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Arte aérea
Os mapas de reconhecimento aéreo, feitos à partir de coordenadas do terreno, assemelham-se a grades de linhas. Pontos, linhas e áreas que estabelecem uma sintaxe dos sítios. Para Smithson, os aterros, escavações, estradas e pátios têm potencial estético. Levantamentos topográficos e edificações preliminares podem ser entendidas como um conjunto de obras de arte que desaparecem ao longo do processo. Um novo modo de ordenar o terreno, um tipo radical de construção que abarca grandes extensões de terra e água. Uma abordagem que implica uma escala imensa.
A arte instalada ao redor de um aeroporto deve nos tornar conscientes desta nova paisagem abstrata, cujas linhas (pistas) transcendem nossas concepções da natureza. Aerofotogametrias e transporte aéreo, com suas drásticas mudanças de escala, revelam a superfície deste universo mutante de perspectivas e ilusões óticas. Aqui, simplesmente observar no plano do olho não é solução. O mapa aéreo revela o quão pouco há para ver. A arte aérea, com foco no espaço não-visual, delineia uma estética baseada no aeroporto como idéia, um ponto imperceptível na imensidão. O engajamento com a totalidade da área dessas estruturas leva à substituição da paisagem realista por uma nova paisagem abstrata. Uma noção não-objetiva de lugar: como um diagrama. A paisagem passa a parecer um mapa tridimensional: as drásticas mudanças de escala tornam o mundo abstrato. Uma arte remota aos olhos do espectador, como vista por telescópio. Baseada num espaço e tempo não-visuais. A visão em movimento é substituída pela trama esquemática dos programas de observação geodésica. A escala aqui é a da Terra.
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