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Megacidades

 

A configuração atual da Zona Leste de São Paulo é resultado de uma reorganização urbana em escala metropolitana. Um processo de adaptação da metrópole à transição para uma cidade global, acarretando profunda e acelerada desorganização na ocupação das áreas consolidadas. Intervenções em grande escala que rearticularam de outro modo o setor com o restante da cidade e, com isso, reconfiguraram a própria estrutura espacial da área.

A dimensão metropolitana que a Zona Leste subitamente revestiu entrou em conflito com sua organização local, provocando uma completa desarticulação e desagregação dos tecidos urbanos consolidados.

Os sistemas urbanos implantados por essas intervenções só têm sentido funcional e urbanístico no vasto território metropolitano, erodindo toda organicidade local. Uma situação que coloca a questão da grande escala. Os recentes processos de reestruturação urbana, ocorridos em várias metrópoles internacionais, contrariam, por sua própria enormidade, as concepções tradicionais de localização e espaço urbano.

As dimensões dos projetos urbano-arquitetônicos implantados escapam à nossa percepção. O impacto da escala dissolve toda veleidade de continuidade espacial. A megalópole nos defronta com aquilo que não tem limites, com o imensamente grande.