas posições de sujeitos.
inalista no concurso ao Prêmio Jabuti 2013


Impresso

ÉTICA E LIBERDADE EM MICHEL FOUCAULT

Uma leitura de Kant

Celso Kraemer

As metas de Ética e liberdade em Michel Foucault: uma leitura de Kant estão, desde logo, enunciadas direta e didaticamente: identificar a presença e o significado do pensamento de Kant nos escritos de Foucault; explicitar as noções de ética e de liberdade no pensamento de Foucault; encontrar articulações possíveis entre as duas primeiras metas, isto é, relacionar temas kantianos lidos por Foucault com ideias foucaultianas sobre ética e liberdade. Este livro confere uma nova dimensão aos eixos das questões foucaultianas. Faz ver que, com a chegada do momento ético na trajetória de Foucault, é possível olhar a consagrada dupla “verdade e poder” pela alternativa de outra dupla: “verdade e liberdade”. Desse ângulo, pode-se então dizer que, além de denunciar a adesão à verdade normalizadora, o que agora mais importa é o risco do inconformismo que abre espaço para a margem, o fora, o outro. O que agora mais importa não é cindir, mas reunir verdade e liberdade, conhecimento e ética. Numa palavra, não é a verdade o que agora mais importa, mas a coragem da verdade.


Impresso

HISTÓRIA E ESCASSEZ EM JEAN-PAUL SARTRE

Neide Coelho Boëchat

Este livro pode ser qualificado de rigoroso e árido, como o tema que ele elege – a escassez. Tão pouco estudado, esse tema é tomado como eixo e fio condutor para uma reconstrução do pensamento de Jean-Paul Sartre. Do seu sentido material e econômico à escassez interiorizada e fundamental, a noção abre-se a mudanças que lhe conferem as marcas diferenciais de nossa atualidade. Da escassez humana e social, que alcança dimensão planetária e em escala global, chega-se àquela que não é a escassez dos bens, nem mais a abundância dos indivíduos consumidores, mas a abundância dos próprios bens de consumo. Mas chega-se também, mais uma vez, à esperança e ao desafio de uma moral concreta e sem normas estabelecidas que, gerada na concretude da realidade histórica, é viável a qualquer realidade, pois é na permanência da mudança que ela se efetiva.


Impresso

MAURÍCIO TRAGTENBERG

10 anos de encantamento

Antonio José Romera Valverde (org.)

O presente livro reúne escritos apresentados durante o evento artístico acadêmico “Maurício Tragtenberg – 10 Anos de Encantamento”, realizado em 2008, no Teatro Tuca.
Professores, artistas e eternos alunos explicitaram aspectos acadêmicos da obra de Maurício Tragtenberg, através de reflexões e de depoimentos do pensador ímpar, profundo conhecedor de história, filosofia política, sociologia, antropologia, literatura, e, em particular, da política e da cultura brasileiras, de par com o interesse pelo movimento real do proletariado e da liberdade política, além de crítico das teorias administrativas e das teorias políticas clássicas, em particular a autogestão. Esse vasto legado intelectual é analisado nas páginas deste livro, que, em conjunto, desvelam sua envergadura como pesquisador e sua altura ética.


Impresso

MERLEAU-PONTY

Uma introdução

Paulo Sérgio do Carmo

O livro aborda os estudos acerca da percepção e do comportamento no tocante às questões do corpo e o diálogo que o filósofo estabelece com a ciência, mais especificamente com as ciências humanas. Apresenta, ao final, uma reflexão sobre a condição humana enquanto ser no mundo, tema tão caro à filosofia da existência, corrente da qual Merleau-Ponty faz parte.


Livro indisponível 

MICHEL FOUCAULT E A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO

Márcio Alves da Fonseca

Recolocando em discussão, com sobriedade e elegância, as diversas tentativas de periodização dos escritos de Foucault (como, por exemplo, o esquema trifásico da Arqueologia, Genealogia e Ética), o livro de Márcio Alves da Fonseca elege como tema e fio condutor o problema da historicidade do sujeito e das experiências de constituição de uma consciência de si na cultura ocidental.
Sem excluir os textos teóricos anteriores, o trabalho se concentra principalmente nos escritos genealógicos de Foucault e retoma os temas do poder disciplinar, do dispositivo de sexualidade, enfim, das técnicas de controle e intervenção sobre os corpos com o propósito de construir, para uma emergente sociedade capitalista industrial, indivíduos dóceis, úteis e adaptáveis aos aparelhos de produção.
Márcio Alves da Fonseca leva o seu compromisso com Foucault para além da fidelidade exigida pelo rigor exegético no trato com os textos. Ele leva também a sério o engajamento de Foucault com o diagnóstico do presente. E é isso que constitui, a meu ver, um dos muitos méritos deste livro, além também do despojamento e da leveza do estilo.