O projeto Jogos da Cultura Popular como ferramenta de Inclusão
10/2015
O projeto Jogos da Cultura Popular como ferramenta de Inclusão
Ivana Corrêa Tavares Oliveira*
A EMEF Senador Teotônio Vilela-CEU Paz, sob orientação do Programa Portas Abertas para Inclusão, desenvolveu no ano de 2013 o projeto “Jogos da Cultura Popular” para todas as crianças dos terceiros anos do período vespertino.
A expectativa deste trabalho era promover a inclusão de estudantes com deficiência, ampliar os conhecimentos e novas possibilidades de adequações curriculares nas aulas de Educação Física, algo necessário já que exige novas práticas pedagógicas e sensibilização de toda comunidade escolar.
Desmitificar o conceito de Educação Física Inclusiva, torná-la palco de desenvolvimento de habilidades e competências para todos os alunos, com deficiência ou não, era o principal desafio que o projeto procurou alcançar, disseminando entre docentes práticas bem sucedidas.
A autonomia e a participação efetiva dos alunos com deficiência, envolvendo as famílias, comunidade e equipe docente foi outro eixo motivador do projeto. Cerca de 120 crianças participaram, dentre elas alunos com deficiência múltipla, autismo e deficiência intelectual.
Passo a passo do projeto:
Inicialmente foi traçado o diagnóstico da equipe docente, que trazia o relato de dificuldade em realizar adequações curriculares para os alunos com deficiência dentro da rotina de sala de aula regular.
Em conjunto, foi elaborado o objetivo geral do projeto, que seria a busca de estimular a autonomia e participação dos alunos com deficiência. Foram elaboradas estratégias que envolviam o planejamento de recursos e meios para conhecer e vivenciar jogos da cultura popular brasileira, disseminada nas brincadeiras dentro e fora dos muros da escola.
Após o mapeamento do conhecimento/interesse dos estudantes por este assunto através de roda de conversa para os alunos, as crianças entrevistaram os familiares e registraram os jogos da cultura popular com que eles brincavam quando crianças. Desta coleta de dados, foi construído coletivamente com os alunos um gráfico simples, envolvendo também, de maneira interdisciplinar, conhecimentos de matemática.
Com estas informações coube aos educadores planejar as vivências de jogos e brincadeiras em forma de oficinas. As três principais oficinas foram:
- Oficina de Pipas: compartilhamento da origem da pipa e formação de grupos para a sua confecção. Ao término da atividade todos puderam brincar com suas pipas.
- Oficina das Cinco Marias: histórico, confecção dos saquinhos e adequações de materiais para que todos participassem de forma ativa, contribuindo para a interação entre os alunos. Prática do jogo.
- Amarelinha: traçado da amarelinha, uso da seqüência numérica e adequações do jogo para os cadeirantes. Prática do jogo.
Dentre as adequações realizadas envolvendo alunos com deficiência múltipla (baixa visão, paralisia cerebral, ausência de comunicação) utilizou-se estimulo tátil com os materiais componentes da pipa (vareta, papel seda, manipulação com cola e a pipa pronta). Com autistas, propiciou-se momentos que estimulassem a iniciativa de explorar diferentes materiais. As adequações feitas para alunos com deficiência intelectual envolviam o investimento no trabalho em grupo, tendo no colega um par que auxiliasse na troca de experiências.
O resultado do projeto foi a ampliação do repertório de práticas inclusivas nas salas regulares por parte dos docentes e a participação efetiva de todos os alunos nas aulas de Educação Física.
A iniciativa da EMEF Senador Teotônio Vilela na prática dos “Jogos da Cultura Popular como ferramenta de Inclusão” foi registrada na Revista DRE Freguesia do Ó/Brasilândia em Revista (edição de dezembro de 2013), proporcionando a visibilidade de inúmeras ações que acontecem na Diretoria Regional de Educação. A revista Gestão Pedagógica (edição de março de 2014) também divulgou esta prática bem sucedida de inclusão nas adequações das aulas de Educação Física da escola. O Instituto Rodrigo Mendes, através da Plataforma Diversa - Educação Inclusiva na Prática – disponibiliza o relato e vídeo das oficinas deste projeto em seu site. Para conhecer mais desta iniciativa basta acessar http://diversa.org.br/acervo-de-relatos/acervo-de-relatos.php?id=2942&/93.
* Professora regente de sala de apoio e acompanhamento à inclusão – Prefeitura municipal de SP; mestranda em Fonoaudiologia pela PUC-SP, linha de pesquisa linguagem e subjetividade.
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