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Zona
O processo de desativação e sub-utilização dos locais, acompanhado da periferização das áreas que ficaram à margem das vias de transporte expresso, constitui a zona. Uma dinâmica que engendra permanente proliferação entrópica, o acúmulo de construções abandonadas, fábricas vazias e áreas de demolição convertidas em estacionamentos. São espaços à espera, como os galpões industriais transformados em depósitos. Espaços intersticiais, praticamente imperceptíveis, ocultos entre o edificado. Tudo ainda está construído, o vazio não é imediatamente visível.
Esses terrenos vazios são espaços negativos, que podem se ampliar indefinidamente pela contaminação dos vizinhos. Um crescimento contínuo do indiferenciado. Indicativos de baixa atividade imobiliária, eles são reservados assim para uso futuro. Espaços intersticiais inutilizados que só se tornam perceptíveis ao atingirem o ponto crítico, a amplitude de toda a área, inviabilizando sua reinserção em circulação comercial.
Aqui o intervalo toma tudo, num movimento turbilhonário de ocupação do espaço. É como se o congelamento do espaço sob esta rigidez entrópica bloqueasse toda possibilidade dele revestir qualquer configuração nítida. A cidade busca sem parar combater a proliferação entrópica, ao mesmo tempo em que a engendra.
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